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A chegada da internet 5G vem sendo muito aguardada pelas empresas e usuários, de modo geral. Afinal, são muitas as aplicações que poderão ser dadas à nova geração da conectividade.

No entanto, na visão de muitos especialistas, a tendência é que os negócios possam aproveitar o 5G antes dos consumidores comuns.

Estima-se que, após a implementação no meio corporativo, inicie-se uma massificação da tecnologia, de forma gradual.

Quem conversou conosco sobre isso foi Michel Araújo, vice-presidente da Infovista, empresa especializada em serviços 5G. 

Acompanhe a entrevista na íntegra!

Como está a questão da implementação do 5G no Brasil?

Michel Araújo: “O 5G no Brasil teve o cronograma de implementação nacional impactado pela questão da banda C, ocupada atualmente pelo sinal de parabólicas – TV aberta, que deve ser totalmente migrado para a banda Ku e terá todo o processo coordenado pela Entidade Administradora da Faixa (EAF). 

Além disso, o debate conduzido pela ANATEL acerca desse assunto acabou consumindo um tempo maior no país. A previsão é que até o final deste ano todas as capitais brasileiras, começando por Brasília, já possuam o 5G standalone (“5G puro”) disponível aos clientes das maiores operadoras. 

Por conta de todas essas alterações, estima-se que 10 milhões de famílias de baixa renda precisarão de novos equipamentos para manterem seu sinal de TV aberta funcionando.”

Qual é a real vocação do 5G nos âmbitos corporativo e industrial?

Michel Araújo: “O 5G possibilita o desenvolvimento real da quarta revolução industrial. No setor de logística, por meio da Internet das Coisas, os usuários poderão acompanhar suas encomendas além do que já é feito atualmente, inclusive o trajeto pelas estradas. 

Outra possibilidade é no setor automotivo, em que carros conectados dirigem automaticamente para uma oficina ou assistência 24 horas quando problemas forem detectados. 

Já na área da saúde, é bem provável que o número de cirurgias à distância aumente consideravelmente, já que o 5G oferece uma baixíssima latência. 

No agronegócio, veremos cada vez mais drones automatizados, controlados por Inteligência Artificial, capazes de detectar uma praga na plantação ainda no início, assim como diminuir o uso de defensivos agrícolas de forma mais inteligente. 

Toda essa inteligência pode favorecer alimentos mais baratos e com maior qualidade, devido às baixas perdas na produção. 

A tecnologia, aliada ao Cloud, à Inteligência Artificial e ao IoT, possibilitará o surgimento de modelos de negócios que ainda nem existem, principalmente no mundo corporativo.”

Após chegar nos negócios, como a tecnologia 5G impactará os usuários comuns?

Michel Araújo: “De forma indireta, impactará praticamente em todas as áreas do dia a dia. 

Já diretamente, o impacto será por meio dos celulares e todos os dispositivos que possuem conexão com a internet, que além de ser mais rápida, será mais confiável e terá menor tempo de transmissão do conteúdo.”

Além dos negócios, o que mais deverá ser impulsionado pelo 5G?

Michel Araújo: “São inúmeros os exemplos! Serviços que antes dependiam de interação presencial, poderão ser disponibilizados para pessoas que residem distantes dos centros urbanos, onde antes eram impossíveis de serem desenvolvidos. 

Da mesma forma, estão os serviços públicos de saúde, segurança e educação, pois enxergamos inúmeras possibilidades de ganhos sociais com o 5G. 

Tudo depende de o Estado fazer a sua parte, realizando os investimentos necessários, regulamentando e desburocratizando os serviços, estabelecendo responsabilidades e protocolos corretos.”

De fato, o 5G deverá impactar diretamente as nossas vidas e rotinas. Mas, a tecnologia nem bem foi implementada e já há projeções também para a internet 6G. 

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