As operadoras de telecomunicações enfrentam hoje um dilema central: a necessidade de investir massivamente em atualizações de rede (5G, computação de borda) para atender às crescentes demandas dos clientes por aplicações como jogos, realidade aumentada/virtual e IoT, ao mesmo tempo em que se deparam com a diminuição do retorno sobre o capital investido (ROIC) e do EBIT.

Este cenário é impulsionado pelo alto dispêndio de capital (CapEx) como percentual da receita, criando um ciclo vicioso de investimento pesado com retornos decrescentes. Quebrar este ciclo exige mais do que melhorias incrementais; requer uma reinvenção fundamental do modelo de negócios.

A solução para este desafio estratégico é o Network as a Service (NaaS). Mais do que apenas uma nova oferta de tecnologia, o NaaS representa uma transformação fundamental do modelo de negócios — a resposta estratégica para romper o ciclo de alto CapEx e crescimento estagnado.

O NaaS é o veículo que permite a evolução de um Provedor de Serviços de Comunicação (CSP) tradicional para uma “Techco” ágil e baseada em plataforma, capaz de prosperar na economia digital.

Confira como o NaaS transforma a economia da rede, desbloqueia a agilidade operacional, cria novos ecossistemas de receita e oferece um caminho claro para o crescimento sustentável na era digital.

O que é Network as a Service (NaaS) e como funciona para as operadoras?

Em sua essência, o Network as a Service é um modelo de consumo semelhante à nuvem, no qual a infraestrutura de rede, incluindo hardware, software, licenças e serviços, é consumida por meio de uma assinatura ou de um modelo de pagamento flexível.

Esta abordagem transforma a rede de um ativo estático e de capital intensivo em uma utilidade flexível e sob demanda. É crucial entender que o NaaS é um modelo de negócios, não uma única tecnologia.

Ele abrange todo o ciclo de vida da gestão da rede: planejamento, implantação, gerenciamento proativo, atualizações de software e suporte de fim de vida, tudo terceirizado para o provedor. A empresa cliente pode, assim, focar em seus objetivos de negócio principais, enquanto o provedor de NaaS garante que a rede opere com desempenho e segurança ideais.

A mudança mais profunda que o NaaS introduz não é tecnológica, mas estratégica. Ele força uma reavaliação do papel da rede, de um centro de custo necessário, construído para capacidade de pico, para uma plataforma programável e monetizável que pode ser dimensionada dinamicamente e vendida como um serviço de valor agregado.

As redes tradicionais são projetadas para o tráfego máximo, o que significa que a maior parte da capacidade permanece subutilizada na maior parte do tempo, representando um enorme custo afundado. O NaaS, por outro lado, introduz um modelo baseado no consumo que alinha o custo diretamente ao uso.

Este modelo é viabilizado pela virtualização (SDN/NFV) e pelos princípios da nuvem, que abstraem as funções de rede do hardware físico. Como resultado, a rede deixa de ser um ativo monolítico e se torna um conjunto de recursos que podem ser fatiados, empacotados e vendidos sob demanda por meio de APIs.

Isso transforma a rede em um motor gerador de valor, capaz de suportar um marketplace de serviços, abordando diretamente o problema central da diminuição dos retornos sobre o investimento em infraestrutura.

Quais são os componentes essenciais de uma NaaS para operadoras?

Uma solução NaaS robusta integra vários elementos tecnológicos e de serviço em uma única oferta coesa:

