É impossível falar em transformação digital sem citar o uso de dados de forma estratégica. Por conta disso, as organizações precisam pensar em novas soluções para utilizar as informações para obter vantagens competitivas.

Entre as soluções para gerenciamento de dados para empresas está o Data Fabric. Tivemos uma interessante conversa sobre esse tema com o professor Cláudio Ratke. Acompanhe!

Perfil: conheça o especialista Cláudio Ratke

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Cláudio Ratke é profissional do campo da tecnologia e também atua como professor em cursos de graduação na área.

O profissional é bacharel em Ciências da Comunicação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB) e mestre na mesma área pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ratke tem experiência nas áreas de arquitetura de sistemas de computação, trabalhando principalmente com governança de TI, gestão de infraestrutura, arquitetura de hardwares e redes de softwares.

Atualmente, Ratke atua como especialista em TI na Cooperativa Central Ailos e como professor do curso de Tecnologia em Desenvolvimento de Sistemas do Senac Santa Catarina.

Professor do Senac Santa Catarina fala sobre Data Fabric

Com experiência acadêmica e profissional em tecnologias de dados, Cláudio Ratke tem muito a nos ensinar sobre Data Fabric. Veja, abaixo, o nosso bate-papo.

O que é Data Fabric?

Cláudio Ratke: “Há um consenso que os dados são o novo petróleo. Porém, tomar decisões baseadas em dados ainda é um desafio.  

Segundo relatório apresentado pela Dimensional Research, 44% das decisões são tomadas sem a participação dos dados. Essa mesma pesquisa também aponta que 59% das empresas entrevistadas possuem 11 ou mais fontes de dados. 

Normalmente os dados ficam atrelados a sua aplicação/sistema, de modo que o processo de sua integração não é trivial e varia conforme a quantidade de fontes distintas de dados. 

O Data Fabric tem a finalidade de realizar os cruzamentos dessas informações, de modo que o termo pode ser entendido como uma malha de dados.

Data Fabric não é um produto, é uma arquitetura de dados distribuída que inclui ativos de dados compartilhados e processos otimizados de gerenciamento e integração.”

Por que usar o Data Fabric para o gerenciamento de dados?

Cláudio Ratke: “Segundo uma pesquisa realizada pela Gartner, 68% dos dados não são analisados pela maioria das organizações. 

Os métodos atuais, tais como baseados em data warehouse e/ou data lakes frequentemente não são bem-sucedidos ou possuem um esforço grande para sua manutenção.  

Embora os Data Warehouse possam cumprir o seu propósito, eles são inflexíveis e sem agilidade necessária para responder os requisitos de seus usuários.

Com o Data Fabric, através da análise de metadados, é possível identificar quais dados estão sendo usados. Assim, o valor real da solução está na capacidade de fazer decisões acertadas e com melhores dados, reduzindo gastos em até 70%, segundo a Gartner.

A incorporação de recursos de Inteligência Artificial e Machine Learning na tecnologia de ativação de malha de dados pode ajudar a lidar com a crescente complexidade e reduzir as cargas de trabalho automatizando processos manuais, como descoberta e correspondência de dados, design de modelo de dados e otimização de consultas. 

Além disso, ferramentas que facilitam a contribuição de analistas de dados, engenheiros de dados e cientistas de dados para sua jornada de malha de dados podem ajudá-lo a expandir as análises de dados.”

Quais são os principais benefícios do Data Fabric para as empresas?

Cláudio Ratke: “A implantação do gerenciamento de dados na arquitetura Data Fabric, pode ser decomposta da seguinte forma:

  • Realiza processos de gerenciamento de dados em uma única plataforma unificada;
  • Extrai e conecta ou colabora em dados de fontes diferentes em locais;
  • Gerencia dados em todos os ambientes (multi-cloud, híbrido e local);
  • Permite acesso e controle únicos e contínuos a dados entre fontes e tipos;
  • Fornece ferramentas de análise e conectividade com outras soluções analíticas;
  • Oferece funcionalidade de metadados com recursos de moeda de dados e linhagem de dados.

Com um Data Fabric, tanto os usuários do seu negócio, como os cientistas de dados podem ter acesso a informações mais confiáveis e concisas, com maior rapidez. 

Isso servirá para seus aplicativos, análises, máquinas ou sistemas com Inteligência Artificial, seja em modelos de aprendizado de máquina ou de automação de processos de negócios. Tudo isso auxilia na obtenção de tomadas de decisões mais acertadas, além de impulsionar a transformação digital.”

Como a Inteligência Artificial e o Machine Learning funcionam no Data Fabric?

Cláudio Ratke: “O aprendizado de máquina é uma vertente de IA, que aprende com os dados criando modelos e/ou algoritmos que ajudem na tomada de decisão. 

Ter uma fonte confiável e com qualidade é um grande facilitador para os cientistas de dados. 

Aplicar o modelo e operacionalizar de forma rápida para as áreas de negócio pode se traduzir em vantagem competitiva”.

Quais são as principais aplicações do Data Fabric?

Cláudio Ratke: “Todos os processos e aplicações podem se beneficiar da utilização da arquitetura Data Fabric. Porém podemos agrupá-los em cinco categorias:

  1. Autoatendimento: solução que permite uma evolução ao conceito de self-service BI. Nesse novo paradigma, os usuários têm acesso em tempo real aos dados.  Com isso ficam mais focados na análise de mudanças do mercado.
  2. Governança: o Data Fabric permite a automação de políticas e regras em todos os dados de forma consistente, reduzindo com isso riscos de conformidade.
  3. Multcloud: a arquitetura disponibiliza dados confiáveis em diversos ambientes.
  4. Unificação: o Data Fabric possibilita entregar os dados de forma integrada e unificada.
  5. Insights: permite o acoplamento de ferramentas de gestão de dados consolidado e com isso a obtenção de percepções tendo dados como origem.

Quais são os pontos de atenção para os gestores implementarem o Data Fabric nas empresas?

Cláudio Ratke: “Para a gestão da malha de dados é preciso conhecer os componentes, que não são novos, mas integrados tem uma nova perspectiva.

São exemplos: catálogo de dados, dados mestres, metadados, governança de dados, entre outros”.

Ao trabalhar com Data Fabric também é importante conhecer sobre a prevenção de perda de dados. Saiba mais sobre isso em nosso e-book que aborda esse assunto!