Atualmente, o debate sobre redes 5G e segurança tem sido reforçado, uma vez que a implementação dessa tecnologia em terras brasileiras está mais próxima e é aguardada com grande expectativa.
Mas a preocupação em torno da mudança — que tende a impactar de forma significativa a conectividade no país — demonstra que ainda há um longo caminho a ser percorrido no que se refere à segurança digital.
Com cada vez mais dispositivos conectados, o 5G no Brasil aumentará o uso de sistemas e tornará a disseminação de informações mais veloz.
Ao passo que essa transformação trará benefícios aos usuários e a toda a sociedade econômica e social, também poderá deixar exposta uma quantidade muito maior de dados.
Isso significa que tentativas de ataques cibernéticos tendem a ser mais frequentes. Por isso, medidas em relação à cibersegurança e proteção de dados devem se tornar prioridade para os setores envolvidos.
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Por que as redes 5G causam preocupação?
Afinal, o que faz a relação entre 5G e segurança ser motivo de alerta entre os especialistas? A resposta está na melhora da velocidade das conexões móveis trazida por essa tecnologia.
É possível criar mais pontos de conectividade, o que aumenta o número de aparelhos e dispositivos de Internet of Things (IoT) conectados em bilhões, elevando assim substancialmente o volume de dados trafegados.
Infelizmente, todo avanço tecnológico traz novas possibilidades para os invasores. Todavia, isso não quer dizer que a rede 5G seja mais vulnerável, mas sim que a nova tecnologia necessita de análises e estudos aprofundados para sua implementação, de forma a reduzir ao máximo os riscos potenciais.
Portanto, empresas de segurança da informação precisam ser preparar muito bem para a chegada dessa tecnologia, evitando que cibercriminosos acessem dados pessoais e posteriormente os utilizem para atividades ilícitas.
Nesse sentido, dois pontos devem ser considerados a partir dessa melhora na cobertura e conectividade: o número de aparelhos conectados à rede e a precisão de localização. Se não forem tratados com atenção, esses aspectos podem colocar em risco governos, instituições e usuários.
Em resumo, o controle de informações em massa se torna mais complexo e exige que o trabalho em segurança e privacidade seja o mote da infraestrutura de dados para o recebimento da rede 5G no Brasil e no mundo.
5G e segurança de dados: o que muda no Brasil?
As redes 5G devem chegar no Brasil ainda em 2020. Embora pareça um atraso, quando comparamos a outros países, especialistas afirmam que a consolidação ainda levará muito tempo.
E se tratando de 5G e segurança, tratar o assunto como uma disputa de quem chega primeiro também pode gerar problemas no futuro.
É fato que a implementação das redes 5G no Brasil trará inúmeros benefícios. Inclusive na área rural, onde o acesso à internet ainda é bastante limitado, e essa nova geração de redes móveis poderá significar um grande avanço na comunicação online.
Para o especialista em cibersegurança Marcelo Lau, dono da Data Security Serviços em Segurança de Dados, as possibilidades de negócios tendem a aumentar;
“Sabendo que uma rede oferece maior velocidade aos usuários, é certo que isso também viabilizará a comunicação para as mais diversas finalidades e permitirá diversos modelos de negócio, incluindo aqueles oriundos de tempo de resposta cada vez mais reduzido aos sistemas”, aponta.
Porém, quando falamos de redes 5G e segurança, o que serve para o Brasil também se aplica para os demais países que adotam a tecnologia. Para Lau, é esperado que ataques produzam lentidão e até mesmo negação de serviço (DoS ou DDoS), tornando essas preocupações bastante primárias.
Outro ponto que vale ser destacado é o aumento do uso de dispositivos de IoT conectados a essa rede. Contudo, o especialista reforça a necessidade de garantir a segurança do usuário: “Não há um compromisso de diversos fabricantes, em função de uma ausência de padronização dos controles de segurança mínimos necessários”.
No entanto, tratando-se de 5G e segurança, os órgãos governamentais também têm papel fundamental para o aumento da proteção de dados, conforme destaca Leonardo Barbosa, professor de pós-graduação em Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor do Secure Cyber Systems Lab.
“As organizações nem sempre têm ciência do quão sensível ou crítico é o ativo em forma de dados nas suas mãos. Portanto, a adoção da segurança é muito dependente da regulação do Estado. Os adventos da General Data Protection Regulation (GDPR) e da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), se forem levados a cabo, podem contribuir sobremaneira para o incremento dessa proteção”, afirma o docente.
Como as redes 5G impactarão no cotidiano?
Além da velocidade de conexão, o que se espera da rede 5G é que ela torne mais acessível a conectividade entre sistemas, aumentando o acesso aos recursos que a IoT disponibiliza.
Quando se pensa em dispositivos inteligentes, especialmente no Brasil, as experiências ainda são muito vagas. Isso porque os sistemas de dados móveis são precários e têm custo elevado.
Portanto, a implementação dessa tecnologia traz uma visão de que, em determinado momento, todos os dispositivos — desde computadores até eletrodomésticos — estarão conectados. Entretanto, para Barbosa, essa é uma questão que traz um problema.
“A heterogeneidade dos dispositivos implica, também, em uma multiplicidade de defesas de segurança. Em uma linguagem mais direta, um micro-ondas, por exemplo, não tem — e acredito que não terá no curto prazo — mecanismos de segurança tão sofisticados quanto os de um laptop”, ressalta.
Para Lau, essas mudanças tendem a se tornar cada vez mais comuns, tendo impactos menos significativos no cotidiano.
“O que se percebe com o avançar dos anos é que a segurança da informação se torna algo cada vez mais natural para todos nós, por meio de processos e tecnologias integrados em produtos e serviços consumidos pela população”, pontua.
Contudo, o atual cenário também exige a presença de profissionais voltados a um mercado em que 5G e segurança são cada vez mais necessários.
“Eles devem estar cientes de seu papel dentro da sociedade e, quem sabe, em um futuro não tão distante, essa seja uma disciplina ministrada em sala de aula desde o ensino fundamental”, finaliza Lau.
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