  • Conectividade e underlay: a base de qualquer oferta NaaS é a conectividade robusta. Isso inclui tecnologias como SD-WAN (Software-Defined Wide Area Network), VPNs, Ethernet e MPLS. Cada vez mais, o fatiamento de rede 5G (network slicing) está se tornando um componente crítico, permitindo a criação de redes virtuais personalizadas com garantias de qualidade de serviço (QoS) para aplicações específicas.
  • Gerenciamento e orquestração: no centro do NaaS está uma plataforma de gerenciamento centralizada e baseada em nuvem. Esta plataforma oferece visibilidade completa da rede, automação de tarefas rotineiras e orquestração de serviços. Muitas plataformas modernas são alimentadas por Inteligência Artificial (IA) para otimizar proativamente o desempenho e prever falhas.
  • Segurança integrada: a segurança não é um complemento, mas uma parte intrínseca do serviço NaaS. Os provedores integram recursos de segurança diretamente na estrutura da rede, como firewalls, Secure Access Service Edge (SASE) e Zero Trust Network Access (ZTNA). Isso simplifica a gestão de segurança para o cliente e garante uma proteção consistente em toda a rede.
  • APIs para programabilidade: talvez o componente mais transformador seja a exposição das capacidades da rede por meio de APIs abertas. Essas interfaces permitem que a rede seja programada e integrada diretamente nas aplicações de clientes e parceiros, desbloqueando um novo universo de serviços e modelos de receita.

Saiba mais: NaaS: modelos e desafios do Network as a Service

Quais são as vantagens financeiras do Network as a Service para operadoras?

A proposta de valor financeiro mais imediata do NaaS é a transição de grandes despesas de capital (CapEx) iniciais para despesas operacionais (OpEx) previsíveis e recorrentes. Este modelo elimina a necessidade de investimentos maciços em implantações de rede e atualizações de hardware, liberando capital para iniciativas de inovação centrais.

O impacto pode ser substancial; estudos indicam que as empresas podem reduzir seu Custo Total de Propriedade (TCO) em 30-50% ao longo de cinco anos, eliminando ciclos de atualização de hardware, custos de manutenção e despesas com pessoal especializado.

No entanto, existe uma desconexão crítica entre como as operadoras percebem o valor dessa mudança e como as empresas o fazem. Uma pesquisa da Nokia com CSPs mostrou que 54% acreditam que a mudança de CapEx para OpEx é um dos principais benefícios para seus clientes empresariais.

Em contraste, uma pesquisa paralela com empresas revelou que apenas 15% citam isso como um benefício chave que influencia sua decisão de compra. Em vez disso, as empresas priorizam a segurança aprimorada (62%) e o desempenho otimizado (58%). Isso revela uma lacuna de percepção significativa.

A vitória financeira interna da operadora (a mudança de seus próprios custos de infraestrutura) e sua mensagem para os clientes estão desalinhadas. A implicação é que o benefício financeiro é um “meio para um fim”. A verdadeira proposta de valor para o cliente empresarial é a agilidade, a velocidade e a segurança que o modelo NaaS possibilita.

Portanto, uma estratégia de NaaS bem-sucedida exige que as operadoras traduzam o modelo financeiro em resultados de negócios tangíveis em sua proposta de valor, em vez de liderar com a mudança contábil em si.

O modelo NaaS oferece vantagens estratégicas claras:

  • Orçamento previsível: o modelo de assinatura proporciona custos recorrentes e previsíveis, simplificando o planejamento financeiro e alinhando os gastos de TI com os orçamentos operacionais.
  • Flexibilidade no balanço patrimonial: embora seja principalmente um modelo OpEx da perspectiva do CIO, o NaaS oferece uma flexibilidade no balanço patrimonial que atrai o CFO.
  • Mitigação de riscos: o NaaS mitiga os riscos financeiros dos investimentos tradicionais em CapEx, que se baseiam em previsões incertas sobre as necessidades futuras. Ele permite que as operadoras testem novos mercados ou dimensionem serviços para clientes empresariais sem um compromisso de capital inicial significativo.

A transição para um modelo de assinatura, no entanto, causará uma queda de receita a curto prazo para as operadoras acostumadas a grandes pagamentos iniciais. O modelo tradicional envolve grandes vendas de hardware únicas e contratos de longo prazo, que são contabilizados como receita significativa antecipadamente.

