O Futurecom 2024 chegou no último dia! Dispostos em uma área de 25 mil m², as mais de 250 marcas expositoras puderam apresentar as principais novidades e tendências em tecnologia, conectividade, telecomunicações e muito mais!
Além disso, foram mais de 240 horas de conteúdo qualificado em nossas arenas e congressos, com líderes de variados setores, discutindo sobre temas aplicados à setores como mineração, agronegócio, varejo, indústria, saúde, governo e outros.
Em três dias, o evento recebeu mais de 33 mil visitantes, e proporcionou experiências e conhecimento, oportunidades de networking e muitos negócios.
Confira os principais destaques do dia!
Congresso Futurecom 2024
O Congresso apresenta três trilhas de conteúdos e aborda novas verticais como mineração e utilities, que irão se juntar aos setores de agro, varejo, saúde, logística, indústria e governo para apresentar tendências, inovações e soluções sobre o impacto das novas relações homens versus máquinas.
Future Congress
O palco Future Congress apresenta a nova industrialização digital brasileira, as aplicações inovadoras da Inteligência Artificial, assim como os formatos de redes para o funcionamento de todo o ecossistema e a nova rede 6G, que contará com a presença de especialistas e estudiosos desses e de outros temas prementes em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
LGPD não é suficiente para evitar abusos envolvendo a IA generativa na indústria brasileira
2024 marcou o ano em que a inteligência artificial generativa deixou de ser apenas uma tendência tecnológica e se tornou uma força permanente nos negócios e na sociedade. Com isso, é claro, deve vir a regulação do uso dessa tecnologia para evitar possíveis abusos, especialmente no que diz respeito à proteção de dados pessoais e empresariais.
O painel “Regulação de IA e as interações entre pessoas e máquinas”, realizado no Futurecom 2024, se propôs a discutir exatamente isso, com o mediador Rony Vainzof, coordenador de Defesa e Segurança Cibernética da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), dando detalhes sobre o avanço das leis e normas no Brasil.
Uma das debatedoras foi Miriam Winner, diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que explicou por que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, publicada em 2018, não cobre todos os riscos envolvendo a IA generativa.
“Ainda que a discussão sobre esse assunto esteja em andamento no Congresso, já existem muitas normas que regulam a inteligência artificial no Brasil, e a LGPD é a que dialoga de maneira mais direta, já que a ferramenta depende de um volume enorme de dados. O projeto de lei tem uma estrutura de direitos e deveres de governança que dialoga com a LGPD, como o direito de revisão de conclusões automatizadas, a transparência e o princípio de não discriminação. O problema é que atualmente não temos leis sobre o uso de dados não pessoais, como a proteção da pessoa jurídica, por exemplo, que não está no escopo da LGPD”, explicou Miriam Winner.
Também participaram do painel o coordenador-geral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Guilherme Corrêa; a coordenadora de Transformação Digital do Ministério, Cristina Shimoda; e o conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Victor Oliveira Fernandes.
Brasil é um potencial mercado para a construção de data centers
Com o avanço das aplicações de inteligência artificial, da automação e da transformação digital nos mais diferentes setores, o volume de dados segue em crescimento vertiginoso, evidenciando que a demanda por data centers segue em expansão.
O painel do Futurecom 2024 “Data Centers: panorama nacional, tendências e oportunidades” destacou a oportunidade de construção de dois tipos de data centers no Brasil. Como explicado por Renan Lima Alves, Presidente da ABDC, o primeiro tipo é o Edge Data Center (ou data center de inferência), estrategicamente mais próximo do público-alvo para processar aplicativos em nuvem, diminuindo a latência e melhorando a experiência do usuário. O segundo é o data center de treinamento da IA, responsável pelo treinamento em Machine Learning das Inteligências Artificiais.
