Urge no mercado empresarial a compreensão de que a tecnologia não é exclusiva para determinados grupos. A área deve ser explorada por todas as pessoas interessadas, independentemente de gênero, etnia, crença religiosa ou orientação sexual.
Essa necessidade de ampliar a diversidade não se limita a uma mera representação superficial. O que deve ser feito é abrir genuinamente espaço para a contratação e a inclusão de indivíduos que não se enquadram nos antigos “padrões”.
Rosilda Prates, presidente executiva da P&D Brasil mediou um debate acerca desse tema no Futurecom 2023. Participaram da plenária:
- Glória Guimarães: presidente do Conselho Ayo Group e conselheira do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável (CDESS)
- Leandro Santos: presidente da Câmara Temática de Internacionalização da P&D Brasil; e
- Paulo Henrique Pereira: secretário executivo do CDESS.
Para saber os pontos abordados por esses participantes durante o evento, continue a leitura nos parágrafos abaixo!
O papel do CDESS no incentivo à diversidade
Paulo Henrique Pereira, secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDESS), enfatizou a essência do Conselho como uma plataforma inclusiva e representativa das complexidades do Brasil.
Em sua fala, ele destacou a magnitude do País e a impossibilidade de governá-lo apenas com uma visão restrita aos círculos burocráticos.
“Um país como o Brasil, com suas disparidades e desafios, demanda vozes diversas. Governá-lo exige representatividade da sociedade civil para compreender as complexidades locais que não são visíveis a partir do palácio”, declarou.
O secretário ressaltou as mudanças significativas no Conselho ao longo de suas duas décadas de existência, incluindo: a representação de todos os estados brasileiros; um incremento de 40% na presença feminina; e uma participação mais expressiva de pessoas pretas, pardas e indígenas, alcançando cerca de 32%.
Pereira enfatizou ainda a importância de buscar experiências e ideias na sociedade para impulsionar o desenvolvimento nacional, reconhecendo que a presidência precisa da contribuição diversificada de indivíduos para construir novas perspectivas para o País.
Letramento digital: um desafio a ser enfrentado pelo Brasil
Glória Guimarães, presidente do Conselho Ayo Group e conselheira do CDESS, ressaltou a presença onipresente da tecnologia em todos os setores governamentais, enfatizando sua natureza transversal.
De acordo com ela, a tecnologia é um componente essencial em todas as esferas, desde serviços bancários até saúde e educação, demandando um olhar mais abrangente do Estado sobre seu papel nesse contexto.
Guimarães frisou a importância do artigo 219 da Constituição Brasileira, enfatizando a necessidade de promover e proteger a tecnologia nacional. Nesse sentido, a executiva reiterou a essencialidade do letramento digital para a inclusão econômica da população.
“Como é que eu quero fazer a inclusão digital e fazer com que a população consiga ser incluída economicamente, se eu não consigo fazer ela entender como trabalhar com tecnologia? É fundamental que a gente tenha isso”, disse a palestrante.
Além disso, Guimarães também abordou a urgência de formar profissionais na área de tecnologia, identificando a necessidade de 800 mil profissionais até 2025 e propondo a busca por talentos em universidades e até entre aposentados. Assim, promove-se a inclusão sem preconceitos ou etarismo.
A conselheira citou ainda o papel do Conselho em assessorar o governo na definição de políticas de curto, médio e longo prazo para alcançar esses objetivos.
Valorização das empresas nacionais que investem na inclusão e na diversidade
“A empresa nacional que investe no Brasil e reduz o peso do Estado contribui para um ambiente mais equitativo. Isso não é o ‘custo Brasil’, é o investimento que precisamos fazer em nosso país, em nossa indústria, em nossa tecnologia, para que sejamos a base de um mundo diferente”, afirmou Leandro Santos, presidente da Câmara Temática de Internacionalização da P&D Brasil.
Ele abordou as conquistas do Brasil, como ter uma matriz energética limpa em um país com uma população expressiva, resultado do compromisso brasileiro com ideais sustentáveis.
Santos ressaltou ainda a importância de enfrentar os desafios sociais e superá-los para construir o país desejado.
Em sua fala, o representante da P&D Brasil reconheceu a importância de engajar diferentes setores em um diálogo convergente em prol do Brasil que almejam e do impacto positivo que desejam exercer no mundo.
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