Você já imaginou trocar de operadora de celular ou ativar um plano internacional apenas escaneando um QR Code,? Essa é a proposta do eSIM, uma tecnologia que vem transformando a forma como nos conectamos à rede móvel, e que promete ganhar cada vez mais espaço no Brasil.
Para entender melhor como o eSIM funciona e quais os impactos para consumidores e empresas, o Futurecom Digital conversou com Mauro Aguiar Duarte, docente do curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas do Senac EAD, que compartilhou conhecimentos sobre a tecnologia e os seus desafios no cenário nacional. Confira!
eSIM: um chip embutido que pode ser programado remotamente
Segundo Mauro Duarte, embedded SIM (eSIM) é um chip digital embutido diretamente no dispositivo, como smartphones, smartwatches e tablets. “Diferente do chip físico, ele não precisa ser inserido ou removido manualmente. Trata-se de um chip soldado dentro do aparelho”, explica o professor.
A grande inovação do eSIM está na sua programação remota, o que permite ao usuário ativar perfis de diferentes operadoras por meio de um aplicativo ou QR Code.
“É possível mudar de operadora, ativar planos adicionais ou internacionais sem trocar fisicamente o chip. A ativação é imediata e sem complicação”, resume Duarte.
Flexibilidade: um dos grandes diferenciais do eSIM
Na prática, o eSIM abre uma nova dimensão de flexibilidade para o consumidor.
“É possível ter, por exemplo, um plano local e outro internacional ativos simultaneamente, sem trocar de chip. Isso facilita a vida de quem viaja ou precisa separar planos pessoais e profissionais”, observa Duarte.
A agilidade na troca de operadoras também tem impacto direto na competitividade do setor. “O consumidor pode experimentar planos diferentes facilmente, o que força as operadoras a melhorarem as ofertas e os preços”, diz o professor.
A modalidade também é uma boa pedida para profissionais que viajam frequentemente ao exterior, que podem ativar planos locais assim que desembarcam, sem depender da compra física de um chip em outro país.
MVNOs ganham destaque com a digitalização do chip
O eSIM também tem se tornado uma arma estratégica para as Operadoras Móveis Virtuais (MVNOs), que oferecem serviços de telefonia sob a infraestrutura de grandes operadoras.
“Muitas MVNOs estão adotando o eSIM para oferecer serviços mais flexíveis, especialmente voltados a nichos como turistas, expatriados e trabalhadores remotos”, afirma Duarte.
Por eliminar a necessidade de distribuição física dos chips, o eSIM reduz custos logísticos e acelera a entrega de serviços.
Nas palavras de Duarte: “As empresas que usam o eSIM conseguem lançar planos inovadores com ativação instantânea, o que representa uma vantagem no mercado atual.”
No entanto, ele ressalta que nem todas as MVNOs têm acordos com operadoras maiores para ativar perfis eSIM, o que limita o crescimento nesse modelo.
Um futuro mais conectado e digital
Apesar dos entraves iniciais, especialistas concordam que o eSIM deve ganhar cada vez mais espaço na telefonia móvel brasileira, à medida que operadoras ampliem o suporte e os consumidores descubram os benefícios da nova tecnologia.
A transição para um modelo totalmente digital de conectividade móvel está em andamento, e o eSIM é uma peça-chave nesse processo — prometendo não apenas melhor experiência ao usuário, mas também mais agilidade, economia e inovação para o setor de telecomunicações.
Enquanto isso, como destaca Duarte, o cenário ainda exige investimentos, educação e adaptação de todos os lados: operadoras, fabricantes, empresas e usuários. Afinal, transformar a forma como nos conectamos ao mundo também é um processo de mudança cultural e tecnológica.