A economia verde representa um paradigma que busca conciliar crescimento econômico e sustentabilidade ambiental. Tal modelo se baseia na eficiência no uso de recursos, energias renováveis e práticas ambientalmente responsáveis.
No Futurecom 2023, renomados especialistas se reuniram para discutir o papel do Brasil na transição para uma economia verde. Marcaram presença no debate:
- Carlos Ohde: conselheiro da P&D Brasil;
- Guilherme Correa: coordenador-geral de tecnologias digitais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI);
- Leandro Santos: presidente de internacionalização da P&D Brasil;
- Newton Hamatsu: superintendente de inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP); e
- Pedro Garrido Lima: consultor legislativo de política, planejamento econômico, desenvolvimento econômico e economia internacional da Câmara dos Deputados.
Confira abaixo um resumo sobre os tópicos abordados na plenária!
Conselheiro da P&D Brasil enfatiza: sustentabilidade e inovação exigem educação e regulamentação forte
Diante da atual ênfase na economia verde e da crescente pressão por sustentabilidade, Carlos Ohde, conselheiro da P&D Brasil, enfatizou:
“Para capturar essa onda, precisamos romper com os padrões habituais. A inovação é fundamental, e para isso, precisamos de investimento e uma regulamentação robusta.”
Ele destacou ainda que a educação é um pilar crucial: “Sustentabilidade não é uma jornada solitária, é colaborativa”. Ohde apontou ainda para a necessidade de disseminar essa mensagem para todos os cantos do Brasil.
Tecnologias digitais impulsionam a economia Verde, afirma coordenador do MCTI
Guilherme Correa, coordenador-geral de tecnologias digitais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), observou que: “Políticas vigentes, como a lei de TICS, direcionam cerca de 2 bilhões de reais anualmente para P&D, com 1 bilhão destinado a institutos públicos e universidades.”
De acordo com ele, “muitos desses fundos contribuem para projetos de economia verde e sustentabilidade”.
Correa analisou ainda o impacto das políticas de telecomunicações, Internet das Coisas e Inteligência Artificial nos últimos anos, reiterando a importância que essas inovações exercem na questão ambiental.
Segundo ele, “há espaço para melhorias visando à economia verde”, e é neste aspecto que políticas públicas e leis de incentivo têm se aprofundado.
FINEP: investimentos recordes impulsionam transição energética e sustentabilidade no Brasil
Newton Hamatsu, superintendente de inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), falou sobre o momento oportuno para a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, ressaltando a retomada das políticas industriais.
Hamatsu revelou mudanças significativas no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), incluindo linhas de crédito de até 5 bilhões anuais para inovação vinculadas à Taxa Referencial (TR), um indexador mais acessível.
“Com um orçamento de 10 bilhões por ano, a FINEP visa injetar 40 bilhões em uma nova política industrial, com foco na transição energética e descarbonização”, disse.
Hamatsu citou ainda o estímulo a projetos ambiciosos por meio de taxas de crédito atrativas, impulsionando a competitividade das empresas brasileiras internacionalmente.
Congresso Nacional prioriza a sustentabilidade e a transição energética
“O papel da regulação na economia é fundamental. Na Câmara dos Deputados, assessoramos deputados e comissões em várias questões, como economia verde, descarbonização e transição energética”, diz Pedro Garrido.
O consultor legislativo de política, planejamento econômico, desenvolvimento econômico e economia internacional da Câmara dos Deputados deu mais exemplos de como essa diretriz pode ser tomada em nosso país.
“A economia brasileira é mais limpa, porém enfrentamos desafios como a taxação da União Europeia, apesar de produzirmos de forma mais sustentável”, resumiu.
Ainda segundo Garrido, o Plano Nacional de Bioeconomia destaca a relevância do Brasil como protagonista global neste tema.
A importância das políticas para a inovação e a liderança global
Leandro Santos, presidente de internacionalização da P&D Brasil, observou que, embora a educação, a inovação e a tecnologia sejam vitais, não são suficientes por si só.
Ele exemplifica com os Estados Unidos, que investiram significativamente em energia solar sem necessariamente se tornarem líderes nesse campo.
“Temos sim que ter políticas para estimular o desenvolvimento tecnológico nacional, mas precisamos escolher áreas em que possamos ser protagonistas no mundo, porque isso vai sustentar o nosso mercado interno e vai sustentar a nossa possibilidade de ser o fornecedor para o mundo todo”, afirmou.
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