À medida que avançamos em direção a um futuro cada vez mais conectado, as tecnologias Wi-Fi 6E e 5G estão moldando o panorama da conectividade global. 

Ambos representam avanços revolucionários no uso do espectro de radiofrequências, e a harmonização dessas tecnologias é essencial para garantir o desempenho e a segurança das redes. 

Para discutir esse tema tão importante, entrevistamos Murillo Brito Chaves, gerente de treinamentos e co-fundador do Educa Nextest. 

Ele palestrou no Futurecom 2024 sobre a harmonização do espectro de 6 GHz e os desafios de sua implementação. Leia, a seguir!

A importância da harmonização do Wi-Fi 6E e 5G no futuro conectado

O Wi-Fi 6E e o 5G são as novas promessas no setor de conectividade, cada um oferecendo vantagens exclusivas O objetivo de tais tecnologias é atender às crescentes demandas por maior largura de banda, menor latência e mais dispositivos conectados simultaneamente. 

De acordo com Chaves, harmonizar o espectro de 6 GHz envolve garantir que o Wi-Fi 6E e o 5G possam coexistir de maneira eficiente e sem interferências. 

“A harmonização do espectro de 6 GHz refere-se ao processo de uso da faixa de frequência de 5.925 GHz a 7.125 GHz para serem utilizadas em diferentes tecnologias de conectividade”, explica o especialista.

Ele destaca que essa convivência harmoniosa é possível, em parte, devido ao uso licenciado e não licenciado do espectro de frequência. 

“Isso permite a coexistência de ambas as tecnologias, mas é necessário o gerenciamento de interferências, como por meio da Seleção Dinâmica de Frequência (DFS), que prioriza serviços de maior importância, como sistemas de segurança e radares”, acrescenta. 

No entendimento de Chaves, essa tecnologia de seleção automática de canais é fundamental para evitar problemas de interferência, como os que ocorreram recentemente no aeroporto de Guarulhos.

Implementação do espectro de 6 GHz: desafios técnicos e regulatórios

A implementação e a harmonização do espectro de 6 GHz não vêm sem desafios. Chaves destaca a importância da regulamentação global para superar os obstáculos técnicos. 

“A interferência entre as faixas licenciadas e não licenciadas é algo que precisa de muita atenção, pois há uma concorrência de uso da largura de banda”, explica o palestrante.

Além disso, ele menciona a necessidade de resolver questões como capacidade e latência, que são problemas conhecidos em redes Wi-Fi

“Esse é um grande problema que precisa ser superado através de priorização de tráfego ou segmentação de redes para que dados críticos sejam tratados com prioridade”, destaca Chaves.

Mais um grande desafio é a necessidade de modernizar as infraestruturas antigas, como ressalta o representante da Educa Nextest: 

“Os equipamentos precisarão ser substituídos para operar nessa nova faixa de frequência, e haverá a necessidade de integrar redes legadas que operam nas faixas de 2.4 GHz e 5 GHz.”

Ele também aponta para a curva de aprendizado dos profissionais de telecomunicações, que terão que dominar novas tecnologias e superar paradigmas antigos.

As melhores práticas para otimização

Quando questionado sobre as melhores práticas para otimizar o desempenho do Wi-Fi 6E e do 5G, Chaves cita diversas técnicas já disponíveis no mercado. 

“Uma delas é a Seleção Dinâmica de Frequência (DFS), onde os sistemas identificam interferências de outros serviços e alteram automaticamente o canal para evitar congestionamento”, explica. 

Essa técnica é especialmente relevante em ambientes com múltiplos dispositivos conectados ao mesmo tempo, uma realidade cada vez mais comum com a popularização da Internet das Coisas (IoT).

Outra prática importante é a segmentação de redes, como o uso de VLANs e sub-redes, que permite que diferentes serviços operem de maneira independente. 

“A segmentação, combinada com a priorização de tráfego por meio de Qualidade de Serviço (QoS), ajuda a garantir que serviços críticos tenham a banda necessária para operar sem interrupções”, diz Chaves.

Além disso, ele sugere o monitoramento contínuo do desempenho da rede, permitindo ajustes dinâmicos que previnem quedas de qualidade. 

“Monitorar a rede em tempo real permite que os parâmetros sejam ajustados conforme necessário, assegurando o melhor desempenho possível para diferentes tipos de tráfego”, conclui nosso entrevistado.

A harmonização do espectro de 6 GHz para Wi-Fi 6E e 5G representa um avanço tecnológico essencial para garantir um futuro de conectividade robusta e eficiente. 

No entanto, como apontado por Chaves, esse processo enfrenta desafios técnicos, regulatórios e de implementação. 

A adoção de práticas como a Seleção Dinâmica de Frequência, a segmentação de redes e o monitoramento contínuo do desempenho são passos importantes para otimizar o uso dessas tecnologias.

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