Um cenário de hiperconectividade, com bilhões de dispositivos conectados trocando dados em tempo real, sem quedas de conexão ou atrasos perceptíveis, já não pertence apenas à ficção científica.
Essa revolução tecnológica está em curso e tem nome: conectividade hiperescalável.
Para entender como ela está moldando o presente e o futuro da conectividade, conversamos com Greisse Moser, professora e coordenadora dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Big Data e Inteligência Analítica; Gestão da Tecnologia da Informação; e Inteligência Artificial e Machine Learning, do Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi).
Veja a seguir os conceitos e as opiniões compartilhadas pela especialista!
Conectividade hiperescalável: entenda o que é
A conectividade hiperescalável está ligada à capacidade de redes e sistemas crescerem e se adaptarem rapidamente, sem comprometer o desempenho.
Atualmente, os dados circulam em volumes gigantescos e os dispositivos se conectam em escala nunca antes vista. Logo, esse conceito se torna essencial.
Greisse explica que, na prática, esse tipo de conectividade depende de tecnologias como computação em nuvem e virtualização. São elas que permitem ajustar automaticamente recursos como largura de banda e servidores, conforme a demanda.
“Tudo acontece de forma automatizada e inteligente, garantindo que o sistema continue estável, mesmo quando há um aumento repentino no número de conexões”, destaca a professora.
Esse modelo contrasta com as infraestruturas tradicionais, que muitas vezes não conseguem lidar com picos de uso, gerando falhas e lentidão.
5G e o caminho para redes mais inteligentes
O 5G já está impulsionando mudanças profundas na forma como consumimos tecnologia. Para Greisse, essa nova geração de conectividade serve como base para experiências digitais mais imersivas e estáveis.
“Com a hiperescalabilidade, as redes se tornam mais flexíveis, resistentes a falhas e capazes de lidar com um número muito maior de dispositivos ao mesmo tempo. Isso é fundamental para tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), realidade aumentada e realidade virtual”, afirma a docente da Uniasselvi.
Além de melhorar a experiência do usuário final, essa estrutura otimiza custos operacionais, já que as empresas passam a pagar apenas pelos recursos que realmente utilizam.
Tal característica é particularmente importante para operadoras e provedores de serviços digitais que precisam crescer sem elevar exponencialmente seus investimentos.
6G e a próxima revolução digital
Se o 5G ainda está em fase de expansão, o 6G já surge no horizonte como uma promessa de transformação radical. Essa nova geração de redes deve oferecer velocidades muito superiores e latência praticamente zero, permitindo respostas em tempo real.
Segundo Greisse, o 6G trará um papel ainda mais relevante para a inteligência artificial, que poderá gerenciar redes quase de forma autônoma, ajustando parâmetros em tempo real para garantir eficiência máxima.
“Também veremos avanços em tecnologias de armazenamento e processamento de dados, que serão mais compactas, sustentáveis e rápidas”, diz a especialista.
Ela também afirma que “a computação quântica, embora ainda em estágio inicial, pode se tornar um grande aliado para lidar com o volume crescente de informações”.
Essa evolução abrirá espaço para aplicações inéditas, como cirurgias remotas com precisão absoluta, sistemas de transporte totalmente autônomos e experiências imersivas em entretenimento e educação.
Wi-Fi 7 e redes privadas: expansão da conectividade
Enquanto as redes móveis evoluem, tecnologias como o Wi-Fi 7 também ganham destaque. Essa nova geração promete altíssima velocidade, estabilidade e menor interferência, sendo ideal para ambientes corporativos e domésticos que exigem grande capacidade de transmissão.
Greisse explica que outro movimento importante é a adoção de redes privadas, especialmente em indústrias, hospitais e centros logísticos.
“Essas redes permitem maior controle sobre a segurança e a qualidade da conexão, sendo fundamentais para aplicações críticas, como monitoramento de máquinas, veículos autônomos em fábricas ou sistemas hospitalares conectados”, ressalta a professora.
A combinação entre redes privadas e Wi-Fi 7 cria um ecossistema capaz de sustentar operações complexas, conectando dispositivos com confiabilidade e eficiência.
Hiperconectividade: impactos na vida cotidiana
A hiperconectividade resultante dessas transformações vai muito além do setor tecnológico.
Para as operadoras e empresas de telecomunicações, ela representa a possibilidade de oferecer serviços mais robustos e inovadores, como streaming em qualidade ultra-alta, plataformas de jogos sem atrasos e suporte para veículos autônomos.
Já para a população em geral, de acordo com Greisse, os impactos se refletem diretamente no dia a dia, por meio de atividades como:
- Educação a distância com plataformas mais estáveis e acessíveis;
- Telemedicina avançada, conectando médicos e pacientes com precisão;
- Cidades inteligentes, com transporte público otimizado, gestão energética eficiente e serviços públicos digitais mais ágeis.
“A hiperescalabilidade não é apenas uma questão técnica. Ela tem um impacto social profundo, criando condições para que a tecnologia melhore a qualidade de vida e impulsione novos modelos de negócios”, afirma Greisse.
O futuro já começou
O avanço das redes hiperescaláveis não é um evento distante, ele está acontecendo agora. Conforme as tecnologias como 5G, Wi-Fi 7 e, futuramente, 6G se consolidam, a infraestrutura digital passa a operar como um organismo vivo, adaptando-se de forma inteligente e contínua.
Para Greisse, a transformação exige colaboração entre empresas, governos e instituições de ensino.
“Estamos diante de uma oportunidade única de construir um ecossistema digital que seja ao mesmo tempo eficiente, seguro e inclusivo. O futuro das redes depende das escolhas que fazemos hoje”, conclui a especialista.
Com a conectividade hiperescalável, o mundo se aproxima de uma era em que limites tecnológicos deixam de ser barreiras, abrindo espaço para inovação sem precedentes e experiências digitais que transformarão a forma como vivemos, trabalhamos e nos conectamos.
Tags