A era da conectividade imersiva chegou para transformar a maneira como interagimos com o mundo, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional. Com a convergência de tecnologias como a Web3, a Inteligência Artificial (IA) e o 5G, a barreira entre o digital e o físico está se tornando cada vez mais tênue. 

Para cidadãos e empresas, essa transformação traz novas oportunidades, mas também desafios. A necessidade de adaptação a esse cenário imersivo se torna crucial, principalmente em setores que dependem da inovação constante.

Conversamos com Juliano Kimura, ativista digital e especialista em tecnologias emergentes, para entender como a conectividade imersiva está moldando o futuro. 

Kimura, que participou do Futurecom 2024, destacou a combinação dessas três tecnologias — Web3, IA e 5G — como fundamentais para o desenvolvimento de uma nova forma de viver e trabalhar no ambiente digital. A seguir, saiba mais!

O que é conectividade imersiva?

De acordo com Kimura, a conectividade imersiva é “o resultado de uma combinação de tecnologias avançadas que permitem o uso da internet em diferentes níveis de imersão, indo além de dispositivos convencionais como computadores e smartphones.” 

Ele explica que, com a conectividade imersiva, a integração entre o mundo real e o digital é facilitada por ferramentas como realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR) e realidade expandida (XR).

Essas tecnologias possibilitam experiências hiperconectadas, nas quais a interação visual é combinada com geolocalização e reconhecimento espacial. 

“A conectividade imersiva promove experiências simultâneas e fluidas”, enfatiza Kimura. 

Tal nível de interação redefine a forma como as pessoas consomem informações e serviços, criando novos patamares de interação, tanto no contexto urbano das cidades inteligentes quanto nas empresas que adotam estratégias digitais inovadoras.

5G: O combustível para a conectividade imersiva

Uma das grandes promessas para viabilizar a conectividade imersiva é o 5G. De acordo com Kimura, a velocidade e a baixa latência da nova geração de internet móvel são essenciais para suportar a demanda crescente por experiências digitais mais dinâmicas.

“Hoje, a velocidade da internet móvel não permite, por exemplo, acessar uma biblioteca de marcadores de realidade aumentada ou baixar gráficos 3D em tempo real de maneira eficiente”, explica o ativista digital. 

Ele salienta que, com o 5G, o upload e o download de dados, juntamente com a análise em tempo real do ambiente, são executados de forma fluida, permitindo uma imersão total e sem interrupções.

Para empresas, a implementação do 5G significa uma revolução no atendimento ao cliente, na produtividade interna e na capacidade de criar novas experiências digitais. 

O impacto disso pode ser observado em setores como varejo, onde interações imersivas podem substituir as tradicionais, e na indústria, onde a automação e a comunicação em tempo real aprimoram a eficiência operacional.

Inteligência Artificial: o motor da evolução digital

A Inteligência Artificial também tem um papel relevante na conectividade imersiva. Kimura aponta que “a IA vai impulsionar a conectividade em dois aspectos principais: no desenvolvimento de aplicações mais eficientes e na produção de equipamentos mais baratos e com melhor desempenho.” 

De acordo com o especialista, a combinação de IA e 5G permitirá a criação de soluções que vão além do imaginável, promovendo a automação de processos e a personalização de serviços em tempo real.

Uma das grandes apostas da conectividade imersiva é o uso da IA Generativa. Segundo Kimura, “a IA Generativa terá um impacto significativo em toda a cadeia produtiva, acelerando a tendência da conectividade imersiva em um curto período.” 

A IA Generativa pode criar, por exemplo, modelos 3D em realidade aumentada diretamente em dispositivos móveis, eliminando a necessidade de conexões poderosas para processamento. 

Isso permite que a experiência digital seja mais acessível e inclusiva, mesmo em áreas onde o 5G ainda não está completamente implantado.

A integração da IA na conectividade imersiva também afeta áreas como marketing e publicidade, onde a personalização de experiências será feita de forma automática e em tempo real. 

Segundo Kimura, as empresas que já estão investindo em IA para criar conteúdo e interações personalizadas ganham vantagem competitiva, Elas estão criando uma nova dinâmica no relacionamento com seus clientes.

Web3: a próxima fronteira da internet

Se a IA e o 5G impulsionam as bases da conectividade imersiva, a Web3 vem como a estrutura que torna tudo possível de maneira segura e descentralizada. 

“A Web3, baseada na tecnologia blockchain, será um pilar fundamental para as novas experiências imersivas”, afirma Kimura. 

Ele destaca que essa tecnologia permitirá transações financeiras e contratuais diretamente no ambiente digital, sem a necessidade de intermediários, proporcionando uma experiência completa de conectividade.

A Web3 está se tornando essencial para setores que envolvem transações, como o comércio eletrônico e o mercado imobiliário. Kimura exemplifica: 

“Imagine visitar uma loja de carros e, usando óculos de realidade aumentada, visualizar as especificações, preços e formas de pagamento. Com simples gestos, você finaliza a compra com assinatura digital e pagamentos em criptomoedas.” 

Esse cenário, que já parece avançado, em breve poderá ser parte do dia a dia de consumidores em todo o mundo.

Para as empresas, a Web3 representa uma nova forma de operar, com maior segurança e agilidade nas transações, além de oferecer novas oportunidades de negócio por meio de contratos inteligentes e transações descentralizadas.

O futuro da conectividade imersiva

Quando perguntado sobre as tendências futuras, Kimura é enfático ao dizer que “essas tecnologias irão convergir, tornando as fronteiras entre o mundo real e o virtual praticamente invisíveis.” 

Ele acredita que, assim como a eletricidade e a internet, a conectividade imersiva fará parte da vida cotidiana, muitas vezes de maneira imperceptível.

O uso combinado de 5G, IA e Web3 promete criar nas quais será difícil distinguir o que é físico do que é digital. “Em breve, será difícil distinguir uma experiência física de uma digital híbrida”, afirma Kimura, que vê essa tendência como inevitável.

No entanto, os desafios não são poucos. Empresas e cidadãos precisarão adaptar-se a essa nova realidade, que exigirá novas formas de pensar e de interagir com o mundo. 

A conectividade imersiva abrirá portas para inovação e colaboração, mas também exigirá um olhar atento para questões como privacidade, segurança e o impacto social dessas novas tecnologias.

A era da conectividade imersiva está apenas começando, e a sua influência no futuro será profunda. Sem dúvida, isso afetará a forma como trabalhamos, como vivemos, como consumimos e como nos conectamos uns com os outros.

Explore como a Inteligência Artificial e outras tecnologias disruptivas estão moldando diversos setores da sociedade conforme os painéis do Futurecom 2024!