Mais confiável, segura e com a capacidade de oferecer alta velocidade e estabilidade, a rede 5G está rapidamente ganhando espaço entre empresas, sendo parte importante da tão falada quarta revolução industrial, também conhecida como indústria 4.0.

Até 10 vezes mais rápida que a rede 4G, o 5G é também o ponto de partida para a chegada de modernas tecnologias para a indústria como a automação, inteligência artificial, internet das coisas e computação em nuvem.

Mas a Siemens já projeta um passo além com o lançamento de uma infraestrutura privada desenvolvida internamente para o padrão de comunicação móvel 5G.

Com isso, as indústrias poderão construir suas próprias redes 5G locais e privadas.

Para entender melhor sobre os diferenciais da solução privada de 5G industrial, conversamos com Márcio Roberto dos Santos, Especialista de Conectividade da Siemens.

Redes 5G privadas: nova revolução em conectividade industrial

A comunicação 5G é a quinta geração das tecnologias de celulares sem fio (rede móvel), de acordo com o 3GPP (3rd Generation Partnership Project), organização que define os padrões das redes celulares.

Assim, quando aplicada, a nova rede 5G permitirá a interconexão de equipamentos e dispositivos, possibilitando o acesso a produtos inovadores e funcionando como alicerce para o desenvolvimento da chamada Internet das Coisas (IoT).

Neste contexto, Marcos Roberto dos Santos salienta que as comunicações 5G podem ser estabelecidas de duas formas:

  1. Por meio de infraestruturas públicas, operadas por empresas de telecomunicações; ou
  2. Por infraestruturas privadas sob responsabilidade dos próprios clientes finais, beneficiando-os de diversas formas. 

Vale reforçar que a Siemens recentemente lançou uma infraestrutura privada desenvolvida internamente para o padrão de comunicação móvel 5G.

Essa é uma solução que permite que empresas industriais construam suas próprias redes 5G locais, que proverão suporte ideal para aplicações de automação.

Ao optar por uma infraestrutura de rede 5G privada, empresas e indústrias têm a capacidade de personalizar uma rede que atenda integralmente suas necessidades de comunicação, considerando os cenários atuais e futuros em termos de conectividade, segurança, desempenho e alta disponibilidade”, complementa o especialista.

Detalhes do funcionamento da rede 5G industrial

No modelo de 5G industrial privada, toda a instalação, gestão e monitoramento ficam a cargo do cliente, que não compartilha a infraestrutura com outros usuários. 

Tal característica eleva a resiliência e o controle sobre a rede. Nenhum dispositivo pode acessar essa rede sem a autorização dos proprietários”, salienta Santos. 

Dado o potencial de tamanho e criticidade dessa infraestrutura, uma rede 5G privada permite que os clientes corporativos comecem com aplicações móveis de menor porte e complexidade, escalando e adaptando o crescimento conforme as demandas de uso e disponibilidade de recursos técnicos e financeiros, otimizando os investimentos necessários (CAPEX e OPEX).

Além disso, para garantir um melhor controle e uso das frequências de comunicação, o especialista da Siemens explica que a ANATEL regulamentou a faixa de frequência entre 3,7 GHz e 3,8 GHz, que é a mesma faixa adotada em outros países como a Alemanha, para aplicações de 5G privadas. 

Isso assegura que os clientes finais terão um bloco de frequência reservado para suas aplicações, com licenciamento por área geográfica específica e sujeito à aprovação de uso, conforme as diretrizes da ANATEL”.

Essas características são cruciais para diversas aplicações industriais, especialmente aquelas consideradas como críticas ou que demandam controle em tempo real sobre aplicações móveis e/ou distantes entre si.

Muitas possibilidades para a rede privada de 5G industrial

Segundo Marcio Roberto dos Santos, a tecnologia de 5G industrial permite a utilização dos três principais cenários de uso do 5G no chão de fábrica e ambientes de produção, que são: 

  1. Maior largura de banda; 
  2. Menor latência (atrasos) nas comunicações; e 
  3. Maior densidade de dispositivos por quilômetro quadrado. 

