O relatório "O Futuro das Engenharias no Brasil", divulgado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) em 2023, destaca a importância dos engenheiros para o progresso do país em um contexto de crescente inovação e desenvolvimento tecnológico.
O estudo mostra que a falta de trabalhadores qualificados é um dos grandes problemas para as empresas brasileiras, impactando diretamente na competitividade e na qualidade dos produtos nacionais. E, ainda que a maioria das empresas promova a capacitação de seus trabalhadores, a formação educacional de baixa qualidade que vemos no nível superior acaba dificultando qualquer processo de qualificação.
O cenário das engenharias
A pirâmide demográfica dos associados ao Sistema Confea revela uma concentração de profissionais entre 30 e 39 anos, sem uma reposição equivalente na base, indicando problemas futuros. As áreas mais afetadas pelo déficit são engenharia elétrica, com redução de 29,77% nos últimos cinco anos, agronômica com menos 22,35% e mecânica, com diminuição de 14,93% no mesmo período.
O relatório mostra que as ocupações futuras das áreas das engenharias para o cenário desejado deverão estar voltadas para empreendedorismo, intraempreendedorismo, criatividade, inovação, gestão e competências comportamentais e socioemocionais. Os profissionais serão vistos pelo mercado como um desenvolvedor de soluções para problemas em geral e para os grandes desafios globais.
Campos emergentes da engenharia
Muitos alunos migraram para as engenharias mais conectadas ao desenvolvimento de tecnologias da informação, já que o uso da tecnologia será cada vez mais demandado para muitos desafios.
Confira a lista de engenharias emergentes!
- Engenharia de dados: Desenvolvimento e aplicação de técnicas para coleta, armazenamento e visualização de dados
- Engenharia de segurança cibernética: Desenvolvimento de dispositivos, sistemas e redes que possam barrar esses ataques cibernéticos, danos ou acessos não autorizados.
- Engenharia de inteligência artificial: Aprimoramento e aplicações desta tecnologia, incluindo na robótica, processamento de linguagem natural e visão computacional.
- Engenharia biomédica: Desenvolvimento de soluções para auxiliar no diagnóstico e tratamento de problemas de saúde, como doenças crônicas e lesões - a exemplo dos projetos de próteses.
- Engenharia de manufatura aditiva: Produção de objetos a partir de um modelo digital, como as peças geradas em impressão 3D.
- Engenharia sustentável: Atua no desenvolvimento de tecnologias e práticas que reduzem o impacto ambiental, como a construção de edifícios com painéis solares, projetos de veículos elétricos, projetos de eletrônicos de baixo consumo de energia, gestão de resíduos, agricultura orgânica, sistemas de energias renováveis, tratamento de água, reutilização de subprodutos, etc.
- Engenharia de materiais: Criar materiais com propriedades específicas, como resistência, leveza e durabilidade. Na sustentabilidade, trabalhar com reciclados e biodegradáveis.
- Engenharia espacial: Trabalhar com tecnologias para exploração espacial, como de foguetes, satélites e naves.
- Engenharia robótica: Desenvolvimento e aplicação de robôs voltadas à construção civil, fabricação de produtos, assistência médica, e mais.
Diante do panorama apresentado pelo relatório "O Futuro das Engenharias no Brasil", é evidente que o papel dos engenheiros é crucial para impulsionar o desenvolvimento do país em meio ao cenário de constante inovação e avanço tecnológico. No entanto, o estudo também revela desafios significativos, como a falta de profissionais qualificados e a necessidade de adaptação às demandas do mercado.
Portanto, é essencial que o Brasil invista na formação de engenheiros altamente capacitados e na promoção de uma educação de qualidade, alinhada às necessidades do mercado e às demandas da sociedade. Somente assim será possível garantir a relevância e o impacto positivo das engenharias no desenvolvimento econômico, social e ambiental do país, enfrentando os desafios do presente e construindo um futuro sustentável e inovador.
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