“O povo brasileiro é trabalhador, sonhador e determinado. E o Brasil tem demanda de tudo. Contudo, o domínio de outros idiomas tende a se configurar como estratégico para as profissões do futuro. O mesmo pode ser dito da informática. Como previsto, o manejo ou a posse do computador não é mais uma exigência, mas o conhecimento em informática, a alfabetização digital, é”, afirma o pró-reitor de Graduação da Universidade Federal de Sergipe, Dilton Maynard.
Na identificação das profissões do futuro dentro da área chamada “Humanidades Digitais”, Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Brasília (DF), Recife (PE) e Salvador (BA) manterão por algum tempo o protagonismo que conquistaram nos últimos anos. Essas cidades reúnem algumas das melhores universidades do país e são sedes de empresas de grande porte.
Mas outras capitais, como Natal (RN), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) deverão ganhar destaque nos próximos anos, ganhando relevância nacional na formação das profissões do futuro.
Para o pró-reitor da única universidade pública do menor estado brasileiro, os centros de ensino e especialização do país já se movimentam e têm plena capacidade de preparar este trabalhador das profissões do futuro, mas é preciso acreditar no poder transformador da Educação.
“Não há, que eu saiba, país que tenha experimentado um salto nos seus índices de desenvolvimento colocando o orçamento de ciência e tecnologia na guilhotina. Não há futuro de sucesso se a política educacional é de curto prazo e desenraizada das demandas da sociedade”, defende Maynard.
“Não acredito em inclinação natural do brasileiro para determinadas profissões do futuro, mas na força que a Educação pode ter como transformadora de realidades sociais. E vale insistir: Não se pode formar mão de obra para as ‘profissões do futuro’ com orçamentos raquíticos”, conclui o pró-reitor.
Apostas dos centros de ensino do Brasil para as profissões do futuro
Segundo o diretor acadêmico da FIAP, Wagner Sanchez, “a biomedicina deverá passar por fortes evoluções, onde as tecnologias exponenciais já citadas irão desempenhar boa parte das funções que compete aos humanos hoje, cabendo ao ser humano as funções menos repetitivas e com maior demanda nas tomadas de decisões inéditas com pouco histórico.
A evolução dos equipamentos médicos está a todo vapor com a inserção da inteligência artificial e uma maior precisão do escaneamento humano, proporcionando diagnósticos com mais precisão e rapidez, ainda mais se pensarmos que todo diagnóstico, prevenção e tratamento pudessem ter a colaboração de uma rede mundial de inteligências artificiais com machine learning interligada em cloud, trocando milhões e milhões de informações por segundo, onde tudo fosse compartilhado e aprendido.
Um diagnóstico realizado aqui no Brasil poderia ajudar imediatamente um outro diagnóstico na Índia e assim por diante. Com isso, as tomadas de decisões devem alcançar um novo patamar de eficiência e rapidez”.