Os Super Apps estão se tornando uma tendência cada vez mais popular, redefinindo a relação do consumidor com as marcas. Essas plataformas inovadoras reúnem uma variedade de funcionalidades em um único ambiente, proporcionando conveniência e praticidade aos usuários.
No Brasil, diversos aplicativos que já adotaram esse conceito fazem sucesso, como o Banco Inter, o Magalu, a Shopee e a Shein, conquistando um número crescente de usuários.
Um exemplo notável é o Banco Inter, que, de acordo com a revista Exame, experimentou um crescimento significativo nos últimos anos. Em 2018, a fintech contava com cerca de 1 milhão de clientes.
Porém, após o lançamento de um Super App que oferece serviços de carteira digital, compras e até mesmo telemedicina, esse número saltou para impressionantes 27 milhões, em 2023.
Para entender melhor essa transformação digital do mercado, o Futurecom Digital teve a oportunidade de entrevistar Eduardo Augusto, CEO da IDK, a primeira commtech do Brasil. Confira!
Super Apps: entenda o que são e como funcionam
Augusto define os Super Apps como plataformas que oferecem vários recursos ao mesmo tempo em um só aplicativo.
“Funciona como se fosse um app-mãe que mantém outros apps menores com diferentes funções. É você ter várias utilidades em um só aplicativo, facilitando a experiência do usuário, que se sente muito mais confortável sem precisar abrir diversas telas ou baixar outros aplicações”, explica o executivo.
Ainda de acordo com ele: “Um dos primeiros e mais conhecidos Super Apps, atualmente, é o WeChat, um aplicativo chinês que serve para trocar mensagens, mas também para pedir delivery, fazer transferências de valores, reserva de hotéis e até marcar consultas médicas”.
Os Super Apps como agentes de mudança na relação do consumidor com as marcas
Na visão de Augusto, no Brasil, os aplicativos de banco e redes sociais são muito consolidados e os brasileiros já estão acostumados com a separação para cada app ter sua função. Porém, ele aponta que a corrida pelos Super Apps já chegou por aqui e o Rappi é um dos que tem se destacado.
Nas palavras de Augusto: “Muitas empresas ainda não conhecem a funcionalidade dos super apps, mas entre os consumidores que sabem do que se trata, o conceito é muito bem estabelecido.”
Ele complementa, destacando que “as pessoas acabam ficando mais conectadas e fidelizadas à marca, já que encontram tudo em um só lugar e não precisam sair do aplicativo.”
Desafios e benefícios proporcionados pelos Super Apps para as marcas
Para Augusto, o maior benefício dos Super Apps é o fato de eles possibilitarem não só a compra, mas também a hospedagem de serviços financeiros, disponibilizando saques, pagamentos, transferências e até empréstimos e investimentos.
Apesar disso, o CEO da IDK faz um alerta: “Para conseguir ter um Super App, é preciso ser uma super empresa antes de tudo. Um Super App é apenas um canal em que os clientes podem acessar os serviços que a marca oferece.”
Ele continua: “Se sua organização não tem tais serviços e você quer, mesmo assim ter o tal do Super App, não se iluda. Será um dinheiro investido no tempo errado.”
“Uma coisa que sempre digo a clientes e em palestras que vou é que a tecnologia é um meio e não um fim. Então, foque naquilo que é importante para o seu cliente, que pode inclusive ser um Super App. Mas tenha certeza disso antes de partir para o desenvolvimento”, diz ele.
Expectativas do mercado de Super Apps no Brasil
Na opinião de Augusto, no Brasil, os Super Apps tem uma expectativa de crescimento, especialmente, entre os jovens da geração Z, tendo em vista que essas pessoas já nasceram em plena era digital.
“Tudo é mais fácil, mais rápido e mais eficiente quando se trata dessas pessoas. Focando nesse público, as empresas podem aos poucos irem alcançando novos clientes com seus serviços dentro de um único app”, opina o especialista.
Outra tendência para o cenário digital brasileiro é o ChatGPT. Saiba mais sobre a ferramenta em nosso artigo que fala dos chatbots!