A digitalização é uma realidade em constante evolução no setor logístico brasileiro, mas até que ponto a inteligência artificial (IA) se tornou uma ferramenta indispensável? Enquanto algumas grandes transportadoras já fazem uso amplo da IA para aprimorar suas operações, muitas empresas menores ainda não completaram nem mesmo a digitalização básica.
Segundo Angela Maria Gheller Telles, diretora de Negócios para Manufatura e Logística da Totvs, a IA já é uma necessidade constante para a análise de grandes volumes de dados que permitem uma tomada de decisão mais eficaz. No entanto, ela ressalta que o desafio principal reside na qualidade e na disponibilidade desses dados. Para Gheller, antes de aplicar a IA, é essencial definir claramente os problemas a serem resolvidos e garantir que haja dados suficientes para embasar essas soluções.
Segundo o Reitor da Saint Paul Escola de Negócios, Adriano Mussa, para a IA para alcançar os melhores resultados logísticos, é importante de supervisionar o processo de tomada de decisão da máquina, enfatizando que os humanos ainda desempenham um papel fundamental na melhoria contínua dos algoritmos. Mussa enfatizou a necessidade de ensinar a máquina a reconhecer situações de risco e a solicitar orientação humana quando necessário, especialmente em tarefas complexas como o planejamento de rotas.
Apesar do potencial da IA para revolucionar a logística, ainda há um longo caminho a percorrer. Fernando Gasparini, diretor-executivo de Supply Chain do Grupo Casas Bahia, aponta que a aplicação da IA deve ser cuidadosamente ponderada, considerando onde e como ela pode ser mais eficaz e os riscos envolvidos. Por outro lado, Antonio Wrobleski, presidente da BBM Logística, adverte que o setor ainda não está preparado para operar plenamente com IA, destacando a necessidade premente de digitalização de dados e processos antes de avançar para estágios mais sofisticados de automação.
* Conteúdo original da Intermodal Digital, clique aqui para acessar o artigo.