O termo Nativos Digitais foi cunhado em 2001 por Marc Prensky. Naquela época, pertencia a essa geração os nascidos a partir de 1980, para quem interagir com computadores era parte natural da vida.

Para os nativos digitais, o mundo sem internet não existe, e o online e o off-line não se separam. Já os nascidos em décadas anteriores foram chamados de imigrantes digitais, uma vez que precisariam se adaptar à realidade mundial e aprender a lidar com a tecnologia.

Recortes geracionais são comuns para tentar segmentar e colocar ‘em caixinhas’ grupos de pessoas, propondo uma reflexão sobre as maneiras de aprender e os desafios do professor para ensinar a essa geração, embora o termo Nativos Digitais tenha sido criticado por não ter embasamento científico”, afirma Luciana Correa, pesquisadora e coordenadora do ESPM Media Lab.

Quem são os nativos digitais?

Há diversos matizes de nativos digitais, dependendo da época em que nasceram e da intensidade com que foram expostos às novas tecnologias na infância e adolescência. Considerando a dinamicidade do mundo virtual, em que novos aplicativos rapidamente conquistam milhões de usuários e mudam a sua forma de se relacionar com o mundo, e mesmo de perceber o mundo, talvez tenhamos que começar a falar de diferenças entre grupos etários, utilizando faixas muito mais estreitas do que no passado”, defende o coordenador de Pós-Graduação em Computação Aplicada da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) Alexandre Graeml.

Os primeiros nativos digitais são aqueles nascidos a partir de 1980. Pessoas familiarizadas com o uso do computador, mas, para estranhamento dos ainda mais jovens, gente que usa e-mail. Esses precursores estão acostumados a buscar informações no Google, porém tendem a consumir informações prontas.

A segunda geração dos nativos digitais começa em 2004, depois da invenção do Facebook, e, contrariamente aos seus antecessores, pergunta ao mundo e aos amigos, não somente ao Google; e não abre mão de participar da construção da resposta, tudo em tempo real.

Em 2011, mais uma transformação importante foi observada neste público. A criação do Snapchat fez surgir a terceira geração dos nativos digitais, transferindo o protagonismo do conteúdo para o formato multimídia e popularizando os Stories – disponíveis para consulta por apenas 24h e que tornaram mais forte a percepção de que o virtual tem que ser vivido de forma simultânea e integrada com o real.

Tenho a impressão que cada uma dessas tecnologias, ao estabelecer novas formas preferenciais de interação entre as pessoas, de expressar sua identidade e, no fim das contas, de viver, define também diferenças entre as gerações que vão se formando, algumas mais óbvias, outras mais sutis, mas não menos importantes”, afirma Graeml.

Características que marcam os nativos digitais

Apesar das especificidades que diferem cada recorte desta geração nascida depois de 1980, os nativos digitais apresentam, de forma geral, as características abaixo:

  1. Relações efêmeras de amizade;
  2. Limites mais elásticos;
  3. Referências online/autodidatas;
  4. Protagonismo individual;
  5. Comunicação por mensagem;
  6. Consumo de informações;
  7. Livres e questionadores;
  8. Imediatistas;
  9. Satisfação em primeiro lugar.

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