Dentre as novas ondas tecnológicas em curso, o metaverso é um dos movimentos que está sendo cada vez mais discutido e estudado. Até porque sua concepção e desenvolvimento resultarão no surgimento de ambientes digitais diversos, capazes de proporcionar múltiplas experiências virtuais, fundidas com o mundo real.

“O metaverso é uma experiência imersiva num espaço virtual coletivo de interações entre as realidades física e a virtual. E multiverso é a união de todos esses mundos que a gente tem”, explica a CEO da Changers Digital, Lyzbeth Cronembold. “São caracterizados por atributos de interação, economia própria, interoperabilidade, ambiente imersivo e identidade”. A observação foi feita durante a última edição do Futurecom, que aconteceu entre os dias 18 e 20 de outubro de 2022, em São Paulo (SP).

Desafios em torno do metaverso

Para a especialista, o advento do metaverso traz consigo muitas vantagens, como inovações diversas, novas oportunidades de negócios e o desenvolvimento da economia virtual. “No entanto, é natural que surjam também desafios para serem enfrentados nos campos da latência, da interoperabilidade e do que chamamos de uncanny valley, que é o quanto o meu avatar se parecerá, de fato comigo”, lista Lyzbeth. 

“Questões relacionadas à privacidade e o enfrentamento do abismo que existe entre os mundos real e digital também são grandes desafios. O metaverso está em construção e ainda há muralhas. Há conceitos que precisam se solidificar, assim como protocolos e regulações que precisam ser construídas.”

Um novo mundo, cada vez mais real dentro do digital, está nascendo. Naturalmente, muitas oportunidades e possibilidades virão, mas as barreiras a serem vencidas são igualmente numerosas.

O líder de Inovação da NTT Data, Marcelo Salvo, relata que uma das maiores é a própria engenharia necessária para a construção e amadurecimento do metaverso. “Do surgimento deste ambiente, há de se prever as novas economias que serão geradas dentro desses sistemas e que trarão novas mudanças. Temos, também, o dilema em torno do fator humano, pois sem as pessoas o metaverso não irá para frente. Temos que desenvolver as soluções tecnológicas, mas sempre olhar para o fator humano”, pontuou o especialista. 

“Em relação aos avatares, como vamos fazer para lidar com isso? Como vamos transportá-los de um ambiente para o outro? Essa é a grande discussão de interoperabilidade para que a gente consiga dar significado às operações, de modo a escalar isso de fato. Criar esses caminhos é muito importante.”

Desafios de conectividade

O desafio da conectividade também foi uma questão bastante citada pelos especialistas nesta discussão. Conforme pontuou o Senior Manager da Ciena, Décio Coraça, o metaverso traz consigo uma grande experiência imersiva. Ela envolve a questão de conectar o usuário, que está na ponta, com a multicloud, para que tenha acesso aos conteúdos e aplicações e, assim, consiga interagir nesse contexto. “Então, a conectividade passa a ter um papel fundamental dentro desse universo”, observou o especialista da Ciena, que atua, justamente, para prover tecnologias adequadas de rede e conectividade, como soluções de redes escaláveis e autônomas para atender o perfil de tráfego que está implícito no metaverso.

Na ocasião, o executivo também trouxe uma boa notícia, com base em uma pesquisa encomendada, neste ano, pela Ciena e que ouviu 15 mil profissionais do mercado corporativo para entender a percepção deles em relação ao metaverso, seus benefícios e o quanto estão preparados para atuar nesse ambiente. “Mais de 80% das opiniões foram muito positivas”, revelou o executivo. “A gente sempre acha que o metaverso será usado mais para as relações pessoais e entretenimento, mas esquecemos que existem muitas possibilidades no ambiente corporativo. A pesquisa revelou que grande parte das empresas estão olhando com muita atenção para esse novo mundo digital.”

Aplicação do metaverso na prática 

Também presente no painel, o Grupo MCassab destacou que já está explorando os terrenos do metaverso, por meio da digitalização de uma das suas plantas, e também utilizando esse universo para a capacitação. “Passamos a entender que podemos ser uma plataforma de formação de novos profissionais no nosso negócio. Temos usado muito o ambiente virtual para dar treinamentos que antes eram presenciais e que tínhamos muita limitação na aplicação de matéria-prima”, relata o Líder do Projeto Metaverso, Allisson Santos.

“Dentro do metaverso, conseguimos fazer esses treinamentos, testes e interações que trazem uma visão real do que acontece no dia a dia. A gente entende que é importante aproveitar essa onda do metaverso. Fazemos parte deste grupo de indústrias que quer entender como isso pode gerar valor para os nossos clientes e sociedade.”

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