A distinção entre on-line e off-line não é mais perceptível aos consumidores. É o que afirmam especialistas em e-commerce. Com a internet quase que literalmente na palma da mão, graças aos smartphones, clientes podem ir até uma loja e comparar preços em aplicativos. Essa tendência de “multicanal” ou “multiplataforma” no Brasil tem evoluído rapidamente.
Com a expectativa de crescimento para 2016, o mercado nacional desenha, ainda que timidamente, estratégias de Omnichannel, parte delas é inspirada no que acontece no comércio internacional: o cliente compra on-line e retira em lojas físicas. Ação semelhante à que o Uber realiza com pagamento via aplicativo e serviço off line. É o que aponta o especialista em e-commerce e Growth Hacker Rodrigo Maruxo.
A iniciativa é uma opção simplificada – e que funciona – de Omni Channel, explica o professor doutor dos cursos de Pós-Graduação e Especialização nas matérias de E-Commerce, Redes Sociais e Comportamento do Consumidor Online da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Alexandre Cavalcanti Marquesi. O projeto ideal, que “não tem fórmula mágica”, deve ter diversos canais voltados para o público e caber no bolso das empresas.
Um modelo rápido e barato é utilizar o Whatsapp, Facebook ou Twitter. Segundo Marquesi, uma padaria pode usar o aplicativo e as redes sociais gratuitamente para divulgar seus produtos e converter essa exposição em vendas. Os passos são simples. No caso do Whatsapp a empresa deve:
- Criar um perfil no aplicativo;
- Selecionar e organizar um grupo com o público interessado em seus produtos;
- Divulgar as informações que provoquem compras, como uma promoção exclusiva para os integrantes da conversa ou descontos para quem pagar com débito em conta ao invés de cartão de crédito.
Projetos mais complexos, por outro lado, vão depender de especialistas.
- Contratar consultores. “De várias áreas: fiscal, tributária, implantação, distribuição e etc”, explica o professor;
- Investir em mídia com anúncios;
- Criar perfis em redes sociais;
- Dedicar tempo e dinheiro em tecnologias que melhorem o desempenho de sua empresa;
- Pensar na distribuição dos produtos. Ela precisa ser otimizada, funcional e “bem direcionada”.
A rede brasileira de produtos esportivos Centauro, por exemplo, integrou lojas físicas e o e-commerce. O que aparentemente oferece diversas possibilidades de compras: o cliente pode pesquisar produtos no site, experimentar na loja e comprar ali mesmo ou experimentar na loja, comprar on-line e voltar a uma loja caso precise trocar o produto.
Mais de 17 bilhões de brasileiros realizaram pelo menos uma compra on-line no primeiro semestre de 2015
Pesquisa da consultoria Deloitte, nos Estados Unidos, mostrou que o número de consumidores que pesquisavam online aumentou de 19% em 2009 para 62% em 2011.
• Que 42% dos consumidores já usaram smartphones para apoio em compras de vestuário e 48% em compras de eletrônicos;
• Clientes multicanal gastam 82% mais que os que compram nas lojas tradicionais;
• E embora, atualmente, as lojas físicas respondam por 91% das vendas, mas esse percentual vai cair para 76% até 2019 e, depois disso, para 63%.