André Busnardo, Diretor Comercial de Data Center da V.Tal, comentou sobre as vantagens do Brasil para o desenvolvimento de Data Centers de treinamento, como uma matriz energética prioritariamente renovável, um sistema de energia integrado e grandes terrenos com valores competitivos. Já os desafios foram explicados pelo Ricardo Fornari, Managing Director da Deerns, como a morosidade dos licenciamentos e a necessidade de capacitação da mão de obra.
O painel teve a moderação da Sylvia Bellio, CEO e CO-FOUNDER da itltech, e a participação do Rodrigo Radaieski, Diretor de Serviços da Ascenty; Luis Fernando Falco, Diretor de Vendas da Infinera; e Luiz Henrique Barbosa, Presidente Executivo da TelComp.
AIoT e Smart Edge ganham força como ferramentas para inovação e eficiência do setor de TI e Telecomunicações no Brasil
Enquanto ainda observamos o desenvolvimento da “internet das coisas”, ou IoT, empresas de diversos setores da economia brasileira já discutem a próxima etapa desse conceito tecnológico, a “inteligência artificial das coisas”, definida pela sigla AIoT. Essa tem sido uma estratégia fundamental para a hiper automação das organizações, pensando em ampliar eficiência e inovação.
Durante o Futurecom 2024, a fundadora do grupo Tudo Sobre IoT, Thelma Troise, mediou o painel “Hiper Automação em Ambientes Complexos: AIoT e Smart Edge expandindo a inovação e eficiência operacional”, que recebeu executivos do setor de TI e Telecomunicações para mostrarem cases da aplicação dessa tecnologia no Brasil atualmente.
Diuliana França, diretora de Soluções de Cloud da Embratel, deixou claro que a inteligência artificial está presente nos processos da empresa há muito tempo, e o próximo passo será informar o público sobre as vantagens do Smart Edge, em que o processamento de dados acontece diretamente nos dispositivos. “A Embratel atua como integradora de soluções, portanto o segmento de IA já faz parte da nossa transformação enquanto empresa para tecnologias habilitadoras e convergentes, que criam novas experiências para o colaborador e o consumidor final”, afirmou Diuliana.
Já Pietro Colloca, especialista de Aplicações da Intel para a América Latina, deu detalhes sobre um projeto realizado pela empresa para uma empresa do setor alimentício. “Recentemente trabalhamos com uma grande cervejaria para otimizar a contagem de produtos nas entregas. Usamos câmeras 3D para fazer o reconhecimento de pallet e uma ferramenta de IA analítica na ponta para identificar volume e SKU. Então esses dados eram trabalhados em um dashboard para gerar relatórios de qualidade”.
Future Cyber
Estratégias e Metodologias para identificação de vulnerabilidades e mitigação de riscos, ransomware, soluções de backup avançadas, planos de resposta a incidentes, colaboração entre segurança e desenvolvimento (DevSecOps), segurança e forças armadas, rastreamento, segurança e monitoramento, regulação e política nacional de cibersegurança, entre outros, serão os temas abordados no palco Future Cyber.
GenAI: A Nova Fronteira da Engenharia Social e Fraudes Digitais
Com o avanço contínuo da tecnologia, a convergência entre inteligência artificial generativa e engenharia social tem gerado uma nova série de riscos cibernéticos.
O painel do Future Cyber apresentou alguns dados: No Brasil, os ataques cibernéticos são responsáveis por R$190 bilhões de prejuízo por ano e 62% dos CISOs estão preocupados com falhas de segurança dos colaboradores.
O mediador Josean Siqueira Santos, CISO e DPO da Sapore, considera o uso moderado e com objetivos específicos da inteligência artificial generativa dentro do ambiente corporativo, já que qualquer tecnologia traz riscos de ataque às empresas. André Frutuoso, Business Information Security Officer da Raízen, considera que o profissional de cibersegurança deve ter cada vez mais o olhar ligado ao negócio. O palestrante contou sobre uma experiência da empresa com um grupo de colaboradores early adopters, para discutir casos práticos do uso da Gen AI nas rotinas das áreas administrativas, com treinamento, segurança e governança.
