O mercado de trabalho na área de engenharia está em constante evolução, impulsionado por avanços tecnológicos rápidos e mudanças nas demandas da indústria. 

Diante desse cenário, as instituições de ensino superior têm uma missão essencial na preparação dos futuros profissionais para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades desse setor dinâmico. 

A formação acadêmica não se resume apenas ao conhecimento teórico; é essencial que os estudantes adquiram habilidades práticas e uma compreensão aprofundada do contexto do mercado de trabalho.

Para explorar esse tema em profundidade, entrevistamos o professor Marcos Alberto Bussab, gestor dos cursos de Engenharia da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). 

Ele nos falou sobre as lacunas existentes entre a educação superior e as necessidades do mercado, além de discutir as soluções possíveis para aproximar esses dois mundos. Acompanhe!

Lacunas entre a educação superior e as demandas do mercado

“Uma das principais lacunas que observamos é a falta de habilidades técnicas específicas e experiência prática”, afirma o professor Bussab. 

“Os estudantes muitas vezes saem da universidade com um bom conhecimento teórico, mas carecem de prática em ambientes reais”, afirma ele.

O docente acredita que as habilidades de comunicação e pensamento crítico também são frequentemente subestimadas.

Dentro desse contexto, as instituições de ensino devem buscar meios para adaptar os currículos dos cursos de Engenharia, para que eles superem tais obstáculos.

Desafios na preparação dos estudantes

No entendimento de Bussab, os principais desafios que as faculdades têm para preparar os estudantes são:

  • Atualização curricular: “manter os currículos atualizados e alinhados com as demandas do mercado de trabalho é um desafio constante, especialmente em áreas de rápida evolução tecnológica”;
  • Ausência de recursos: “a falta de recursos financeiros, humanos e tecnológicos pode limitar a capacidade das instituições de oferecer programas de alta qualidade e proporcionar experiências de aprendizado práticas e atualizadas”; e
  • Conexão com a indústria: “estabelecer e manter parcerias sólidas com empresas e profissionais da indústria é fundamental para garantir que os programas acadêmicos atendam às necessidades do mercado de trabalho”.

Parcerias entre universidades e empresas: uma solução para inserir estudantes no mercado

Para Bussab, universidades e empresas podem estabelecer parcerias significativas para promover uma maior integração entre a educação e as demandas do mercado de trabalho. 

“Uma forma é oferecer oportunidades de estágio aos estudantes, permitindo-lhes ganhar experiência prática em ambientes reais”, diz o professor.

O docente da USCS também aponta que as empresas podem ser convidadas a participar de projetos de pesquisa. A ideia é abordar desafios técnicos para estudantes e profissionais já atuantes.

Mentorias oferecidas pelas empresas também são altamente benéficas. “Esses programas ajudam os alunos a desenvolver habilidades técnicas e não técnicas e a entender melhor as oportunidades de carreira na indústria”, diz Bussab. 

A participação em feiras de carreiras e de recrutamento é outra estratégia eficaz. “Esses eventos permitem que as empresas identifiquem e atraiam talentos promissores para oportunidades de emprego e estágio”, afirma Bussab. 

Iniciativas de sucesso: veja alguns exemplos de parcerias que deram certo

Bussab nos apresentou algumas iniciativas que deram certo, no que se refere às parcerias entre empresas e instituições de ensino. São elas:

  • Programa Empresa-Escola (PEE) da Universidade de São Paulo (USP): “permite que os alunos realizem estágios em empresas parceiras”;
  • Centro de Inovação em Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): “promove parcerias entre a universidade e empresas do setor para desenvolver soluções inovadoras”;
  • Programa de desenvolvimento de tecnologias: “A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) estabeleceram colaborações com montadoras de automóveis, como a Volkswagen e a General Motors, para desenvolver projetos de pesquisa e inovação em áreas como veículos elétricos, tecnologias de segurança e sistemas de propulsão alternativos”.

Além desses casos, Bussab afirma que: “Diversas empresas do setor de tecnologia, como Google, Microsoft e IBM, estabeleceram parcerias com universidades brasileiras para oferecer programas de capacitação, estágios e projetos de pesquisa em áreas como inteligência artificial, computação em nuvem e segurança cibernética”.

Com toda a certeza, a aproximação entre as instituições de Ensino Superior e as empresas da área são muito importantes para a formação de profissionais qualificados. Isso é benéfico para toda a sociedade, que contará cada vez mais com especialistas competentes em diferentes áreas do conhecimento. 

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