No atual cenário de constante evolução tecnológica, as ameaças digitais se tornam cada vez mais sofisticadas. 

Por isso, a figura do profissional de cibersegurança está ganhando contornos cada vez mais estratégicos dentro das organizações. 

Acompanhando essa transformação, conversamos com Cristiano Breder, Sr. Account Executive Cybersecurity da Motorola Solutions. 

Ele compartilhou conosco a sua visão sobre a evolução desse perfil profissional nos últimos anos, bem como as principais competências necessárias para enfrentar os desafios da cibersegurança na era digital. Leia, a seguir!

A evolução do profissional de cibersegurança

Nos últimos anos, observou-se uma evolução significativa no perfil do profissional de cibersegurança, como aponta Breder. 

De acordo com ele, as principais mudanças envolvem os seguintes fatores:

Maior especialização

“Os profissionais de cibersegurança estão se tornando cada vez mais especializados em áreas específicas, como análise de dados, inteligência de ameaças, segurança em nuvem e segurança de dispositivos móveis. 

Não só as habilidades técnicas, os profissionais de cibersegurança também precisam ter habilidades em comunicação e análise de riscos”.

Adoção de IA e automação

“A Inteligência Artificial e a automação estão sendo cada vez mais utilizadas para fortalecer as defesas cibernéticas e ajudar os profissionais de segurança a lidar com ameaças avançadas em tempo real”.

Conhecimento em conformidade e regulamentações

“Com o aumento das regulamentações de segurança de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), os profissionais de cibersegurança precisam entender profundamente essas leis e como aplicá-las nas organizações”.

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Proatividade

“Em vez de apenas reagir a incidentes, os profissionais de cibersegurança precisam atuar mais em estratégias proativas de prevenção, como detecção precoce de vulnerabilidades com uso da IA e inteligência acionável sobre ameaças”.

Transição do especialista em cibersegurança para um papel estratégico

A transição de um papel puramente técnico para um mais estratégico envolve mudanças significativas. No entendimento de Breder, são elas:

Lei e conformidade

“As regulamentações de privacidade de dados e conformidade se tornaram mais rigorosas”.

Complexidade tecnológica

“Com a rápida evolução da tecnologia, os profissionais de cibersegurança precisam entender não apenas os aspectos técnicos, mas também as implicações de segurança em toda a infraestrutura digital”.

Evolução das ameaças

“As ameaças cibernéticas se tornaram mais sofisticadas e diversificadas, exigindo automação e IA para uma defesa mais adequada. 

Os atacantes, atualmente, estão utilizando IA e quem defende precisa evoluir com velocidade compatível”.

Desafios e demandas atuais

“A cibersegurança não é mais apenas uma preocupação técnica, mas também uma consideração estratégica para as organizações”, destaca Breder.

O especialista comenta que as violações de segurança podem ter impactos significativos nos negócios e na reputação da empresa.

Nas palavras de Breder: “A cibersegurança continua sendo um desafio sobre como as organizações mapeiam e gerenciam seus riscos. Nesse contexto, os profissionais da área seguem desempenhando um papel fundamental na identificação, avaliação e mitigação de riscos cibernéticos, e devem apoiar as organizações a tomar decisões relevantes para melhorar a postura de proteção cibernetica”.

O representante da Motorola também comenta que, à medida que os ataques evoluem, as organizações também precisam evoluir em estratégia.

Preparação para o futuro

Para se adaptar a um papel mais estratégico, Breder sugere que os profissionais invistam em educação continuada, certificações, cursos de gestão de negócios e desenvolvimento de liderança. 

“Outro ponto importante é o investimento em networking e colaboração, construindo relacionamentos com colegas de outras áreas para promover a colaboração e alinhar as estratégias de segurança cibernética com as necessidades organizacionais”, diz o entrevistado.

Tendências emergentes na área de cibersegurança

Olhando para o futuro, Breder aponta para tendências que continuarão a moldar o perfil do profissional de cibersegurança. São elas:

  • Ciberataques mais avançados e sofisticados: “os ataques de ransomware serão cada vez mais eficientes”;
  • Trabalho remoto, segurança em nuvem e perimetral: “com mais pessoas trabalhando remotamente, a segurança perimetral está em constante evolução”;
  • Abordagem centrada: “os profissionais de cibersegurança precisarão adotar abordagens mais centradas em identidade e proteção de dados em qualquer lugar”;
  • Inteligência Artificial e machine learning: “a crescente adoção de IA e aprendizado de máquina na cibersegurança exigirá que os profissionais de segurança tenham habilidades para usar essas tecnologias”;
  • Internet das Coisas (IoT): “com o aumento dos dispositivos IoT, os profissionais de cibersegurança precisarão entender e proteger uma gama mais ampla de dispositivos conectados e ainda não gerenciados plenamente”.

A partir da conversa com Breder, podemos compreender, portanto, que o profissional de cibersegurança de hoje precisa estar preparado para enfrentar os desafios atuais mas também antecipar as tendências futuras. 

Como aponta o executivo da Motorola, a especialização, a proatividade e a capacidade de alinhar a segurança cibernética com as estratégias de negócios são aspectos chave para os profissionais se destacarem.

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