A era digital trouxe consigo uma nova realidade para o mercado de trabalho. Tecnologias emergentes, mudanças rápidas e a necessidade constante de atualização colocam os profissionais e gestores diante de desafios complexos.
Na busca por inovação, as empresas precisam de equipes qualificadas e adaptáveis, capazes de lidar com as demandas crescentes por novas habilidades.
No entanto, a formação de times eficazes nessa nova era está longe de ser uma tarefa simples.
Conversamos sobre esse tema com o professor Dr. Guilherme Augusto Barucke Marcondes, pró-diretor de graduação do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e palestrante do painel “Encontros e Desencontros: desafios da formação profissional e estruturação de times diversos, resilientes e de alta performance na era digital” no Futurecom 2024.
Experiente na área, ele destacou as competências mais valorizadas no mercado atual, a influência da transformação digital na demanda por novas habilidades e as principais lacunas nos programas educacionais. Leia, a seguir!
Competências mais valorizadas na era digital
O mercado digitalizado exige mais dos profissionais. Competências antes vistas como diferenciais, agora são essenciais.
“Destaco a capacidade de aprender, pois novas tecnologias digitais mudam e atualizam-se rapidamente”, aponta Marcondes. O professor observa a importância de se manter atualizado em um ambiente onde a obsolescência tecnológica é uma constante.
A análise crítica também é uma habilidade relevante, no entendimento do representante do Inatel.
“A interação com sistemas e o acesso rápido à informação demandam a capacidade de avaliar criticamente o conteúdo a que se tem acesso”, explica Marcondes.
Além disso, ele ressalta que: “ A variedade de ferramentas disponíveis demanda criatividade no seu uso para maior produtividade e resultados. Já a atuação ética envolve muita responsabilidade com conteúdo e informações divulgadas digitalmente”.
Essas competências são cada vez mais requisitadas em um cenário onde a transformação digital altera a própria essência das demandas do mercado.
A transformação digital e a demanda por novas habilidades
A digitalização acelerada exige que os profissionais não apenas dominem novas ferramentas, mas também estejam prontos para se adaptar às mudanças de forma rápida.
“Adaptabilidade e flexibilidade são essenciais. A forma de executar um determinado trabalho pode mudar rapidamente com uma nova tecnologia disponível, e os profissionais precisam estar prontos para isso”, explica Marcondes.
A habilidade de interação em ambientes virtuais também ganha destaque. “O contato virtual pode dificultar uma melhor percepção das reações das pessoas, exigindo maior habilidade em percebê-las e identificá-las”, afirma o professor.
Os programas educacionais e as suas lacunas no mundo digital
Se por um lado a transformação digital exige novas habilidades, por outro, nem todos os programas educacionais estão preparados para atender a essa demanda.
“Alguns programas estão melhor preparados e identificam rapidamente as mudanças e tendências, aplicando-as com agilidade. Já outros são mais lentos, o que os torna defasados ou até obsoletos”, alerta Marcondes.
Essa falta de agilidade por parte das instituições de ensino pode criar uma lacuna significativa entre o que o mercado precisa e o que os programas de formação profissional oferecem.
Marcondes acredita que, para preencher essas lacunas, é necessário que as instituições educacionais estejam atentas às tendências e se adaptem rapidamente às exigências do mercado digital.
Os principais desafios das empresas na formação de equipes
Formar e estruturar equipes na era digital não é tarefa fácil. Relatando a sua experiência, Marcondes pondera:
“Um dos desafios é combinar a experiência e o conhecimento daqueles com mais tempo de casa, que não são da era digital, com a energia e agilidade dos recém-contratados, que já se formaram com acesso às novas tecnologias digitais”.
A solução, segundo ele, pode estar na criação de grupos de trabalho que funcionem como startups dentro de grandes empresas.
Isso se justifica porque, de acordo com Marcondes, “as startups têm obtido sucesso porque ainda não têm uma cultura não digital arraigada. Elas conseguem se adaptar com facilidade, o que envolve menos pessoas”.
Ele conclui o pensamento dizendo que: “Por isso, vemos grandes empresas organizando equipes em formato de startups ou adquirindo essas companhias menores”.
Para o especialista, o modelo de trabalho mais flexível e ágil das startups tem mostrado bons resultados e pode ser uma estratégia eficaz para as demais companhias.
O futuro da formação e estruturação de times
Olhando para o futuro, Marcondes acredita que algumas habilidades que sempre foram importantes se tornarão ainda mais essenciais.
“A capacidade de aprender e de analisar criticamente sempre foram importantes e, na minha visão, tornam-se ainda mais na era digital”, afirma.
Ele destaca que, embora seja crucial ensinar os futuros profissionais a utilizarem as novas ferramentas digitais, é igualmente importante prepará-los para serem aprendizes contínuos.
“Ensinar a aprender e a analisar criticamente é fundamental. As ferramentas digitais mudam rapidamente, mas a capacidade de aprendizado e adaptação é o que garantirá que os profissionais continuem relevantes no mercado”, finaliza.
Sem dúvida, a educação continuada é uma das principais habilidades que os profissionais devem desenvolver hoje em dia.
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