Em julho de 2020 foi sancionada pelo Planalto a Lei nº 14.026/2020, conhecida como o Marco Legal do Saneamento.
O texto divide opiniões, tendo em vista que permite uma maior inserção das empresas privadas nos serviços públicos de saneamento básico.
Questões políticas à parte, um dos principais assuntos tratados pelo Marco é o uso da tecnologia no saneamento.
Discutimos sobre esse tema com o professor Eduardo Endo, que é coordenador do MBA em Tech Driven do Centro Universitário FIAP.
Siga a leitura e veja as percepções que o especialista tem sobre esse assunto.
Sobre o novo Marco Legal do Saneamento
Eduardo Endo explica que o Governo Federal tem como meta alcançar a universalização até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e à coleta de esgoto.
Ele ainda conta que os governantes pretendem desenvolver ações para diminuir os desperdícios e aproveitar a água da chuva.
“No mundo da tecnologia, já existem diversas iniciativas relacionadas à busca de soluções para a melhoria do bem-estar do ser humano por um preço mais acessível. Normalmente, essas soluções, que têm um viés ecológico e de controle de consumo, estão cada vez mais dentro das vidas das pessoas”, comenta Endo.
Tecnologia no saneamento: entenda como os recursos tecnológicos podem ser usados
Questionado sobre os principais recursos da tecnologia que podem ser usados para melhorar o saneamento, Endo listou alguns dos principais. Veja abaixo!
Inteligência Artificial e Big Data
De acordo com o professor, os recursos de inteligência artificial e Big Data podem rastrear e coletar dados para fazer análises e um melhor planejamento das redes de água e esgoto.
Dispositivos IOT
Endo explica que os dispositivos de IOT podem gerenciar o consumo de casas e pontos de fornecimento e coleta. Ainda nesse sentido, a comunicação de dados pode ser facilitada, utilizando recursos como o QR Code.
Transmissão de dados via RFID
Outra tendência, na visão do professor, é a transmissão de dados via RFID para as leituras de coleta de dados e outras situações.
Segundo Endo, essas soluções já existem, mas ainda estão muito restritas a uma única parcela da população. A tendência é que, com o passar dos anos, a tecnologia no saneamento evolua.
“Como sempre acontece quando se trata de tecnologia, essas soluções devem diminuir de preço e se tornar ainda mais massivas e com condições de ajudar na meta do governo”, afirma o especialista.
Inovação para o cumprimento do Marco Legal do Saneamento
Endo acredita que, para que as metas do novo Marco Legal do Saneamento sejam cumpridas, não basta dispor de diversos recursos tecnológicos.
O professor pensa ser necessário trabalhar de forma regionalizada, utilizando as tecnologias que sejam pertinentes para cada região do país. Como somos um país muito grande, as necessidades são muito diferentes de uma localidade para outra.
“Quanto à inovação, acredito que a utilização de metodologia de criatividade e inovação por meio de hackathons e desafios podem estimular as pessoas a encontrar soluções criativas mais específicas para o problema, dado que este tema já foi amplamente discutido e exige soluções que, muitas vezes, são peculiares a cada região, cada população e, principalmente, à situação financeira da área. Com certeza, a solução para um bairro da periferia de São Paulo é bem diferente de outra do interior do Pernambuco”, exemplifica.
O uso da tecnologia é de fundamental importância para que o governo atual e os futuros possam cumprir as metas do Marco Legal do Saneamento. Mais uma vez fica provado como os recursos tecnológicos podem ajudar a população a ter mais qualidade de vida, em todos os aspectos.
Outra área em que a tecnologia está avançando muito é a agricultura. Saiba mais em nosso artigo que fala sobre o uso do 5G no setor rural brasileiro.
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