No vasto território brasileiro, a agilidade na troca de informações muitas vezes é obstaculizada pela ausência de equipamentos e tecnologias adequadas. Tal realidade impacta diretamente os serviços essenciais e, consequentemente, a vida da população. 

Dentro desse contexto, o 5G surge como um agente impulsionador, com a missão crítica de otimizar os recursos tecnológicos. No palco do Futurecom 2023, especialistas debateram acerca disso.

A plenária “Missão crítica: como o 5G impulsiona a propagação e a solidez dos sistemas tecnológicos de serviços essenciais” foi mediada por José Gontijo, presidente do Instituto Brasília de Tecnologia e Inovação IBTI e contou com a participação de:

  • Fabiola Oliveira: diretora de vendas da Embratel;
  • José Brandini Junior: delegado divisionário de polícia da Divisão de Tecnologia da Informação (DTI) do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIPOL);
  • Oscar Delgado: diretor-comercial da MYRIOTA; e
  • Simone Ferreira: diretora adjunta da Divisão de Tecnologia da Polícia Civil do Distrito Federal.

Veja, a seguir, os principais temas discutidos no encontro!

Polícia Civil de São Paulo adapta-se à era digital e busca avanços na comunicação

José Brandini Junior, delegado divisionário de polícia da Divisão de Tecnologia da Informação (DTI) do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIPOL), destacou a aceleração de procedimentos policiais para atender às demandas emergentes. 

“Tivemos que antecipar muitos procedimentos nossos e colocar todos na internet, como a delegacia eletrônica e o inquérito policial eletrônico, totalmente informatizado e interligado ao judiciário”, disse o delegado.

Brandini ressaltou a importância da tecnologia 5G para a comunicação da polícia, visando operações mais eficientes, especialmente em casos de violência doméstica. 

Ele pontuou a agilidade na obtenção de medidas protetivas graças à transmissão de informações via plataforma eletrônica. Além disso, citou a implementação da tornozeleira eletrônica para casos desse tipo.

Sobre a modernização dos procedimentos, ele mencionou a utilização de videoaudiências para oitivas, as quais são transmitidas de forma segura e criptografada diretamente ao judiciário. 

Contudo, relembrou sobre os desafios de conexão, principalmente em áreas sem cobertura estável, evidenciando a necessidade de uma comunicação mais rápida e segura.

Por fim, Brandini falou sobre a dependência atual da comunicação via rádio, abordando a possibilidade de um piloto com LTE para suprir deficiências de comunicação nas viaturas. 

“Precisamos de um sistema que tenha o Android rodando e que possa conjugar a parte de comunicação sem abandonar o rádio”, concluiu o delegado.

Polícia Civil do Distrito Federal enfrenta desafios e busca avanços na comunicação

Simone Ferreira, diretora adjunta da Divisão de Tecnologia da Polícia Civil do Distrito Federal, abordou a importância da sincronia entre os estados para uma comunicação mais eficiente na área policial. 

“É fundamental que os estados se comuniquem numa mesma linguagem, com o mínimo do padrão necessário, visando favorecer a questão da base de dados que é essencial para o trabalho policial”, disse ela.

A diretora ressaltou as dificuldades encontradas no processo de digitalização, especialmente no que diz respeito ao inquérito eletrônico, citando questões como latência e complexidade no compartilhamento de imagens com a Justiça. 

Diretora da Embratel faz um balanço sobre o 5G nos serviços essenciais

“O 5G chegou no Brasil em 2022, está aí recém-chegado. Hoje nós, nacionalmente, já contamos com mais de 200 cidades cobertas com 5G. E o 5G realmente é uma tecnologia habilitadora para muitos pontos que nós vamos conversar aqui”, afirmou Fabiola Oliveira, diretora de vendas da Embratel, durante o painel sobre os impactos do 5G nos serviços essenciais.

Oliveira sublinhou a importância da experimentação do 5G para entender suas potencialidades e limitações, destacando o papel da Embratel nesse processo. 

Ela relembrou o potencial do 5G para impulsionar serviços essenciais, especialmente na área da saúde e das cidades inteligentes.

Oliveira ainda opinou que o 5G representa um avanço significativo na conectividade e na eficiência dos processos em diversas áreas fundamentais para os cidadãos.

O advento da Internet das Coisas (IoT) e a interconectividade global

“Estamos vivendo uma revolução bastante grande neste instante. Eu tenho oportunidade por questão da empresa de viajar em muitos lugares e a gente acaba detectando certas necessidades que a gente nem imaginava”, afirmou Oscar Delgado, diretor-comercial da MYRIOTA.

“Tem países, por exemplo, como na Ásia, que assim que você chega no aeroporto, eles escaneiam você. Pedem licença, te escaneiam 360 graus e isso te serve para poder fazer um seguimento preventivo em nome da segurança, em nome de evitar certos tipos de problemas ou catástrofes”, enfatizou Delgado.

“Não existe uma tecnologia que vai resolver tudo. É um mix, é um mix completo, não há alternativa. E esse mix completo vai passar por redes fixas, redes móveis e infalivelmente por redes satelitais. Entre elas se complementam”, explicou Delgado sobre a complexidade e a interdependência das tecnologias utilizadas na IoT.

Outro ponto analisado por ele foi o do uso do IoT para a sensorização, algo que deverá causar importantes mudanças nos próximos anos.

“Você pode sensorizar em qualquer lugar, literalmente em qualquer lugar, não há fronteiras, inclusive em lugares onde não existe nem energia elétrica, se permite hoje, ter tecnologia satelital com dispositivos que te permitem ter autonomia de até 10 anos sem energia externa”, comentou.

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