Dentro do ambiente industrial, tomar melhores decisões é essencial para que o segmento alcance bons resultados. 

Neste cenário, a informação move a transformação digital da indústria, sendo alimentada pelo que pode ser chamado de data driven.

Se a informação move a indústria diante da atual revolução digital, a transformação é gerada pelo data driven, considerado o combustível de todo o sistema.

Ou seja, ter uma empresa orientada por dados – cultura de data driven, atualmente – é cada vez mais crucial e determinante para que a indústria trace ações estratégicas, possa identificar possíveis ameaças e visualizar oportunidades de mercado.

Mas você sabe o que, de fato, é a cultura Data Driven? E porque sua aplicação é tão importante para a transformação digital do segmento industrial?

Confira nos próximos tópicos.

Cultura Data Driven: entendendo o conceito

Antes de entender porque a cultura de data driven é essencial para a transformação da indústria, precisamos conceituar este termo.

Por definição, data driven é um modo de gestão orientado por dados, ou seja, faz referência àquela gestão que tem as informações concretas e que permite a tomada de todas as decisões a partir da análise desses dados.

Diante disso, Regis Ataídes, VP de Industrial Automation e Head of Digitalization da Schneider Eletric, ressalta que não há como negar a presença da tecnologia na indústria, nas relações comerciais e no dia a dia do trabalho.

Ele explica que, com o acesso aos dados cada vez mais forte no nosso dia-a-dia, esse conceito tem sido usado com uma intensidade muito maior dentro das instituições.

“Uma corporação orientada a dados não só consegue capturar esses dados de forma consistente, como também os utiliza para gerar análises e tomar decisões”, complementa.

Data Driven aplicado ao setor industrial

Em um cenário mais competitivo, a indústria tem passado por várias mudanças que vão desde a necessidade de aumentar a qualidade dos produtos e reduzir o tempo de lançamento, até na assertividade da mensagem ao cliente.

Neste contexto, a urgência e maior agilidade na tomada de decisões adquirem uma importância muito maior.

Aliado a isso, o empoderamento dentro das diversas camadas da empresa faz com que decisões precisem ser tomadas imediatamente e em todos os níveis da empresa. 

“Se anteriormente os executivos tomavam decisões baseadas no histórico e experiência passadas, hoje, com a necessidade de sermos mais disruptivos, o passado não é o ponto mais relevante”, salienta Ataides.

Com isso, decisões com base em dados de maior qualidade são a chave para que a empresa seja mais assertiva e tenha mais agilidade, ou seja, a cultura de data driven é imprescindível. 

Dessa forma, o grande foco na cultura data driven é envolver todas as pessoas da organização em um propósito comum, com a finalidade de evitar a especulação e a intuição, tornando o avanço mais fácil e objetivo.

Como aplicar a data driven na prática?

Em uma indústria que pretende se orientar em dados, existem diversas maneiras de fazer parte da cultura data driven.

Apostar em tecnologias de ponta é o primeiro passo para alcançar o caminho do sucesso no seu negócio.

Head of Digitalization da Schneider Eletric explica que é cada vez mais comum que os produtos venham com sensores previamente instalados. “Estes sensores capturam dados de uso e os transmitem diretamente ao fabricante”, salienta.

Especificamente dentro das fábricas, as máquinas da produção são geradoras de dados sobre o processo produtivo e, segundo Ataides, esses dados são muito importantes. 

“Na engenharia, todos esses dados gerados pela fábrica se transformam em informação e conhecimento, possibilitando que os projetistas possam melhorar ainda mais o produto e, algumas vezes, até descontinuar determinado produto por não atender a uma demanda de mercado de forma adequada.”

No entanto, o especialista da Schneider Eletric faz uma ressalva importante: “Dados sozinhos não tem valor algum, é necessário que a indústria converta essa massa gigantesca de dados em informação”

Segundo Ataides, a informação é que leva ao conhecimento e à tomada de decisões de qualidade.

Para isso, a indústria lança o uso de softwares de análises para ler os dados e encontrar padrões relevantes, gerando assim, a informação. 

“Esses softwares possuem tecnologia de inteligência artificial, aprendizado de máquina, internet das coisas etc., que buscam encontrar comportamentos que possam gerar conhecimento. Neste caminho, muitos dados podem se tornar irrelevantes, porém ajudam a inteligência artificial a ‘aprender’ mais rápido”, salienta.

Implantar a cultura data driven é ter um pote de ouro nas mãos

Vivemos na era da transformação digital.

Ela é baseada em uma elevada quantidade de dados gerados todos os minutos, consequentemente o aumento da complexidade é exponencial e as empresas que evitam esse cenário por desconhecimento estão no caminho do fracasso.

Por outro lado, as organizações que estão investindo no conceito de Data Driven encontram um diferencial competitivo importante, que podem levá-las a assumir a liderança nos diversos setores da economia. 

É verdade que a inteligência artificial ainda está se alavancando, mas os resultados já são visíveis.

“Muitas empresas já estavam capturando dados há mais de 10 anos, mesmo sem saber ao certo o que fazer com isso”, ressalta Regis Ataídes.

Ele ainda explica que, com o uso da inteligência artificial, essas organizações já perceberam que possuem um verdadeiro pote de ouro nas mãos. 

“Se a sua empresa ainda não entrou nessa era do Data Driven, muito provavelmente as pessoas estão tomando decisões somente com base nos poucos erros e acertos do passado, conhecidos somente por algumas pessoas dentro da empresa e de forma desordenada.”

Para inovar, isso não é mais o suficiente. É preciso criar algo novo que não exista experiência passada para se apoiar, ou seja, os dados geram informações, que produzem conhecimento e auxiliam as pessoas e organizações a tomar melhores decisões. 

Então, nada melhor do que o data driven para colocar a indústria definitivamente na era da transformação digital e tomar decisões baseadas em dados e informações mais confiáveis