Com isso, toda e qualquer aplicação industrial que possa se valer dessas características poderá impulsionar o processo de transformação digital através do 5G”, destaca o especialista.

Santos indica que é possível considerar aplicações simples ou com limitações em termos de cobertura de sinais, como monitoramento e controle de ativos e equipamentos industriais remotos, mas também cenários altamente disruptivos, como o uso de realidade aumentada e/ou processamento de dados através de Edge Computing

Além disso, as demais possibilidades do uso do 5G industrial privado se baseiam em:

  • Monitoramento e operação remota de máquinas e equipamentos geograficamente distribuídos;
  • Monitoramento e operação remota de máquinas e equipamentos instalados em áreas de risco aos seres humanos;
  • Monitoramento e operação remota de máquinas e equipamentos alugados ao invés de vendidos. “Isso permite a adoção de novos modelos de negócios, caso do pay per use”, cita Santos;
  • Uso de realidade aumentada, virtual e mista em aplicações industriais, possibilitando novas formas de operação e manutenção, com redução de custos operacionais e melhor uso de recursos e know how nas empresas;
  • Suporte às funções previstas no metaverso industrial, principalmente em atividades imersivas e de convergência entre equipes remotas;
  • Apoio à coleta e processamento de dados locais (Edge Computing) e posterior integração com ambientes remotos (Cloud Computing);
  • Melhora na qualidade dos bens produzidos, através da previsibilidade e tomada de decisão antecipada, garantido que desvios nos padrões de produção sejam reduzidos ou até mesmo eliminados;
  • Flexibilização e reutilização das linhas e processos produtivos, obtendo-se processos de produção que possam fabricar diferentes produtos ao mesmo tempo, reduzindo tempos de ajustes e downtime, ao mesmo tempo em que se permite a fabricação de produtos customizáveis;
  • Total transparência dos processos produtivos, com identificação dos pontos de desperdício de energia e recursos produtivos.

Outras possibilidades para a tecnologia industrial sem fio 5G incluem o uso integrado de tablets conectados, óculos VR e ferramentas inteligentes.

Saiba mais sobre a infraestrutura privada de 5G industrial Siemens

A Siemens é uma empresa inovadora no desenvolvimento de uma solução completa de 5G Industrial Privado, abrangendo desde os modems (CPE) 5G (que permitem a integração de equipamentos existentes ou novos à rede 5G), passando pela infraestrutura de rádio units e outros sistemas que compõem a RAN 5G (Radio Access Network). 

Essa é uma solução que engloba também o CORE 5G, o elemento central da rede, onde a configuração, administração e monitoramento da rede ocorrem.

Para Márcio Roberto Santos, o desenvolvimento completo de uma solução 5G de ponta a ponta por meio de um único fornecedor tem como objetivo facilitar a jornada dos clientes industriais da Siemens no contexto da tecnologia 5G. 

Isso se reflete na simplicidade de dimensionamento, aquisição, configuração, implementação e suporte pós-venda, sendo centralizados em um único fornecedor”, destaca. 

Ainda nessa linha de atuação, a Siemens otimizou e desenvolveu esses sistemas com a consideração de que profissionais do chão de fábrica e dos ambientes industriais serão os operadores dessas plataformas. 

Não é necessário que estes profissionais sejam especialistas em tecnologias de telecomunicação, eles ainda se manterão focados em suas especialidades e competências dentro das fábricas”, complementa o especialista.

Além disso, a Siemens aplicou toda a sua experiência e conhecimento dos requisitos industriais comuns ao chão de fábrica. Isso inclui a robustez necessária para operar em ambientes extremamente agressivos em termos de temperatura, poeira, vibração e agentes químicos. 

Essa solução também engloba um amplo entendimento da Siemens de quais são as necessidades de conectividade dos sistemas industriais. 

Conteúdo original do Portal A Voz da Indústria, clique aqui para acessar o artigo.