Assim como diversos outros setores da sociedade, a segurança pública também está avançando e chegando a um novo estágio de evolução. Chamada de segurança pública 4.0, a modalidade traz conceitos que utilizam as novas tecnologias para oferecer um serviço de maior qualidade.

É justamente nesse cenário que o 5G se apresenta como um facilitador de tais mudanças. O assunto foi debatido na palestra “Segurança Pública 4.0 impulsionada pelo avanço do 5G no Brasil”, realizada na seção Future Gov do Futurecom 2022.

A apresentação foi realizada por David de Oliveira Penha, Coordenador-Geral de Aprimoramento do Ambiente de Investimentos do Ministério das Comunicações, e Claudio Procida, Coordenador da Academia Abese – Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança.

Continue lendo e veja o que os palestrantes falaram sobre a segurança pública 4.0 e suas novas possibilidades com o 5G!

O avanço da conectividade em áreas remotas e sua relação com a segurança pública

Iniciando a palestra, Penha destacou que o leilão do 5G teve como premissa a contrapartida de que as empresas que adquiriram as concessões para implementar e utilizar a tecnologia invistam em maior conectividade para áreas diversas do país.

“Quando você caminha para a região Norte, interior do Nordeste e Norte de Minas Gerais, você tem esse gap, essa ausência de conectividade, e o interessante do edital é que tem um caráter não arrecadatório, o que irá possibilitar por exemplo a cobertura 4G em 35 mil kms de estradas”, apontou.

Ele prosseguiu, comentando sobre um dos programas do Ministério das Comunicações visando o alcance da conectividade 4G e 5G para áreas de acesso mais complexo situadas na região Norte do Brasil.

“Existe um programa do Ministério hoje que chama Norte Conectado, que vão ser lançados cabos subfluviais para fazer com que a conectividade chegue também nos municípios da região Norte”, comentou.

Falando especificamente sobre a segurança pública, o Coordenador-Geral do Ministério observou que esse avanço da conectividade trará as possibilidades para que esse aspecto se desenvolva com benefícios para a população. Ele explica:

“Conectividade é fundamental para a segurança pública em si, e a segurança pública 4.0 é um upgrade dentro do contexto do 5G, que permite maior conectividade, menor latência. Tenham isso em mente: sem conectividade nós não fazemos hoje em dia muita coisa, pois vivemos por meio do acesso à internet.”

O atual cenário do mercado de segurança pública com base nos avanços digitais

Na sequência da palestra, Claudio Procida, da Academia Abese, explicou um pouco sobre as funções da entidade, que representa as empresas que criam soluções de segurança com uso digital para os setores público e privado.

“A gente desenvolveu junto com a Polícia Federal e alguns órgãos do governo uma lei específica que está tramitando e está para ser aprovada, e que vai regular as empresas em sua atuação dentro do mercado”, comentou.

Ele acrescenta: “Nós temos um selo de qualidade específico do segmento, existem verticais dentro desse segmento como rastreamento, portaria remota, videomonitoramento, entre outras que tem que seguir esse selo para atender aos padrões que o consumidor exige.”

Claudio citou ainda que a Abese também promove cursos e certificações para empresas do ramo, visando desenvolver a segurança pública digital. O especialista também comentou que a entidade faz simpósios regionais e o Congresso Abese, que apresenta uma pesquisa anual sobre as ações da entidade.

Ele destaca que o mercado que a entidade representa registrou um faturamento em 2021 na casa dos 9,24 bilhões de reais.

“Nós temos 40% dessas 31 mil empresas sendo na área de monitoramento. 13% são indústrias, 11% rastreamento veicular. Juntas, elas oferecem 350 mil empregos diretos e 2 milhões indiretos”, comentou ele.

Dispositivos de segurança pública e suas funcionalidades para os órgãos de vigilância

Explicando mais sobre a atuação das empresas que a entidade engloba, Procida observou que tais empresas diferem da vigilância, atuando na segurança física.

“Nosso mercado é de tecnologia. Nós representamos as empresas que desenvolvem artefatos e dispositivos que vão servir para que o pessoal da vigilância utilize aquilo para que os processos de segurança aconteçam”, detalhou ele.

Claudio também explicou que a atuação dessas companhias não trata de segurança da informação e cibersegurança, apesar de estes aspectos serem pilares importantes também dentro de tais empresas.

“Quando a ideia de smart city apareceu com todos esses pilares, foram feitas várias pesquisas sobre o que é mais importante para o cidadão na cidade. Todos achavam que ia aparecer saúde, educação, e o primeiro que apareceu foi segurança. Então a segurança pública dentro de uma cidade inteligente é onde, muitas vezes, a maior parte das tecnologias dentro da política pública aparece”, disse.

O papel do 5G para a concretização da segurança pública 4.0 no Brasil

O especialista da Abese também comentou sobre os tipos de soluções que são oferecidas dentro do setor de segurança pública 4.0, destacando novas tecnologias que estão sendo possibilitadas pelo avanço do 5G e de possibilidades de conexão.

“A segurança pública é formada também por outros pilares que são a legislação, os recursos humanos, os processos e a tecnologia”, pontuou.

Ele prossegue: “Onde o mercado de segurança atua? Na tecnologia, pois tentamos criar um ambiente seguro tanto dentro da segurança pública quanto da segurança privada, e quando falamos dela estamos citando de dispositivos e projetos que são implantados dentro de condomínios, plantas industriais, residências, etc.”

Por fim, Procida falou especificamente sobre o papel do 5G neste cenário, reforçando que a nova tecnologia de conectividade traz vantagens que antes não eram possíveis, tornando os serviços de segurança pública mais eficazes.

“Sem o 5G não teríamos condições de ter informações corretas e rápidas para que ações sejam tomadas. Temos por exemplo  as câmeras de videomonitoramento com reconhecimento facial, contagem de pessoas, IA, etc”, concluiu.

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