A transformação digital está reformulando o setor da saúde, trazendo soluções inovadoras que prometem melhorar a qualidade e a eficiência dos cuidados médicos.
No centro dessa revolução está o conceito de iHealth, uma abordagem tecnológica focada na utilização de dados para promover saúde preventiva e diagnósticos preditivos.
Para aprofundar nossa compreensão sobre os hubs de dados na saúde e suas implicações, conversamos com Maykon Anderson Pires de Novais. Ele é biólogo, mestre e doutor em Ciências da Saúde, e coordenador da pós-graduação em Gestão em Saúde do Senac EAD. Acompanhe!
O que são hubs de dados na saúde?
Segundo Novais, um hub de dados na saúde é uma plataforma centralizada projetada para coletar, armazenar, processar e compartilhar informações de saúde.
“Essas plataformas facilitam a interoperabilidade entre diferentes sistemas de informação em saúde, permitindo um compartilhamento eficiente e seguro de informações”.
Ainda de acordo com o professor, eles são essenciais para a análise de dados, modelagem preditiva, e desempenham um papel crítico no avanço da medicina personalizada e de precisão.
Utilizando dados para diagnósticos preditivos
A análise de dados para diagnósticos preditivos envolve técnicas avançadas para identificar padrões que possam prever condições de saúde, permitindo diagnósticos mais precisos e personalizados.
Novais enfatiza a importância de abordar considerações éticas e de privacidade ao lidar com dados de saúde sensíveis.
Por dados de saúde sensíveis entendem-se históricos de doenças e outras questões de cunho pessoal dos pacientes, como a orientação sexual e a identidade de gênero, por exemplo.
O coordenador do Senac EAD resume dizendo que: “Os profissionais podem usar modelos preditivos para intervenções precoces, melhorando significativamente os resultados dos pacientes”.
Aplicações práticas e benefícios
A oferta preditiva na saúde tem um vasto potencial, incluindo diagnóstico precoce de doenças, gerenciamento de patologias crônicas, e redução de readmissões hospitalares.
“Ao utilizar análises avançadas de dados, os sistemas de saúde podem promover uma abordagem mais personalizada e preventiva para a saúde, melhorando a eficiência, qualidade e resultados do atendimento”, destaca Novais.
Integração com redes de telecomunicações
Novais explica que a integração de dados de saúde com redes de telecomunicações pode ser feita a partir de dispositivos móveis, equipamentos de telemedicina, monitoramento remoto de pacientes, entre outros.
“Essa integração oferece benefícios significativos, como maior acessibilidade e qualidade no atendimento ao paciente“, destaca o doutor em Ciências da Saúde.
Casos de sucesso e implementações
Segundo Novais, existem diversos exemplos globais de implementações bem-sucedidas de hubs de dados na saúde.
O professor exemplifica dizendo que: “O National Health Service (NHS) do Reino Unido implementou um hub de dados chamado Data Services Platform para integrar e analisar dados de saúde de diferentes fontes, incluindo registros médicos eletrônicos, dados de prescrição, dados de pacientes e dados de pesquisa clínica. Isso permite a análise de dados em larga escala para melhorar os serviços de saúde e a tomada de decisões clínicas”.
Ele também apresenta o OpenSAFELY: “uma plataforma de pesquisa baseada em dados de saúde do Reino Unido, que utiliza um hub de dados para analisar dados anonimizados de registros médicos eletrônicos de milhões de pacientes”.
Segundo Novais, essa plataforma foi fundamental para a realização de estudos epidemiológicos e análises de segurança de medicamentos durante a pandemia da COVID-19.
O docente finaliza apresentando exemplos brasileiros: “No Brasil, podemos citar a base de dados do DataSus, a Rede Nacional de Dados em Saúde, o ConecteSUS e a Rede Nacional de Pesquisa Clínica”.
Expectativas futuras para o iHealth
As expectativas para o futuro do iHealth incluem: expansão de funcionalidades, integração com wearables, personalização e análise de dados, colaboração entre pacientes e profissionais de saúde, e incorporação de Inteligência Artificial (IA).
“O iHealth pode transformar significativamente a forma como acessamos, monitoramos e gerenciamos a saúde, promovendo uma abordagem mais centrada no paciente”, conclui Novais.
Em suma, o iHealth e os hubs de dados representam uma evolução no setor da saúde, oferecendo possibilidades inovadoras para diagnósticos preditivos e cuidados personalizados.
Com a integração de tecnologias avançadas, IoT e a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento, o futuro da saúde promete ser mais eficiente, acessível e voltado para a prevenção.
Se informe mais sobre esse tipo de novidade: leia agora nosso artigo sobre o uso da Inteligência Artificial na saúde!