Os meios de pagamento estão evoluindo tanto que muitas pessoas já perderam o costume de usar dinheiro de papel para pagar as suas contas. O avanço desses métodos foi tamanho que alguns analistas financeiros defendem a redução da impressão das cédulas, como mostra uma reportagem do Estado de Minas.
Entre as novidades mais recentes para realizar pagamentos está o WhatsApp Pay. Conversamos sobre o assunto com a Loise Nascimento, que é líder do Comitê de Fintechs & Meios de Pagamento da Associação Brasileira Online to Offline. Confira a seguir!
O que é e como funciona o WhatsApp Pay?
Nascimento explica que o WhatsApp Pay é um meio de pagamento que permite que os usuários do mensageiro WhatsApp enviem dinheiro uns para os outros sem o intermédio dos aplicativos de bancos e a necessidade de sair de uma conversa.
Para usar o WhatsApp Pay, o usuário deve ser maior de 18 anos e ter um cartão de débito de um dos bancos parceiros do serviço. Para o usuário, as transações são totalmente gratuitas.
Há ainda um limite de R$ 1 mil por transação e cada usuário só pode receber 20 transações por dia. Mensalmente, o valor recebido não deve exceder R$ 5 mil.
Os valores são baixos porque a ideia do WhatsApp Pay é servir como um meio de transações para amigos e familiares. Ele serve para você devolver o dinheiro de um almoço que o seu colega de trabalho pagou para você um dia que você esqueceu a carteira no escritório, por exemplo.
Para usar o serviço, basta cadastrar o cartão de um dos bancos parceiros no WhatsApp. Lembre-se, no entanto, que o contato para o qual você enviará dinheiro também deve estar cadastrado nessa função.
Atualmente, as instituições bancárias que permitem aos seus usuários cadastrarem o cartão no WhatsApp Pay são: Banco do Brasil, Inter, Bradesco, Itaú, Mercado Pago, Next, Nubank, Sicredi e Woop.
Vale lembrar que o WhatsApp Pay é um serviço legal e autorizado em nosso país. Sobre isso, Nascimento comenta: “Para o Banco Central do Brasil, as empresas que detém esse modelo de negócio são classificadas como instituições de pagamento iniciadoras de transação e precisam ser autorizadas para oferecer esse serviço”.
As novidades nos meios de pagamento
Para Nascimento, o mercado de meios de pagamentos é muito dinâmico e se molda por si só. A diferença é que nos últimos anos houve uma migração de um sistema muito focado na área bancária para um sistema que permite a entrada de novos formatos de negócios, que não necessariamente nasceram no sistema financeiro.
A especialista afirma que o PIX foi um grande impulsionador para que novidades surgissem, permitindo mudanças de paradigmas e quebra de barreiras.
“Com a entrada do PIX, cujo provedor da solução é o próprio regulador, correspondente bancário digital, iniciador de transação de pagamento, fintechs de crédito e incentivos ao desenvolvimento do mercado de capitais, o mercado de forma generalizada vem sentindo o poder exponencial e disruptivo de novos meios de pagamento”, comenta Nascimento.
Desafios enfrentados pelos novos meios de pagamento
“O cliente de hoje é muito diferente daquele dos anos 2000”, opina Nascimento. Na visão da especialista, com a pandemia ficou mais evidente a capacidade de mudança de hábitos, formas de agir e pensar e até mesmo utilizar plataformas digitais, pelos consumidores.
Ela acredita que esse fator desafia o mercado de meios de pagamento em enfrentar as constantes mudanças, assim como instiga o regulador, especificamente do mercado financeiro, na reorganização do sistema atual para que seja coerente e compatível com as necessidades reais de tais consumidores.
Dessa forma, na visão da especialista em finanças: “os desafios que se colocam para os novos meios de pagamento estão diretamente relacionados com a forma como o regulador conduzirá a normatização de determinado modelo de negócio, assim como atuará na supervisão das operações das entidades, a princípio, autorizadas a funcionar por ele”.
Você já utiliza o WhatsApp Pay e outros nos novos meios de pagamento? Certamente, esse é um caminho sem volta e o dinheiro de papel será cada vez mais raro.
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