Na verdade, o 5G já está disponível no país desde 2012, na faixa de 450 MHz, considerada adequada para algumas aplicações 5G, mas também apresenta uso aquém da sua capacidade.
Para preparar o terreno para a sua ampla adoção, a Anatel deve lançar nos próximos meses, uma consulta pública sobre o tema, e estuda incluir na negociação não só a faixa 3,5 GHz, que já era esperada pelo mercado para este fim.
“Seria interessante um conjunto maior de frequências para o 5G. Não apenas o 3,5 GHz, mas também o 1,5 GHz e 2,3 GHz. Desta forma, um refarming por parte das operadoras poderia dar aos participantes da licitação diferentes perspectivas”, afirma o coordenador do curso de Engenharia de Computação do Instituto Mauá de Tecnologia, João Carlos Lopes Fernandes.
Como o aumento da operação comercial da tecnologia 5G no país é esperada para o início da próxima década, a Anatel prepara, para o segundo semestre de 2019, leilões de radiofrequências para suportar o crescimento do 5G no Brasil.
Além disso, o fim do 2G abriria espaço para o aumento do espectro do 5G em diferentes faixas. Isso é importante, uma vez que no Brasil, cerca de 500 cidades só contam como redes móveis 2G.
O caminho para a adoção do 5G pelos brasileiros está aberto. A pesquisa “Rumo a um futuro com consumidores 5G”, realizada pela Ericsson, sobre as expectativas do mercado em relação ao serviço, mostra que 86% dos brasileiros estão interessados no 5G e 51% estão dispostos a pagar por isso.
Nesta avaliação, com mais de 72 milhões de usuários de smartphones, os consumidores afirmaram buscar contrapartidas das operadoras, como o investimento no desempenho real da rede e a facilidade de consumo. A pesquisa apontou seis necessidades prioritárias dos consumidores brasileiros para a adoção irrestrita da tecnologia 5G:
- Possibilidade de compra de pacote de dados compatível com o uso que demandam da rede, hoje só três usuários a cada 10 estão satisfeitos.
- Os consumidores querem sentir-se livres. Não que demandem por planos ilimitados, mas a sensação de uso ilimitado aparece como desejo nesta pesquisa.
- Dois em cada cinco consumidores gostaria de usar parte do plano contratado e não utilizado como moeda, que poderiam ser valores de desconto ou presentes a terceiros.
- Os brasileiros buscam por velocidades mais altas e a liberdade de uso de mídias sociais, sem o consumo do plano de dados contratado.
- Cobertura de rede ampla a preços baixos e melhorias de consumo da bateria pelo uso do plano de dados móveis é uma exigência em ascensão, além da capacidade de conectar aparelhos da Internet das Coisas.
- Estatísticas reais e transparentes. Apenas 4% dos consumidores brasileiros confiam no relatório de desempenho do plano de dados oferecido pelas operadoras.