Lucas Monteiro Fraga, docente do curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas do Senac EAD, define o Open-RAN como “uma arquitetura de rede que promove a interoperabilidade por meio de hardware, software e interfaces abertas”.
Na visão do especialista, o propósito do Open-RAN é permitir que os equipamentos e sistemas de diversos fornecedores se comuniquem para oferecer a melhor solução em telecomunicação.
A tendência é que, com a chegada da conexão 5G, possamos ter ainda mais resultados positivos com essa arquitetura de rede aberta. Para saber mais sobre o assunto e conferir prossiga com a leitura!
Open-RAN: entenda o conceito de rede aberta
Fraga orienta que, para entendermos o conceito de rede aberta, é importante entendermos como funciona o modelo atual. O professor explica:
“As bases de rádios são compostas por uma série de equipamentos, como torres, antenas, unidades de rádio, entre outros. Essa é a infraestrutura que as provedoras adquirem de um fornecedor específico, responsável pela fabricação dos equipamentos. Esses equipamentos, apesar de serem baseados em padrões, utilizam tecnologias proprietárias que não se comunicam com soluções de outros provedores”
Ele complementa: “Por conta disso, as provedoras ficam presas ao hardware e ao software do fornecedor e esse aprisionamento tende a manter os preços altos, porque limita a competição entre os fornecedores de equipamentos e restringe a flexibilidade no design da rede”.
Assim sendo, para Fraga, o conceito de rede aberta visa a colaboração de fabricantes de equipamentos de telecomunicações para resolver este problema de interoperabilidade criando padrões.
Veja quais são as principais vantagens do Open-RAN
Questionando sobre as vantagens do Open-RAN, Fraga comenta que, sem ter que depender de um único fornecedor para construir seus ambientes de rede, as operadoras e empresas têm mais oportunidades de procurarem o melhor negócio e o melhor preço no mercado.
Essa colaboração também permite que desenvolvedores de software criem recursos e serviços para responderem rapidamente às necessidades dos usuários. Em suma, todos saem ganhando.
Nas palavras do especialista: “Com o suporte, a desagregação do software e do hardware proprietário, a criação e implantação de novos serviços e soluções tecnológicas se tornará muito mais fácil e rápida. Em outras palavras, podemos dizer que o Open-RAN é a chave para a competitividade e inovação no segmento de telecomunicações”.
Conheça os desafios enfrentados pela rede aberta
Apesar de ser um modelo muito vantajoso, o Open-RAN ainda precisa superar alguns desafios, principalmente no que se refere à arquitetura.
“Quando surge um problema na rede, por exemplo, identificar e isolar os problemas pode se tornar mais difícil, pois o ambiente é mais complexo. E, mesmo quando o problema é identificado, um fornecedor pode passar a culpa para outro devido à complexidade”, exemplifica Fraga.
Entenda como o 5G pode beneficiar a rede aberta
Na visão de Fraga, com a chegada da tecnologia 5G será possível explorarmos soluções para diversas situações que exigem altas taxas de transferência de dados. De tal maneira , as redes abertas também serão beneficiadas.
“As interfaces abertas podem garantir que todos os componentes de uma rede 5G possam interoperar facilmente, de ponta a ponta, proporcionando maior competitividade. Assim, a combinação da rede aberta com as tecnologias de código aberto orientadas por nuvem pode beneficiar substancialmente o ecossistema 5G”, diz o professor.
5G e Open-RAN, portanto, são conceitos que se beneficiam e que proporcionarão muito mais benefícios para os usuários.
Falando em 5G, confira também nosso artigo sobre a importância da fibra óptica na difusão da nova geração da internet. Boa leitura!