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Inteligência Artificial: a reprodução da ação humana demanda bons humanos

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A aplicação da IA aprimorada em diferentes áreas do conhecimento já é real, mas não é tão popular quanto a utilização do GPT.

A Inteligência artificial (IA) fez parte do Futurecom 2023 na arena "Aplicações Industriais". O debate "Sinergia entre homens e máquinas" abordou as interferências da reprodução de ações humanas por dispositivos eletrônicos e como a resolução de problemas pode ser afetada por essas tecnologias. Durante a apresentação, o professor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) Antonio Marcos Alberti defendeu que, já que a Inteligência Artificial imita a ação humana, precisamos de seres humanos melhores para que as máquinas se tornem mais evoluídas.

Antonio Marcos Alberti é especialista em Comunicação e Informação e defende que é natural que as tecnologias evoluam de forma exponencial. Agora, essa evolução vai depender menos dos desenvolvedores e mais do machine learning. "Sempre utilizamos o melhor das gerações anteriores e aprimoramos o que já foi desenvolvido", explica sobre a independência dessas inteligências.

"Essas inteligências não ficam apenas na linguagem; são capazes de testar hipóteses e fazer ciência. Isso vai muito além do que o GPT faz atualmente", afirma Alberti. "As máquinas já estão aprendendo observando as ações humanas e se retroalimentam disso para criar suas próprias realidades."

O Chat GPT citado pelo pesquisador é o "Generative Pre-trained Transformer," um chatbot online acessível a qualquer pessoa com conexão à internet. Ele foi desenvolvido pela OpenAI e lançado no final de 2022.

Quando perguntado sobre o banco de dados que o alimenta, o GPT responde que suas respostas derivam "do treinamento com uma ampla variedade de textos disponíveis na internet". Ou seja, essa Inteligência Artificial reproduz o conteúdo já disponível nas redes, concentrando-o em um único lugar.

Antonio Marcos acredita que o potencial dessas IAs irá muito além do que é explorado no momento."A inteligência artificial em si não para com a IA. Estamos desenvolvendo os primeiros projetos que ainda não foram democratizados," afirma.

A aplicação da IA aprimorada em diferentes áreas do conhecimento já é real, mas não é tão popular quanto a utilização do GPT. "Isso pode nos ajudar a ser mais inteligentes em termos de sustentabilidade, e tudo isso vai começar a acontecer no metaverso," explica o especialista sobre a utilização da IA nas mais diversas áreas. "Uma das áreas em que estamos avançando é na medicina regenerativa, revertendo o envelhecimento e os danos de nosso próprio modelo de alimentação."

Descompasso homem-máquina

Uma preocupação do pesquisador é a velocidade com que essas tecnologias são criadas e inseridas em nosso cotidiano. Para ele, há um descompasso entre a velocidade do trabalho humano e a velocidade dos maquinários desenvolvidos. “O uso que fazemos das IAs pode ser benéfico ou maléfico, e a única maneira de caminhar em direção a um futuro positivo é incentivando os valores humanos positivos na tecnologia”, defende.

Ele acredita que o desalinhamento entre a utilização e as máquinas pode gerar patologias no presente. O uso dessas máquinas, segundo o pesquisador, não beneficia toda a população, mas sim aqueles que detêm os seus modelos de produção. “Estamos trabalhando mais e acelerando para acompanhar a IA, mas onde estão os benefícios para os seres humanos?”, desenvolve, “e muitas pessoas estão sendo excluídas nesse processo.”

Conforme Antonio Marcos, no mundo existem mais de 2 bilhões de pessoas que não têm acesso à internet, nem saberiam da existência das IAs ou como usá-las. Ao mesmo tempo, outros bilhões acessam as plataformas de mídia social diariamente. “Muitas pessoas se isolam nos metaversos e esquecem que existe um mundo. Estamos perdendo o potencial humano e precisamos investir, inclusive, para manter a qualidade dos relacionamentos. Apenas avançar nas tecnologias não é suficiente, precisamos reduzir esse descompasso.”

Outra patologia que o pesquisador acredita ser difícil de superar é motivada pelo medo das IAs e pela crença de que as máquinas vão substituir as pessoas, o que resultaria na perda de empregos e na desvalorização salarial. “Viveremos uma fase difícil, com redução de salários, já que a IA faz o mesmo trabalho. As pessoas se sentirão menos motivadas, o que gera deflação.”

Para superar esses descompassos, precisamos investir em capital humano. “Valores humanos são no que precisamos focar agora, pois as máquinas aprenderão conosco, sejam coisas boas ou ruins. Devemos estar disponíveis para mudar e aprender com nós mesmos.”

A desenvolvedora Paula Pereira acompanhou o Futurecom pela segunda vez e, com base em sua experiência, acredita que as IAs têm um poder transformador para a sociedade em geral. “A tecnologia nunca será um ser humano completo, ela apenas nos reflete. Parte de sua criação depende de nós e do treinamento que ela recebe. Portanto, é necessário investir em diálogos sobre ética para garantir que a IA não reproduza preconceitos, por exemplo”, reflete a designer. “A fiscalização deve existir para assegurar o uso da IA da melhor maneira possível.”

Já Laís de Sá trabalha na área de marketing da Escola Brasileira de Direito (Ebradi) e esteve no Futurecom em busca de novas estratégias de omnichannel para a empresa. Ela acredita que a Inteligência Artificial pode ser uma aliada das instituições e dos usuários, quando bem aplicada. “Precisamos nos adaptar, e a Inteligência Artificial está aqui para nos ajudar. Estamos atentos a isso e a utilizaremos com responsabilidade.”

 

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