O aumento da expectativa de vida da população brasileira e o surgimento da chamada economia prateada, que de acordo com a pesquisa Euromonitor International, movimenta mais de R$ 1,6 trilhão por ano, serviram como ponto de partida para um interessante debate no Futurecom 2023.
Célio Martinez, CEO do portal Mercado & Consumo, mediou a conversa sobre o futuro do comportamento dos consumidores, que contou com a participação de:
- Airton Melo: enterprise sales director da Huawei;
- Andressa Girotto Vargas: analista da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD);
- Fernanda Garibaldi: diretora executiva da Zetta;
- João Del Nero: gerente de negócios e vendas da Embratel;
- João Pedro Tonini: diretor de produtos online do Mercado Pago; e
- Paula Tempelaars: head de lab da Neurowits.
Os principais pontos que esses renomados especialistas compartilharam na plenária serão apresentados a seguir. Fique conosco e tenha uma boa leitura!
Mercado Pago: inovação tecnológica impulsiona a democratização financeira na América Latina
O diretor de produtos online do Mercado Pago, João Pedro Tonini, enfatiza o compromisso da empresa com a inovação tecnológica e a democratização financeira na região.
“Somos uma empresa que respira tecnologia, priorizando a democratização do comércio eletrônico e o acesso ao sistema bancário”, afirmou ele.
Ele evidencia como o Mercado Pago revolucionou o modelo de concessão de crédito, abandonando critérios limitados como score bancário ou histórico com grandes corporações.
“Analisamos mais de 2000 variáveis, valorizando comportamentos como transferências regulares para ajudar familiares na concessão de crédito”, pontuou.
Além disso, o palestrante ressaltou o compromisso da empresa com a hiperpersonalização;
“Buscamos uma experiência factível e fácil para todas as faixas etárias, independente de objetivos ou idade”, disse.
Os números impressionantes do segundo trimestre de 2023, com 47 milhões de usuários únicos no Mercado Livre e 45 milhões no Mercado Pago, refletem o impacto positivo dessa abordagem inovadora na América Latina.
Embratel: transformando a experiência do cliente com inovação tecnológica móvel
João Del Nero, gerente de negócios e vendas da Embratel, discutiu a importância da identidade móvel e o crescente uso de smartphones no Brasil.
Observando a mudança de cenário no mercado eletrônico, ele mencionou que “o celular superou as vendas de televisões em três vezes no Brasil, mostrando uma mudança significativa de hábitos de consumo.”
Del Nero citou também a amplitude dos serviços da Embratel, atendendo a mais de um terço da população com variados serviços, desde telefonia móvel até internet por assinatura.
Segundo ele, esse necessário exige visão holística, considerando todas as faixas etárias, inclusive os consumidores da Silver Economy.
“Desenvolvemos soluções considerando todas as idades, inclusive os desafios cognitivos dos consumidores com mais de 60 anos”, acrescentou.
Neurowits: estratégias da economia prateada para engajamento em meio à sobrecarga de informações
Em sua fala, Paula Tempelaars, head de lab da Neurowits, analisou a importância de simplificar e direcionar informações, especialmente ao abordar a economia prateada, onde a simplificação é crucial devido ao declínio cognitivo.
“Em um contexto de geração TikTok, enfrentamos uma sobrecarga de informações, com até 10 mil anúncios por dia, exigindo a aplicação dos mesmos princípios da economia prateada: reduzir a demanda cognitiva, aumentar o foco e destacar apenas a informação essencial”, apontou.
Tempelaars argumentou que, para se destacar nessa era digital, é fundamental aplicar essa abordagem simplificada, independentemente da idade do público-alvo:
“É preciso chamar a atenção em meio a tantas informações, tanto para um jovem de 15 anos quanto para alguém de 65”, declarou.
Ela prosseguiu observando que é necessário fazer uma adaptação desses princípios para melhorar a experiência do cliente, afirmando que “esses parâmetros podem ser aplicados a todos os públicos.”
A especialista também explicou que os modelos de Inteligência Artificial e machine learning desenvolvidos foram testados em diversas faixas etárias e em nível global, visando entender diferenças culturais.
Segundo a palestrante, “essas estratégias funcionam para todos, em qualquer lugar do mundo e em todas as idades”.
LGPD: orientações preventivas e regulatórias para proteção de dados
Representando a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), a analista Andressa Girotto Vargas falou do caráter proativo da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ao enfocar medidas preventivas e práticas de segurança para os agentes de tratamento de dados.
“A LGPD busca prevenir incidentes de segurança, reconhecendo a inevitabilidade de sua ocorrência e a complexidade de conter a Dark Web”, situou.
A analista abordou as ações orientativas da ANPD, como guias e manuais, desenvolvidos para oferecer diretrizes à sociedade sobre a proteção de dados.
Zetta: proporcionando o equilíbrio entre inovação e segurança jurídica
Fernanda Garibaldi, diretora executiva da Zetta, frisou a importância das empresas no cenário regulatório, especialmente no setor financeiro e de pagamentos, onde a simetria de informações entre reguladores, consumidores e empresas é fundamental.
Ela ressaltou a importância das contribuições das empresas na definição das regulamentações, visando assim o entendimento do mercado e a construção de soluções eficientes.
Segundo ela, o papel regulatório deve ser visto como um facilitador para o desenvolvimento seguro e eficiente do mercado, imprimindo a necessidade de conferir segurança jurídica às novas tecnologias.
“A regulação não deve ser vista como um obstáculo à inovação, mas sim como um aliado para garantir a segurança e eficiência das trocas e inovações”, opinou.
Huawei: há 25 anos proporcionando inclusão digital para consumidores brasileiros
Sobre a inclusão a partir da tecnologia, Airton Melo, enterprise sales director da Huawei, apresentou sua visão sobre esse cenário:
“A tecnologia tem que ser robusta, ela tem que ser ágil, ela tem que ser segura. E a Huawei está por trás dessas grandes empresas e trazendo essa experiência para uma série de companhias que nós temos parcerias dentro do Brasil. Eu posso dizer para você que ela é totalmente disruptiva”.
Melo destacou também a viabilidade de trazer experiências já testadas na China para o Brasil:
“Essa experiência que nós temos na China é uma experiência que nós também podemos trazer para o Brasil de alguma forma, mas com certeza teremos que passar pelo arcabouço da regulamentação”, disse.
LEIA MAIS: