• Desafios e oportunidades da conectividade para eventos ao vivo
  • O papel da IoT na segurança e eficiência dos eventos
  • Infraestrutura e planejamento: a chave para o sucesso
  • Segurança e proteção de dados: um compromisso constante
  • Transformando a experiência do espectador

No sexto episódio da temporada Futurecom Connect, Paulo Spacca, presidente da ABINC, e Ricardo Miranda, diretor da ABOTTS, discutiram o impacto das inovações tecnológicas na conectividade em grandes eventos no Brasil. Com o crescimento da demanda por transmissões ao vivo e o consumo de conteúdo digital, as tecnologias emergentes, como 5G, computação em nuvem e Internet das Coisas (IoT), estão se tornando fundamentais para a evolução do setor.

Spacca ressaltou que, embora o 5G no Brasil ainda não esteja em sua implementação completa, ele já tem mostrado avanços consideráveis na capacidade de suportar grandes volumes de dados em tempo real. “Nós estamos com 5G aqui, ainda não é um 5G completo, mas já está bastante razoável“, afirmou Spacca. A transformação nas transmissões ao vivo e na experiência do espectador começa a ser percebida mesmo nesta fase inicial.

Desafios e oportunidades da conectividade

Ricardo Miranda, por sua vez, destacou que, embora as inovações tecnológicas estejam em andamento, ainda existem desafios em garantir que a infraestrutura suporte grandes eventos simultâneos sem falhas. “Quando você põe muita coisa simultaneamente, os eventos ao vivo simultaneamente, você concessiona a rede. Esse é o pesadelo“, explicou Miranda. A saturação da rede, especialmente durante transmissões ao vivo de grande escala, como shows ou festivais, continua a ser um ponto crítico para os operadores.

Edge Computing e IoT são vistas como soluções fundamentais para complementar o 5G, permitindo um processamento de dados mais eficiente e reduzindo os gargalos durante eventos de grande porte. “Você pode ter uma conectividade não necessariamente 5G, você pode ter outro tipo de conectividade que existe para fazer coisas com IoT, como também a parte de Edge”, destacou Spacca. A integração dessas tecnologias possibilita um serviço mais robusto e ágil, especialmente em eventos que exigem um tráfego de dados em tempo real.

O papel da IoT na segurança e eficiência dos eventos

Outro tema relevante discutido foi o impacto da IoT na gestão de grandes eventos. A tecnologia permite a coleta e análise de dados em tempo real, além de otimizar a segurança, integrando sensores e dispositivos conectados para monitoramento contínuo. Spacca observou que, “a IoT não é tecnologia. É um nome dado para um conjunto de tecnologias que responde a uma necessidade de negócio“, explicando como ela contribui para o aumento da eficiência nos eventos ao integrar sistemas diversos.

A segurança também foi um tema central, com a crescente necessidade de proteger dados e conteúdo transmitido. Spacca afirmou que “a segurança é uma coisa que o tempo todo a gente corre atrás para resolver”, destacando como as novas soluções tecnológicas podem reduzir os riscos associados à pirataria digital e ao roubo de dados durante grandes transmissões.

Infraestrutura e planejamento: a chave para o sucesso

Ricardo Miranda também fez um alerta importante sobre a necessidade de planejamento adequado para lidar com o aumento da demanda por conectividade durante eventos ao vivo. Ele mencionou falhas passadas, como a transmissão da luta de Mike Tyson, que não se preparou para o volume de tráfego gerado e sofreu interrupções. “Ninguém se preparou para aquele volume de coisa. Parou, travou”, relembrou Miranda.

A adaptação das empresas de telecomunicações e dos provedores de conteúdo passa pela adoção de tecnologias escaláveis e flexíveis. O uso de computação em nuvem (cloud computing) e a implementação de redes de distribuição de conteúdo (CDNs) são fundamentais para garantir a continuidade dos serviços sem falhas, mesmo em momentos de pico de demanda.

Segurança e proteção de dados: um compromisso constante

A segurança digital segue sendo um tema prioritário à medida que as transmissões e a coleta de dados em tempo real se tornam mais comuns. Spacca reforçou que, embora as ferramentas para garantir a segurança estejam em constante evolução, é preciso ser proativo no planejamento de soluções de proteção. “A segurança precisa ser incorporada desde o início, no planejamento de infraestrutura”, afirmou ele, alertando sobre os riscos de falhas de segurança em grandes eventos.

Miranda também destacou que a pirataria digital continua sendo uma grande preocupação para os provedores de conteúdo. “Quem é penalizado é o operador que distribui o conteúdo. Ele não tem interesse em combater, porque não é o negócio dele”, observou ele, ressaltando a importância de um esforço conjunto entre operadoras e criadores de conteúdo para garantir a proteção de dados e a prevenção de pirataria digital.

Transformando a experiência do espectador

Uma das inovações mais importantes discutidas foi a interatividade proporcionada pela combinação de TV e dispositivos móveis, especialmente com a popularização da “segunda tela”. Spacca mencionou como a utilização de QR codes durante eventos ao vivo oferece aos espectadores a possibilidade de acessar conteúdos adicionais e realizar compras em tempo real. “Você já tem hoje essa interação na segunda tela com o QR Code“, disse Spacca.

Ricardo Miranda também ressaltou como a convergência entre diferentes plataformas de conteúdo oferece novas oportunidades de engajamento para as empresas. “Você está com o celular junto, e aí você fala, na TV anunciou um negócio, você vai no celular e já faz a compra“, explicou ele, destacando como essas novas soluções aumentam a interatividade e a personalização para o público.

A conectividade para grandes eventos está em um ponto de transformação no Brasil, e as empresas precisam estar preparadas para os desafios que ainda existem, especialmente no que diz respeito à infraestrutura e segurança. “A oportunidade sempre vai ter. Só tem que achar“, concluiu Ricardo Miranda, enfatizando que a chave para o sucesso será o planejamento estratégico e a adoção das novas tecnologias que estão remodelando o setor.

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