Alexandre Nery, Executivo de Data Science da Serasa Experian, alertou para o potencial do uso de Deep Fakes nos golpes de engenharia social e fraudes financeiras. A tecnologia tem sido usada tanto para extorsão da população, quanto para burlar processos de segurança nos sistemas empresariais. Vitor Pereira, Especialista em Investigação de Ameaças Cibernéticas do Ibsec, complementou a conversa com o uso de Deep Fakes para spear phishing, com ataques direcionados a altos executivos de empresas, cada vez mais personalizados e em grande escala.
Guilherme Aquino, Prof. da Inatel, alerta sobre o uso da Gen AI para ataques hackers feitos por novos players. Antes, os ataques vinham de hackers especializados, mas as novas tecnologias permitem que a população comum também tenha acesso a ferramentas de ataques.
Já Ricardo Brito, Diretor de Serviços Profissionais para a América Latina da Nexis Risk Solutions, comentou sobre o uso da IA para combater a IA. Com avanço da tecnologia, é uma corrida entre especialistas de segurança e os atacantes, “Na maioria das vezes, a gente vence”, finaliza.
Future GOV
Já o palco Future GOV aborda discussões efetivas de temas de inovação, governança e educação (seus impactos para a sociedade), além da transformação digital nos espaços urbanos e na cidadania digital inclusiva.
Da Previsão à Prevenção: Como a Tecnologia Pode Transformar a Gestão de Desastres Climáticos
A palestra destacou a crescente preocupação com os desastres naturais intensificados pelas mudanças climáticas e a necessidade de adaptação a essa nova realidade. O professor da USP, Carlos Afonso Nobre, apresentou, em um vídeo gravado, um cenário alarmante: “Ondas de calor são os eventos climáticos que mais matam, ao contrário do que comumente se pensa que são as chuvas excessivas na dianteira sobre mortes em desastres naturais. Para se ter uma ideia, mais de 1 milhão de pessoas morrem anualmente devido às ondas de calor no mundo”. Nobre enfatizou a urgência de investir em infraestrutura verde e em medidas preventivas, como o uso de florestas urbanas para reduzir a poluição e controlar as temperaturas nos grandes centros urbanos.
Os palestrantes discutiram o papel essencial da tecnologia, especialmente da inteligência artificial, na previsão e mitigação de desastres. Willians Bini, especialista em Clima e Mudanças Climáticas, destacou a necessidade de modelos inteligentes e instantâneos para monitorar dados em tempo real e aprimorar a precisão das previsões. José Alvarengo, Cemaden, ressaltou a importância da conscientização da população e da confiança na ciência, citando exemplos de sucesso no Japão, onde a preparação para desastres é abordada desde o ensino básico.
A conectividade e o acesso à informação também foram temas centrais. Thyago de Oliveira, Ministério das Comunicações, mencionou o desafio de ampliar a conectividade em áreas rurais, onde apenas cerca de 50% dessas regiões possuem acesso à internet. O governo, em parceria com a Defesa Civil e com o apoio das operadoras de telefonia, está desenvolvendo um aplicativo de alertas para desastres, visando garantir que as informações cheguem a um maior número de pessoas, independentemente de sua localização.
O desfecho do debate evidenciou a necessidade de coordenação entre diferentes setores para garantir uma resposta eficaz aos desastres climáticos. Eloi Stivalletti, da Eutelsat OneWeb, destacou que, em eventos catastróficos, tanto o setor público quanto o privado sofrem perdas, tornando as parcerias fundamentais para enfrentar esses desafios. O mediador, Cristiano Oliveira, Odebrecht Engenharia & Construção, ressaltou o papel essencial da IA na prevenção de desastres, apontando a necessidade de integração tecnológica para assegurar respostas rápidas e minimizar danos.
Futurecom 2025
O nosso próximo encontro já tem data marcada! O Futurecom 2025 será de 30 de setembro a 2 de outubro, no São Paulo Expo. Não deixe de acompanhar as redes sociais do @futurecom_oficial para saber das novidades do Futurecom 2025.
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