Grosso modo o metaverso é um ambiente digital que mistura realidade aumenta com realidade virtual, sendo acessível por meio de um computador, console de videogame, tecnologia de realidade aumentada, tablets e celulares. E mesmo com todo o cenário favorável ao sucesso não é uma solução popular entre o público. De acordo com Fernando Gomes Oliveira da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), a ferramenta atingiu o vale da desilusão da Curva Gartner.
A lista de motivos que levam à queda do hype do Metaverso inclui a falta de um propósito claro, não entender como o produto funcionaria ao mercado e falha em entregar aos usuários a tecnologia que foi prometida, são alguns dos motivos listados pelo especialista em tecnologia do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Geovane Tiengo de Paula. Já para a diretora de TI da Elgin e mentora da MCIO, Ana Corazzini, o término do isolamento social da Covid-19 e o surgimento do ChatGPT como nova tendência digital.
Vitor Casadei, senior technical data scientist do CESAR Centro de Inovação, lembra que a realidade aumentada foi pensada ainda na década de 1950, sendo muito vista em filmes de ficção e mais recentemente nos filtros do Instagram e no jogo Pokemón Go. Quanto a realidade virtual, ela é em si mais nova e se popularizou entre os anos de 2010 e 2015, mas não avançou muito. “Quando falamos de aplicações pé no chão da realidade aumentada e virtual nos últimos anos teve muita conversa e notícia sobre o assunto, mas não muito resultado”, pondera.
Novas funções e oportunidades do Metaverso
Mesmo com esse cenário adverso, o Metaverso dá sinais de voltar com fôlego como solução tecnológica rumo a uma segunda onda de popularidade e promete mudar, de verdade, experiência do usuário, com funcionalidades – e visual – melhores do que foi apresentado durante seu lançamento. “Agora há gráficos com mais realismo e detalhes nos trazem um novo leque de opções”, acredita Ana.
Entretanto, ainda de acordo com a diretora de TI, o grande diferencial da nova fase da ferramenta é a reprodução do sentimento de encontro presencial repetido no ambiente virtual. “Nas reuniões da MCIO há mais participantes do que nas lives do Youtube”. E de acordo com Oliveira, nessa retomada do Metaverso, a solução passa a ter outra característica: o phygital, que mistura mundo físico com mundo digital.
E de acordo com os participantes do Painel “Aplicações (pé no chão) do Metaverso corporativo e realidade virtual“, é justamente essa característica que fará a diferença a partir de agora; Casadei aponta o uso para auxiliar na fisioterapia e recuperação de pacientes tiveram ou tem sequela pós-covid, Ana afirma que a ferramenta pode ser utilizada para treinamentos com realidade aumentada ou mesmo como facilitadora em casos de manutenção.
De acordo com de Paula, uma solução pouco explorada durante o auge da primeira onda do Metaverso foi o de “gêmeos virtuais”, sistema que possibilita empresas visualizarem diversas etapas de seus processos, desde a ergonomia de seus funcionários na linha de produção, passando por como as embalagens são depositadas em diferentes locais até uma eventual simulação de como seria a reorganização estrutural de uma empresa, mostrando inclusive quais seriam os percursos de um robô naquela área.
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