A economia da atenção, tema central de uma palestra apresentada por Regina Monge, especialista em neurociências aplicadas aos negócios e fundadora do Neurobranding Lab, foi destaque no Futurecom 2024.
No mundo hiperconectado em que vivemos, captar e manter a atenção dos consumidores tornou-se um dos maiores desafios das marcas. Então, como se destacar nesse cenário desafiador?
Em entrevista à nossa equipe, Monge explicou como neurociência e inteligência artificial (IA) estão revolucionando essa disputa pela atenção dos usuários.
Acompanhe nos próximos parágrafos!
O que é a economia da atenção no contexto atual?
Para Regina Monge, a economia da atenção refere-se ao cenário em que “a atenção humana se tornou um recurso escasso e valioso”.
“Empresas e marcas estão em uma corrida pelo ‘capital cognitivo’ dos consumidores”, destacou Monge.
Ela ainda explicou que, com a abundância de estímulos diários, manter o foco do público é uma das maiores dificuldades para os profissionais de marketing.
“A neurociência mostra que o nosso cérebro é seletivo em relação ao que prestamos atenção. Ele prioriza aquilo que desperta emoções ou oferece uma recompensa imediata”, disse a neurocientista.
De acordo com Monge, marcas que conseguem criar conexões emocionais com seus consumidores saem na frente.
“Essa competição é como uma corrida por ouro no garimpo: quem souber captar melhor a atenção, vence”, compara a especialista.
Como a neurociência pode impulsionar as marcas?
A neurociência tem oferecido novas maneiras de entender como o cérebro humano processa informações e toma decisões, fornecendo insights valiosos que podem ser aplicados ao branding.
“A ativação emocional é um dos pontos centrais. Estímulos que despertam emoções fortes são mais facilmente lembrados”, comentou Monge. Ela citou exemplos de campanhas de sucesso que utilizaram humor, empatia ou narrativas envolventes para criar um impacto duradouro.
Além disso, a atenção seletiva desempenha um papel fundamental. “O cérebro tende a filtrar informações irrelevantes. Marcas que personalizam a sua comunicação conseguem captar melhor a atenção do público”, afirmou a especialista.
Sendo assim, o uso de dados de comportamento e preferências é essencial para criar mensagens que ressoam com as necessidades e desejos individuais de cada consumidor.
A utilização de estímulos neurológicos, como cores vibrantes, sons familiares e contrastes visuais, que podem captar a atenção instantaneamente também merecem destaque.
Conforme os estudos de Monge: “Esses estímulos ativam áreas do cérebro ligadas à segurança e conforto, promovendo uma conexão mais profunda entre o consumidor e a marca”.
A IA como aliada na economia da atenção
Além da neurociência, a inteligência artificial tem sido bastante influente na economia da atenção. Isso ocorre, especialmente por sua capacidade de processar grandes volumes de dados e personalizar experiências em larga escala.
“A IA permite que as marcas entreguem conteúdos altamente personalizados, com base nos interesses e comportamentos dos consumidores”, disse Monge.
Isso não só torna as mensagens mais relevantes, como também aumenta a probabilidade de capturar a atenção.
A análise preditiva também se mostrou uma ferramenta poderosa no arsenal das marcas.
“A IA pode prever comportamentos futuros dos consumidores, ajudando as empresas a antecipar necessidades e criar campanhas mais assertivas. Dessa forma, evitam-se desperdícios de recursos com comunicações que não geram resultados”, explicou a especialista.
Ferramentas de automação, como chatbots e assistentes virtuais, também foram mencionadas como tecnologias que otimizam a interação em tempo real com os consumidores, mantendo-os engajados.
“Esses sistemas, alimentados por IA, garantem que as marcas estejam presentes e disponíveis no momento certo, o que é essencial na economia da atenção.”
Outro avanço significativo é o uso da IA para análise emocional em tempo real. “Seja por reconhecimento facial ou análise de voz, a IA está sendo usada para identificar as emoções dos consumidores, permitindo que as marcas ajustem as suas abordagens e criem uma conexão emocional mais profunda”, destacou Monge.
O equilíbrio entre tecnologia e humanidade
No entanto, Monge fez questão de frisar a importância de encontrar um equilíbrio entre o uso de tecnologias avançadas e a humanização das estratégias.
“À medida que a neurociência e a IA avançam, é crucial que as marcas não percam de vista a ética e o foco no ser humano”, alertou.
Respeitar a privacidade dos consumidores e garantir que as interações sejam autênticas são fatores que podem determinar o sucesso ou o fracasso na competição pela atenção.
“A verdadeira vantagem competitiva estará com aquelas marcas que conseguirem não apenas captar a atenção, mas também manter uma relação de confiança e respeito com o consumidor”, concluiu Regina Monge.
Como visto, a neurociência e a IA tem um papel significativo para as organizações contemporâneas.
Então, que tal conhecer algumas das principais ferramentas de Inteligência Artificial que podem ser utilizadas nos negócios? Entenda em nosso artigo sobre o tema!