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A Revolução Silenciosa no Brasil: O Crescimento dos Provedores Regionais de Banda Larga

Article-A Revolução Silenciosa no Brasil: O Crescimento dos Provedores Regionais de Banda Larga

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No começo da segunda década dos anos 2000, iniciou-se um movimento silencioso no mercado de banda larga fixa que poucos analistas compreenderam a princípio. Talvez uma das razões para tal fato foi que o movimento provinha da periferia para o centro, ao contrário dos planos de atuação das grandes operadoras. Em outras palavras, para não baterem de frente com estas, os Provedores Regionais de conexão à Internet (PRs) preferiram buscar nichos desatendidos, tais como municípios preteridos pelas grandes operadoras, novos condomínios, a periferia de grandes cidades, entre outros.

Inicialmente, se utilizaram da tecnologia de acesso via rádio, mas, em meados dos anos 2010, ao perceberam a demanda por maior capacidade, começaram a investir maciçamente em acesso via fibra óptica.

Como resultado, foram os grandes responsáveis por massificar redes de banda larga nas comunidades e municípios do interior, onde as grandes operadoras tinham atendimento deficiente. Tornaram-se o fator determinante para permitir que empresas locais crescessem e se tornassem cada vez mais competitivas, qualquer que fosse o setor da economia, com redução de custos e aumento da produtividade.

Sem ter a pretensão de esgotar o assunto, a ideia é mostrar aqui um pequeno painel da atuação dos PRs e sua representatividade no Brasil. Para tal, vamos nos valer de dados oficiais da Anatel, muito embora eles não representem a totalidade do mercado, conforme estudo que a Futurion elaborou (www.futurion.com.br).

Até dezembro de 2018, havia 5.306 empresas de SCM licenciadas pela Anatel que declararam ter, pelo menos, um acesso. Para fins desse artigo, os PRs foram divididos em Micro: menos de 10 mil acessos; Pequenos: entre 10.001 e 50 mil acessos; Médios: entre 50.001 e 200 mil acessos e Grandes: Empresas acima de 200 mil acessos e empresas PMS.

O crescimento dos PRs, mesmo numa conjuntura macroeconômica adversa, mostrou que havia e ainda há uma importante demanda não atendida, concentrada nas áreas periféricas das grandes cidades e no interior do país. Entre 2015 e 2018, o mercado cresceu 5,7 milhões de acessos, conforme as tabelas a seguir demonstram:

Em 4 anos, portanto, os PRs cresceram 140% em número de empresas e 54,12% em número de acessos, com 21,65% do mercado (um crescimento de 10,45%), contra apenas 8,32% de crescimento das empresas Grandes e com PMS.

Na distribuição dos PRs pelo país, verificamos que aumentou significativamente o número de PRs no NE, talvez no vácuo deixado pela falta de investimentos das grandes empresas na região, conforme os gráficos:

Um dos indicadores desse crescimento foi o investimento em redes de fibras ópticas, que representavam 8,72% dos acessos em 2015, e que representam 47,52% em 2018. Ao comparar-se as tecnologias de acesso utilizadas entre 2015 e 2018, nota-se que os PRs investiram fortemente nos acessos por fibra óptica, como demostrado no gráfico abaixo:

Como consequência, a velocidade média de acesso, em todas as categorias, aumentou, notadamente nas velocidades acima de 12 Mbps, como mostrado nos gráficos abaixo:

Com toda essa pujança, uma nova era se inicia nesse mercado que é sua concentração. Esse processo já se iniciou e promete se acelerar nos próximos meses. E será tema de nosso próximo artigo, mas o fato é que a revolução que era silenciosa e quase invisível agora é visível e se tornou parte importante do mercado de banda larga.

* Caio Bonilha é colunista da Futurecom Digital, Sócio-Diretor da Futurion Análise Empresarial. Formado pela UFRGS em Engenharia Eletrônica, tem Especialização em Telecom pela Unicamp. Com mais de 35 anos de experiência, tem experiência internacional e atua como consultor nas áreas de Estudos de Viabilidade de Novos Negócios e Avaliação e reestruturação de Empresas. Foi Presidente da Telebrás, Fundador e Sócio Diretor da Brampton Eng. de Telecom: Fundador e Diretor da Celtec/Celplan, Diretor Comercial da Divisão Celular da Alcatel, Chefe de Área de Desenv.de Software do Projeto Trópico no CPqD, entre outros cargos.

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