Instituído no Brasil em 2021, o Open Banking está levando o setor bancário do país a um novo estágio, o que possibilita aos clientes finais uma série de vantagens como a utilização de serviços variados em diferentes instituições.

Além dos benefícios financeiros, já que é possível escolher quais produtos utilizar com cada empresa, os clientes também ganham em variedade de opções. Para os bancos e demais companhias do setor financeiro, o cenário apresenta o desafio de oferecer novos atrativos e a vantagem de poder conquistar novos clientes.

Para entendermos mais sobre os data products, produtos que utilizam o uso de dados para oferecer soluções mais personalizadas e eficazes, conversamos com Bruno Chan, fundador e CEO da Klavi, empresa referência em Open Finance.

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As novas oportunidades de negócios a partir do uso de dados

Um dos principais benefícios do Open Banking é permitir aos clientes que escolhem quais dados querem compartilhar com as instituições, possibilitando assim a oferta de soluções que vão de encontro às suas expectativas de gastos e rendimentos.

“O compartilhamento de dados via Open Finance permite às empresas terem mais visibilidade da movimentação financeira dos seus clientes, como renda, perfil de gastos e posição de crédito”, salienta Bruno Chan.

De acordo com ele, esse norteamento por dados já é uma realidade do segmento, e o fornecimento dos dados por parte dos clientes se configura em uma possibilidade de mais vantagens em suas operações financeiras.

“Um dos exemplos que mais gosto é da Zippi, uma startup que usa dados de Open Finance para conceder crédito semanal para autônomos, que é uma população gigante que tem sido excluída de serviços financeiros tradicionais”, destaca ele.

Como os consumidores podem usufruir de novos produtos a partir dos seus dados?

“Podemos ver como pessoas negativadas podem usufruir dos seus dados para obterem melhores serviços financeiros. Hoje, 40% dos adultos estão negativados, o que equivale a cerca de 64 milhões de pessoas”, pontua Chan.

Segundo ele, tal fator faz com que muitas pessoas não tenham acesso a créditos e demais produtos do setor financeiro, o que pode mudar com o uso de dados de forma consciente e dentro dos padrões estabelecidos na LGPD.

“Através do Open Finance, consumidores podem compartilhar suas movimentações financeiras (renda, economias, investimentos etc) para que empresas deixem de olhar apenas suas negativações, e consequentemente, ajudar o consumidor obter aquele serviço financeiro”, observa o CEO da Klavi.

Os cuidados de segurança no uso de dados de clientes por parte de instituições financeiras

Quando falamos do uso de dados, uma das principais questões que pautam o debate são os riscos que estão em jogo e sua contrapartida em relação aos benefícios oferecidos.

Com a Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD), tornou-se extremamente importante que as empresas, em especial as do setor financeiro, cuidem de maneira exemplar dos dados fornecidos por sua base de clientes.

Tradicionalmente o segmento também está entre os que mais investem em cibersegurança. Como destacado em uma pesquisa da FEBRABAN em parceria com a Deloitte, as instituições brasileiras do setor investiram mais de R$ 35 bilhões no segmento, o que denota sua importância.

Sobre este aspecto, Chan destaca que “o trabalho com dados pessoais e financeiros requer bastante cuidado de um ponto de vista de segurança da informação.”

Ele acrescenta: “Além de todas as provisões da LGPD, as empresas precisam ter políticas e procedimentos de segurança da informação para garantir que os dados sejam armazenados de forma segura e que sejam utilizados de forma ética.”

O Open Banking como facilitador para novas soluções financeiras

Resumindo o conceito que está ajudando o Brasil a entrar em uma nova fase de operações bancárias, Chan comenta que o Open Banking “é uma iniciativa de abertura do sistema bancário popularizado na Inglaterra com a intenção de aumentar a competitividade e eficiência do mercado financeiro.”

Ele destaca que atualmente os cinco maiores bancos brasileiros possuem quase 80% do mercado, o que pode mudar com o novo cenário do Open Finance.

“O Open Banking visa facilitar a ‘abertura dos dados’, ou compartilhamento dos dados entre instituições. Esta facilidade no compartilhamento de dados fomenta competição e inovação, e assim, criação de novos produtos financeiros”, finaliza nosso entrevistado.

Podemos concluir que a nova fase do setor bancário brasileiro traz uma gama de possibilidades de produtos que, através do uso de dados de forma responsável, traz benefícios variados aos clientes e impulsiona o setor como um todo.

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