Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o agronegócio deve representar cerca de 25,5% do Produto Interno Produto (PIB) brasileiro em 2022.
Os números evidenciam que o setor é responsável por uma boa parte da economia brasileira, e, justamente por isso, falar da conectividade no agro é tão importante. Apesar da enorme importância do agronegócio para o país, estima-se que 72% das propriedades rurais do Brasil, ou 3,6 milhões em números absolutos, ainda não contam com nenhuma conexão com a internet.
Realizada na terça-feira, dia 18 de outubro, a palestra “Antenas profissionais para a conectividade do agronegócio” foi parte do Future Talks durante o Futurecom 2022. Conduzida por Ramiro Frugoli Franco, engenheiro de projeto e desenvolvimento da Ideal Antenas, a apresentação mostrou que é possível utilizar uma série de opções de antenas para melhorar diferentes aspectos da produção agropecuária.
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Definindo o tipo de antena e cobertura necessária para a área rural
Iniciando sua palestra, Franco destacou alguns dos diferentes tipos de antenas que hoje estão disponíveis em larga escala para o agro. O especialista explicou que é possível selecionar entre opções dentro ou fora da propriedade, in farm ou out farm.
O engenheiro da Ideal Antenas também falou sobre os diferentes tipos de sensores que podem ser utilizados em uma fazenda para verificar aspectos como temperatura, umidade, vazão, energia e localização do gado, por exemplo.
“Hoje temos uma diversificação de antenas absurdamente grande. Ainda se trabalha muito com o cliente comprando todo o sistema. Tem alguém que às vezes faz o projeto, mas é aquilo: digamos que tenha 100 quilômetros de profundidade na estação, ou seja, ele vai ter que colocar uma estação dessas, e depois de tantos quilômetros outra estação rádio base, e depois outra, e às vezes em uma só área tem que se colocar quatro, cinco ou seis estações para ter uma cobertura”, explicou.
Ainda falando sobre equipamentos dimensionados tecnicamente, Franco deu algumas especificidades sobre estação rádio-base e sensores, destacando que é preciso levar em conta o alcance necessário para ganhar em robustez.
“A gente pode trabalhar com uma antena de 15 ou 16 dBi, por exemplo. Se a gente considerar isso, um cálculo muito simples é, sempre que eu aumento 6 dBs no meu enlace, eu duplico o meu alcance”, exemplificou o especialista.
As diferenças entre antenas diretivas x omnidirecionais
Comentando sobre as diferentes finalidades que as antenas atuais apresentam, o representante da Ideal destacou que é possível escolher entre antenas diretivas ou omnidirecionais de acordo com as expectativas para a propriedade em questão.
Segundo ele, é preciso analisar a área de cobertura e os fins, como, por exemplo, se o produtor quer o alcance em uma determinada área em metragem reta, ou em uma parte da propriedade rural de forma circular.
“Essa polarização é extremamente crítica em relação à antena que você quer. Se ele está na horizontal, eu preciso de uma antena horizontal ou no mínimo circular, e o mesmo na vertical”, comentou.
O especialista também falou sobre a possibilidade de colocar antenas de alta potência, ponderando que é necessário considerar a finalidade e o tamanho da propriedade antes de investir em antenas de maior alcance.
“Tudo isso vale para qualquer tipo de antena. Tanto na transmissão quanto na recepção, quanto nas antenas diretivas e omnidirecionais. Às vezes você pode aumentar a eficiência de uma antena de 5 dBis para 12 dBis. Quanto mais eu tenho, melhor, mas tudo tem uma análise”, refletiu.
Ele acrescentou: “Não adianta nada eu colocar uma antena de 16 dBi sendo que eu precisaria de uma de 5, pois eu estaria superdimensionado, gastando mais dinheiro do que eu precisaria. Tudo são análises que precisam ser realizadas com base nessas possibilidades.”
Ainda segundo ele, “A definição correta das antenas permite diminuir o número de estações rádio-base e custos de monitoramento.”
Acompanhamento da locomoção do gado com o uso de antenas
Franco também falou sobre como é possível utilizar uma determinada configuração de antenas com sensores que permitam ao criador verificar para onde o gado está se locomovendo dentro da propriedade de acordo com sua necessidade.
“O gado está sempre em locomoção, e saber onde ele está é feito através de medição, pois não tem como você ficar olhando onde o gado está comendo, se aqui ou ali. E através de equipamentos de medição tudo isso é possível, com antenas de eficiência”, exemplificou o palestrante.
Franco também citou um estudo de caso da própria Ideal Antenas como exemplo de instalação bem sucedida de antenas no campo. Ele comentou:
“Um cliente nosso colocou um poste e neste poste ele colocou três antenas apontadas para cada lado, cada uma em um sistema independente. Cada antena estava ligada em uma porta de rádio, então ele sabia se o gado estava do lado de cá, de lá ou do outro. O tag daquele gado era medido por mais de uma antena, então ele sabia também se ele estava na intersecção de uma daquelas antenas.”
Vale a pena investir em tecnologia de GPS para o monitoramento do gado?
Concluindo sua apresentação, Franco lembrou que também é possível utilizar outras formas de tecnologia de antenas mais avançadas, mas reiterou que isso deve ser analisado cuidadosamente de acordo com a necessidade do produtor.
“Você pode fazer esse tipo de leitura com uma tag, ou você pode colocar um GPS, que pode fazer esse tipo de medição com o sistema LoRa. Mas aí é claro que o custo acaba sendo mais elevado. Você vai colocar GPS considerando 1000 cabeças de gado? Você pode até colocar, mas você também pode optar pelo brinco e fazer a medição com base nas antenas centralizadas”, finalizou.
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