AGVs (Automated Guided Vehicles) são um tipo robô autônomo usado para transportar materiais em armazéns, centros de distribuição (CDs) e diferentes tipos de indústrias com rotinas de separação, movimentação e entrega de peças, materiais e produtos.

O objetivo dos AGVs é reduzir custos com mão de obra, aumentar a produtividade nos pedidos, ampliar a precisão dos trabalhos, etc.

Trata-se de uma forma moderna, econômica e segura de gerir a distribuição no ambiente de produção com o escalonamento, por exemplo, da automação flexível.

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O que são veículos guiados automaticamente (AGVs)?

Os AGVs são robôs de transporte de carga que operam de forma autônoma, sem a necessidade de um operador humano a bordo. Eles utilizam diversos sistemas de navegação (lasers, sensores, fitas magnéticas ou visão computacional) para se moverem em rotas pré-definidas ou dinâmicas dentro de ambientes controlados, como fábricas, armazéns e hospitais.

A principal função desses veículos é a manipulação de produtos e materiais, automatizando o fluxo logístico e de produção ao transportar itens entre diferentes pontos, como linhas de montagem, áreas de estoque ou estações de embalagem. Com isso, os AGVs aumentam a eficiência, a segurança e a rastreabilidade das operações internas.

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Qual a importância dos Automated Guided Vehicles para a indústria?

Segundo Samuel Luiz Bim, Gerente de Engenharia da Selettra, diversos pontos podem ser destacados para explicar a importância dos AGVs dentro do espectro industrial.

Ele ressalta desde melhorias na segurança e ergonomia de processos até a redução de investimentos em infraestrutura dedicada.

“Os custos de implantação são muito reduzidos e, de fato, não só a logística é atendida, mas também o contexto produtivo, tendo em vista que os veículos podem tornar-se a linha de produção de montagem”, explica.

Tem também a questão da segurança, pois muitos processos podem oferecer certos riscos ao profissional envolvido no respectivo trabalho. “Quando o AGV é aplicado, esse risco vai a, praticamente, zero”.

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Quais são os diferenciais dos Automated Guided Vehicles?

Devido a autonomia, os AGVs são robôs autônomos sem motorista que oferecem grande flexibilidade dentro da indústria, uma vez que podem substituir os transportadores convencionais que, geralmente, são fixados no piso da fábrica.

Para Samuel, essa flexibilidade permite que a indústria ganhe capacidade de expansão. Isso porque “se for necessário aumentar a produção, basta aumentar o número de veículos instalados”.

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Qual a diferença entre AGVs e AMRs?

Não confunda AGV com AMR. Os AGVs, conforme supracitado, são veículos guiados automatizados, ao passo em que os AMRs são robôs móveis autônomos (Autonomous Mobile Robots).

Os AMRs utilizam sensores e processadores integrados para a movimentação dos materiais, de forma autônoma e sem a necessidade de guias físicos ou qualquer outro marcador.

A principal diferença entre ambos está na redução da necessidade de infraestrutura para a instalação. O porta-voz da Selettra explica que “os AMRs são considerados robôs com capacidade de se localizarem dentro de um ambiente sem a necessidade de nenhuma infra adicional. Já os AGVs precisam de um caminho para seguir”.

Os AMRs podem, inclusive, desviar de obstáculos dentro do ambiente industrial, o que proporciona ganhos, além da capacidade de se escolher novas rotas de forma autônoma.

Por sua vez, os AGVs apresentam mais precisão e repetibilidade como principal vantagem, cuja aplicação no ambiente industrial é super recomendada justamente por essas duas características.

Com relação à manutenção, os AMRs necessitam de acompanhamento preventivo e de desgaste natural, enquanto os AGVs demandam de supervisão e trocas das fitas e tags.

automated guided vehicles movimentando conteineres na indústria

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Exemplos de aplicação dos Automated Guided Vehicles

Os AGVs podem substituir as empilhadeiras que são operadas manualmente no gerenciamento de tarefas repetitivas de manuseio de materiais. Esses veículos são capazes de operar 24 horas, por dias, sem a intervenção humana e ainda agilizam significativamente o transporte de produtos, além da remoção dos gargalos e maior previsibilidade na estratégia de logística.

Alguns exemplos de aplicação dos AGVs incluem: recebimento de materiais e produtos, transporte de um setor para o outro, separação de materiais e expedição, movimentação a longa distância, transporte na produção e no final da linha, bem como carregamento e descarregamento.

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Qual é a regulamentação que rege os AGVs no Brasil?

Não existe uma legislação específica e abrangente no Brasil que regule a operação de Automated Guided Vehicles (AGVs) em ambientes industriais e logísticos. No entanto, a operação desses veículos deve seguir as normas de segurança e saúde no trabalho já existentes, principalmente a NR 12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos).

Essa norma estabelece requisitos mínimos para prevenir acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e utilização de máquinas, o que se aplica diretamente aos AGVs. A NR 12 aborda aspectos como sistemas de segurança, sinalização, dispositivos de parada de emergência e treinamento de operadores.

Além disso, as empresas devem considerar as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e as recomendações de fabricantes internacionais, que servem como diretrizes importantes para garantir a segurança, a interoperabilidade e o desempenho dos AGVs.

Conteúdo original do Portal A Voz da Indústria, clique aqui para acessar o artigo original.

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