O Futurecom 2022 iniciou seu segundo dia nesta quarta-feira, dia 19 de outubro, com um novo painel do Future Payment, congresso dedicado à discussão do uso da tecnologia na revolução dos meios de pagamento e serviços financeiros.
Com o tema “O impacto do 5G nos meios eletrônicos de pagamentos”, o painel teve a mediação de Antonio João Filho, Diretor da Claro, e participações de Marcelo Haddad, Head de Produtos da Neon; Fábio Levi, Sênior de Produtos do Mercado Pago; Claíse Muller Raúber, Diretora de Produtos da Banrisul, e Augusto Nellesen, Superintendente de Soluções de Redes e Data Center do Itaú.
“No 5G o atendimento de mercado de pessoa física é um dos segmentos que essa infraestrutura vai atender, e ela poderá ser segmentada de tal forma que teremos aplicações específicas para cada fatia da sociedade, como serviços financeiros, atendimento, hotelaria, todas elas serão beneficiadas com o 5G”, afirmou Antonio João Filho logo no início da palestra.
Os impactos do 5G na atividade financeira
Prosseguindo em sua introdução, Filho relatou que alguns aspectos no setor financeiro serão profundamente alterados com a efetiva implementação do 5G, como a aceleração da cloudificação, melhoria dos processos, maior engajamento com os clientes, prevenção e detecção de fraudes em tempo real, concessão mais rápida de seguros e créditos e diversificação do e-payment, os pagamentos digitais.
“Um aparelho de ar condicionado que está conectado e que sinaliza que precisa trocar o filtro. Este aparelho recebeu, no momento de sua instalação, a instrução de que deveria comprar com o menor preço e tempo de entrega possível um novo filtro, então o próprio aparelho conduzirá a compra de forma automatizada”, comentou.
Apresentando a visão do Itaú sobre o tema, Nellesen destacou que a instituição já percebeu um grande salto de qualidade do 3G para o 4G, e que mudanças ainda mais significativas já estão sendo vistas com os recentes testes do 5G.
“Isso na agência possibilita por exemplo mais chamadas de vídeo com qualidade. De cara já vemos uma eficiência interna, saltando para o 5G, pulando de 120 mega para 600 mega, estudando como reduzir a latência, já que ela não melhora por magia, e estamos aprendendo como fazer, e temos o lado de como melhorar isso para o banco como produto, trazendo soluções para os clientes”, afirmou.
As mudanças que o 5G já está trazendo para o setor bancário
Nellesen prosseguiu, citando exemplos de ações que o Itaú tem desenvolvido de olho nessas mudanças trazidas pelo 5G.
“Um dos segmentos que mais me chamam atenção é o mobile app. Hoje 93% dos clientes do Itaú interagem conosco através do app, e queremos dar uma experiência diferente para clientes que já estão em redes de alta velocidade”, observou.
De forma semelhante, Claíse Muller Raúber também citou a visão que o Banrisul tem do tema.
“Antes de chegar nisso a gente tem um grande desafio que é pensar qual é o modelo de negócio para que essa questão do omnichannel, como foi comentado, de que o cliente tenha uma experiência fluida, pois iremos conviver por muito tempo com o 4G passando para o 5G, com as duas tecnologias ao mesmo tempo”, refletiu.
Fábio Levi, por sua vez, destacou que tecnologias relativamente recentes, entre elas o WhatsApp e o PIX, trouxeram novidades ao setor. Segundo ele, o 5G poderá potencializar e trazer ainda mais soluções para os meios de pagamento digitais.
“Quanto mais dados e input eu tiver, melhor eu conseguirei trabalhar, aprovando a pontuação dele, oferecendo um melhor score. Eu não sei quais são todas as soluções, mas as dores são muito latentes, e não tenho dúvidas de que essa tecnologia virá para ajudar”, comentou.
Investimento em cobertura e dispositivos para o 5G nas finanças
“A nossa missão na Neon é reduzir desigualdades através de serviços financeiros mais justos, e vejo o 5G como mais um viabilizador para que isso aconteça. E vejo um mundo para que isso aconteça”, ponderou Marcelo Haddad.
Apesar de exaltar as muitas possibilidades que o 5G traz, o executivo faz um apontamento de que é preciso também atentar para outros pontos, como os dispositivos utilizados pela população e a cobertura ofertada.
“Quando a gente olha para o nosso cliente, as dores vão além da velocidade da conexão. Muitas vezes o próprio device é uma dor, e tem a questão da cobertura também, assim como o fato de que o dispositivo precisa estar compatível com a rede 5G. Então, até que isso aconteça, a gente vê um movimento de médio prazo até que os clientes sintam na pele os benefícios do 5G”, afirmou.
Prosseguindo, Haddad citou ainda como uma rede mais robusta poderá oferecer soluções variadas, que incluem mais serviços de educação financeira voltados para pequenos empresários, o que, por sua vez, traz mais dinamismo ao setor financeiro.
Uso de dados e mudanças tecnológicas no combate às fraudes
Falando sobre um tema recorrente quando o assunto são os novos meios eletrônicos de pagamento, Levi apontou a importância que a nova tecnologia de conectividade trará também para o combate às fraudes.
“O que a gente tem como prioridade é que o dado do cliente seja usado apenas em benefício dele, desde que ele o conceda. Temos falado que vamos ter a infraestrutura, que os benefícios estarão aí, e qual é a nossa responsabilidade como detentores do dado?”, questionou ele.
O representante do Mercado Pago observou que cuidar dos dados é primordial para garantir a segurança dos clientes e garantir a igualdade no segmento, apontando ainda que é preciso conquistar a confiança do cliente para realizar o uso dos dados, e, então, utilizar essas informações com sabedoria.
“Como eu consigo dar a segurança? O PIX nos trouxe um aprendizado muito grande, porque o brasileiro é criativo, e nosso regulador é perfeito, pois nos impõe necessidades que tivemos que rebolar para cumprir”, refletiu Claíse Raúber.
Ela prosseguiu, destacando uma visão semelhante sobre como as instituições precisam investir cada vez mais na segurança para garantir o cuidado com os dados dos clientes e auxiliar na migração para o Open Finance.
“O cliente é dono do seu dado, mas ele precisa confiar em mim para me passar esse dado. Então um trabalho muito intenso que temos feito no Banrisul, e acredito que em todas instituições, é a questão da segurança na tecnologia. Cada vez mais os dados vão ser compartilhados, e hoje o cliente ainda tem receio de dar esse consentimento, como falamos no Open Finance, mas porque é novo”, afirmou.
“Eu acho que o aumento na capacidade de dados aumenta a segurança dos produtos, pois cada vez que você tem mais informações sobre geolocalização, mais nitidez na autenticação, como na biometria, então você otimiza seus processos de segurança”, complementou Haddad, da Neon.
A conversa seguiu abordando pontos de grande importância como a necessidade de transformar tais dados em informações, assim como em realizar investimentos para que os serviços financeiros estejam prontos para as novidades do 5G.
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