Na 24ª edição da Futurecom, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) participará de dois painéis.
No dia 9 de outubro, o especialista da Embrapii Claudio Schefer estará na Arena Future Talks, das 14h às 14h30, para a palestra “Lab2Mkt – Embrapii para Startups”.
Em seguida, das 16h às 17h, ainda na Arena Future Talks, a Embrapii participa do debate sobre o futuro da inovação no painel “Centros de Competência Embrapii – Uma Rede para o Futuro”. Além do especialista em Inovação Industrial da Embrapii, Edelvicio Júnior, o painel contará com mais três representantes dos Centros de Competência Embrapii, Carlos Eduardo Ribas, diretor comercial do Centro de Competência Embrapii em Smart Grid e Eletromobilidade – FutureGrid, no Lactec/PR; Victor Gomes, gerente da Divisão de Tecnologia e Inovação do Centro de Competência Embrapii em Agricultura Digital – CERES, no Instituto Senai de Inovação Sensoriamento/RS; e Danilo Santos, pesquisador do Centro de Competência Embrapii em Hardware Inteligente para a Indústria – Virtus CC/PB.
Para explicar o que é um Centro de Competência, fizemos uma entrevista com o coordenador de Captação de Recursos da Embrapii, Thales Marçal Vieira Netto. Ele é formado em Ciências Econômicas pela Universidade de São Paulo, servidor público federal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com ampla experiência políticas públicas do setor de Ttelecomunicações, Ciência e Tecnologia, como Lei de Informática e os Programas Prioritários de Internet das Coisas e Hardware BR.
- O que é um Centro de Competência e por que eles são uma aposta da Embrapii para o futuro da indústria?
Resposta: Centro de Competências (CC) é um novo modelo de apoio à inovação da Embrapii. Nesse modelo, a Embrapii passa a apoiar o desenvolvimento tecnológico em temáticas de fronteira, com o intuito de colocar o país nas discussões internacionais, inclusive quanto à padronização dessas tecnologias. Além do desenvolvimento tecnológico, os Centros de Competências visam o fortalecimento do capital humano nessas tecnologias e a integração entre empresas e startups com os Centros de Competências.
A Embrapii aposta que as tecnologias desenvolvidas nos Centros de Competências, por serem de maturidade tecnológicas mais baixas (TRL 2 até 6), sejam as tecnologias que as empresas utilizarão para fazer seus produtos no futuro, utilizando o apoio financeiro da Embrapii em seu modelo tradicional, por exemplo.
O modelo da Embrapii é a aposta tecnológica para que as instituições selecionadas como Centro de Competência passem a ser a referência nacional e internacional na sua temática.
- Quais são os principais desafios e oportunidades que os Centros de Competência Embrapii visam a abordar no contexto brasileiro?
Resposta: Os principais desafios estão vinculados à mudança de cultura de inovação no país. Poucas empresas, no Brasil, atuam em inovação aberta, mesmo em TRLs pré-competitivos. Dessa maneira, poucas empresas ainda se aproximaram dos Centros de Competências. Porém, as que já se aproximaram, e já são dezenas, sairão na frente das demais empresas. Para que isso aconteça, a Embrapii está aportando R$ 60 milhões em cada um dos nove Centros de Competência. E somente as empresas que se associarem tecnologicamente poderão ter acesso aos resultados desse investimento.
Ao mesmo tempo que essa situação da inovação aberta seja um desafio dos Centros de Competências, ela também é a maior oportunidade.
As empresas poderão reduzir custos ao compartilhar risco de desenvolvimento tecnológico e estar com as tecnologias ao seu alcance em primeira mão, ao contrário das empresas que não participam dos CCs.
Além disso, os Centros de Competências possuem as ações de capacitação de Recursos Humanos, que é uma grande oportunidade de qualificar colaboradores das empresas associadas na tecnologia que será desenvolvida pelos CCs.
- Quais são os principais resultados e impactos esperados para o setor produtivo e para a sociedade em geral?
Resposta: Para o setor produtivo serão os resultados das pesquisas e das qualificações de recursos humanos na temática do Centro de Competência. Essas tecnologias podem ser o diferencial em seus modelos de negócios futuros. E seus colaboradores já estarão preparados para trabalhar com essas tecnologias.
Como exemplo, uma empresa que esteja participando do CC de Segurança Cibernética, terá protocolos de segurança desenvolvidos no CC para colocar em seus produtos, com redução de custos de desenvolvimento e seus funcionários já estarão treinados para trabalhar com esses protocolos, caso sejam associados dos CCs.
Já a sociedade, ganha com o aumento do valor agregado dos produtos brasileiros, com a criação de postos de trabalhos mais qualificados, com o aumento da renda das empresas no Brasil, com o fortalecimento do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação brasileiro, entre outras externalidades positivas, que o processo de inovação gera.
- Como o setor produtivo pode se conectar com os Centros de Competência?
Resposta: Todos os Centros de Competências possuem planos de associação tecnológica (memberships). As empresas interessadas devem procurar o Centro de Competência com a temática de interesse da empresa para verificar qual o melhor plano de associação para a sua realidade.
Os Centros de Competências e suas temáticas são as seguintes:
- Centro de Competência Embrapii em Tecnologias Imersivas – AKCIT, no CEIA-UFG/GO;
- Centro de Competência Embrapii em Segurança Cibernética – CISSA, no Cesar/PE;
- Centro de Competência Embrapii em Open RAN – EXCCOM, no CPqD/SP;
- Centro de Competência Embrapii em Comunicações 5G e 6G – xGMobile, no Inatel/MG;
- Centro de Competência Embrapii em Tecnologias Quânticas – Quiin, no CIMATEC/BA;
- Centro de Competência Embrapii em Terapias Avançadas – CCTA, no Hospital Albert Einstein/SP;
- Centro de Competência Embrapii em Agricultura Digital – CERES, no Instituto Senai de Inovação Sensoriamento/RS;
- Centro de Competência Embrapii em Smart Grid e Eletromobilidade – FutureGrid, no Lactec/PR; e
- Centro de Competência Embrapii em Hardware Inteligente para a Indústria – Virtus CC/PB.