Cunhado por Jack Dorsey, conhecido por ter sido o fundador e CEO do Twitter, o termo “Web 5.0” ainda coloca um ponto de interrogação na cabeça da maioria de nós. Isso porque ainda estamos nos ambientando aos conceitos da Web 3.0, mas a versão 5.0 já está em desenvolvimento.

De forma bastante resumida, podemos dizer que a quinta geração da World Wide Web (o famoso WWW) irá unir a descentralização que começa a ser aplicada na Web 3.0 com o uso massivo de Inteligência Artificial (IA) e blockchain.

Além disso, prevê-se que a Web 5.0 use também conceitos da Web 2.0, que é a mais conhecida por nós e que apresentou o conceito do uso da rede para fins sociais e de interação. 

Para tentar descomplicar um pouco, conversamos com Eduardo Augusto, CEO da IDK, commtech brasileira, que nos falou sobre suas visões do conceito ainda bastante abstrato mas já bastante debatido e comentado.

Leia a entrevista completa na sequência!

O que é a Web 5.0 e como ela se diferencia das gerações anteriores da web?

Eduardo Augusto: “Sobre o termo Web 5.0, creio que ele leva este nome por ser apenas a sequência do que já vem acontecendo há alguns anos em todas as evoluções que tivemos na internet. Mas não acredito que teremos uma Web 5.0.  

Em minha opinião,  teremos uma revolução muito maior, muito mais impactante que vai na linha do que a futurista e palestrante Amy Webb acredita. Amy chama essa nova era de AISMOSIS. 

De acordo com Webb, o próximo passo não será uma atualização como tivemos das últimas vezes. Será uma era completamente diferente, em que as máquinas trocarão informações entre si (de fontes de dados inimagináveis).  

Penso que o termo AISMOSIS representa melhor a era que vivemos atualmente. São máquinas que transformam texto em praticamente qualquer coisa. Texto, imagem, áudio, vídeo, montagens, até mesmo a criação de proteínas está sendo produzida a partir de IAs.” 

Quais são as tecnologias-chave que estão impulsionando o desenvolvimento da Web 5.0?

Eduardo Augusto: “Estamos em uma franca expansão do metaverso (ele não morreu, não se engane). Temos a utilização em massa de IAs que convertem texto em qualquer coisa. 

Estamos entrando na era das IAs generativas (Generative AI), que também terão um papel importante nesta mudança.”

Quais são os principais benefícios e impactos esperados da Web 5.0?

Eduardo Augusto: “Posso enxergar várias vantagens da Web 5.0. Entretanto, como toda grande revolução, ainda não sabemos o verdadeiro potencial que está por vir. Estamos falando de mudanças significativas na forma de trabalhar em muitos segmentos de mercado, até mesmo a extinção de alguns outros.  

Como principal problema para esta nossa era,  aponto a curadoria dos dados que são inseridos e trabalhados em todos os sistemas de Inteligência Artificial. 

O enviesamento das informações pode fazer com que grandes ferramentas, que nasceram com um bom propósito, acabem potencializando ainda mais as desigualdades e problemas sociais que vivemos há séculos.” 

Quais são os desafios e obstáculos que podem surgir na adoção da Web 5.0?

Eduardo Augusto: “Vivemos em um mundo conectado. Hoje, para se ter uma ideia, temos no Brasil praticamente o dobro da população conectada em dispositivos móveis. 

E, ainda assim, sabemos das fragilidades existentes em muitas regiões como, por exemplo, a falta de saneamento básico e outras desigualdades sociais e econômicas. 

Muitos países emergentes também sofrem com o mesmo problema. Acredito que os obstáculos seriam manter, de certa forma, uma evolução equiparada para esses países. 

Novamente, não creio que estamos vivendo uma atualização da internet, mas sim entrando em uma nova era. Uma revolução tão grande quanto foi a industrial no século XVIII.”

Quais as possíveis tendências da Web 5.0 e quais setores e indústrias são mais propensos a se beneficiar dela?

Eduardo Augusto: “Os principais estudos apontam que essa nova era vai beneficiar diversas áreas de uma só vez. Os segmentos mais promissores, na minha visão, são no campo da saúde, tecnologia e dados. A conectividade estará em alta e praticamente todas as coisas serão transformadas em  dados válidos que podem ser usados na IA.

A utilização do metaverso na área médica, da engenharia e de serviços será tendência. Imagine um mecânico fazendo manutenção em um veículo, utilizando um óculos VR que traz informações sobre o automóvel, suas peças e dizendo como montar.

Na saúde, a  tecnologia estará no investimento em grandes centros cirúrgicos remotos para locais onde as pessoas mais precisam. A educação nas faculdades será outra com a implementação da Realidade Expandida (XR). 

Novos modelos e postos de trabalho serão criados imediatamente, além de novas áreas de  serviço e indústria, que precisarão de especialistas para uso correto das novas tecnologias. São inúmeras possibilidades e benefícios que poderemos colher com essa nova era.”

Continue em nosso canal digital! Confira também nosso conteúdo sobre web 3.0: o que é e suas tendências.