Em março de 2021, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT) publicou no Diário Oficial da União (DOU), uma resolução com as regras de como as operadoras de telecomunicações poderão ocupar as faixas de domínio das rodovias federais.

Entre outros pontos, a resolução diz que será feita uma concessão sem ônus às operadoras. Será permitido celebrar o chamado Termo de Permissão Especial de Uso (TPEU), com validade de 10 anos. 

Com o avanço da tecnologia 5G no país, a tendência é que as estradas sejam cada vez mais conectadas. Isso facilitará a rotina dos motoristas profissionais e também dos que viajam a passeio ou por motivações pessoais.

Hugo Ito, CEO da empresa Link Monitoramento, compartilhou conosco a sua visão sobre o assunto. Veja abaixo as considerações que ele fez sobre o tema!

O leilão do 5G e a expansão da cobertura de internet nas rodovias

A realização do leilão do 5G foi um importante passo para impulsionar a cobertura de internet nas rodovias brasileiras. Porém, na visão de Ito, os prazos estipulados na ocasião não deverão ser cumpridos. 

“Foi estipulado um prazo (31 de julho de 2022) para que a rede esteja disponível em todas as capitais do país, o que com certeza não será possível devido a vários fatores, entre eles a adequação da infra estrutura para instalação das antenas”, diz o CEO da Link Monitoramento.

Ele complementa dizendo que: “De acordo com informações do jornal O Globo, o 5G ainda não está acessível em nenhuma localidade do Brasil, ao passo que as empresas têm enfrentado dificuldades para instalar a tecnologia em pelo menos 17 capitais do país”.

Segundo Ito, para que a implementação do 5G seja efetivada, é necessário que as operadoras que venceram o leilão implementem pelo menos uma antena 5G para cada 100 mil habitantes em todas as capitais.

Regras para a instalação de conectividade impostas pelo DNIT

O atraso para a implementação da infraestrutura de conectividade nas rodovias brasileiras também se deve às exigências feitas pelo DNIT. Caso as operadoras não cumpram o que foi estabelecido, não poderão celebrar o TPEU.

Sobre o assunto, Ito disserta: “Além das licenças estaduais, municipais e federais as operadoras deverão apresentar projeto de sinalização da obra respeitando os manuais do DNIT e CONTRAN, bem como a análise de segurança viária no trecho de implantação da infraestrutura da rede 5G, considerando o risco de acidente que pode ser ocasionado em decorrência da implantação da infraestrutura”.

Expectativas em relação à conectividade nas rodovias

“Todos os estados brasileiros serão beneficiados com a chegada da conexão, que irá otimizar custos do setor e aumentar a produtividade econômica do país”, diz Ito.

Segundo o especialista, receberão cobertura de internet móvel as rodovias que ainda não contam com infraestrutura de conectividade. 

Ele também explica que a região que mais terá malha rodoviária conectada será o Nordeste (11,2 mil km), seguida do Centro-Oeste (7,5 mil km), Norte (7,2 mil km), Sudeste (5,2 mil km) e Sul (4,4 mil km).

As expectativas em relação à conectividade, para o gestor da empresa Link, são as mais positivas possíveis, principalmente no que se refere ao monitoramento de veículos.

“Com as estradas mais conectadas será possível desenvolver novas tecnologias, otimizando as frotas, trazendo economia para os clientes e gerando relatórios diversos que informam localização, tempo de ignição ligada, quilômetros percorridos, consumo médio, velocidade e até mesmo possibilidade de bloqueio do veículo em caso de roubos”, comenta Ito.

E para você, quais são as expectativas sobre a conectividade nas rodovias? Refletir sobre essa tendência é bem importante, principalmente para quem executa funções relacionadas à logística.

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