O modelo de assinatura NaaS distribui essa receita ao longo de meses ou anos. Isso inevitavelmente leva a um impacto negativo a curto prazo na receita reportada, o que pode ser alarmante para investidores e equipes financeiras focadas em resultados trimestrais.

Portanto, o CEO e o CFO devem defender a transição para o NaaS internamente, enquadrando-a como um investimento estratégico para preparar a empresa para o futuro. Eles precisam gerenciar as expectativas dos acionistas, destacando os ganhos a longo prazo: maior valor do ciclo de vida do cliente, redução da rotatividade e novas oportunidades de upsell.

A tabela abaixo resume as principais diferenças financeiras entre os modelos:

Métrica Modelo Tradicional (Intensivo em CapEx) Modelo NaaS (Orientado para OpEx)
Modelo de Custo Alto CapEx inicial, manutenção imprevisível. Assinatura mensal/anual previsível (OpEx).
Custo de Escalabilidade Alto; requer aquisição de novo hardware. Baixo; compra de capacidade adicional sob demanda.
Ciclo de Atualização Tecnológica “Remover e substituir” custoso e disruptivo a cada 3–7 anos. Inovação contínua via atualizações de software; hardware gerenciado pelo provedor.
Custo Total de Propriedade (TCO) Alto devido a hardware, manutenção e pessoal especializado. Menor (redução de 30–50%) devido à infraestrutura compartilhada e gerenciamento terceirizado.
Perfil de Risco Alto risco de superprovisionamento e obsolescência tecnológica. Baixo risco; alinha o investimento com as necessidades de negócio em tempo real.

Quais são os benefícios do Network as a Service para as operadoras?

Além dos benefícios financeiros, o NaaS é um catalisador para a agilidade operacional, permitindo que as operadoras e seus clientes empresariais se movam na velocidade do mercado digital.

Acelerando o Time-to-Market

O NaaS permite a implantação rápida de novos sistemas e serviços de rede, reduzindo drasticamente o tempo gasto em planejamento, aquisição e configuração.

Isso permite que os clientes empresariais das operadoras entrem em novos mercados ou lancem novas capacidades mais rapidamente.

Para a própria operadora, o NaaS otimiza as operações internas, permitindo a criação e o lançamento mais rápido de novas ofertas de produtos, aproveitando componentes de serviço reutilizáveis e fluxos de trabalho automatizados.

Escalabilidade e flexibilidade sob demanda

A natureza definida por software do NaaS permite o dimensionamento quase em tempo real da capacidade da rede, para cima ou para baixo, para atender a demandas de negócios flutuantes, como picos de tráfego sazonais ou a configuração de sites temporários.

Isso contrasta fortemente com a rigidez das redes baseadas em hardware, onde a adição de capacidade é um processo lento e caro.

Gerenciamento simplificado e automação

O NaaS transfere o fardo do gerenciamento diário da rede, manutenção e solução de problemas para o provedor de serviços. Plataformas orientadas por IA podem monitorar proativamente o desempenho da rede, detectar anomalias e automatizar a resolução de problemas, garantindo maior tempo de atividade e liberando as equipes de TI internas para se concentrarem em iniciativas estratégicas.

Essa mudança fundamental no papel da operadora vai além do simples gerenciamento. Ela evolui de um provedor de conectividade estática para um gestor de experiências de cliente dinâmicas e com qualidade garantida.

O foco muda do tempo de atividade da rede (uma commodity) para o desempenho da aplicação (um serviço de valor agregado). Os serviços de telecomunicações tradicionais são vendidos com base na largura de banda e em SLAs de disponibilidade de rede.

No entanto, as empresas estão cada vez mais executando aplicações críticas nessas redes, e sua principal preocupação é o desempenho dessas aplicações. As plataformas NaaS, com sua IA e análises integradas, podem monitorar e rotear o tráfego de forma inteligente para otimizar a experiência da aplicação, por exemplo, reduzindo a latência para uma performance em tempo real.

Essa capacidade permite que a operadora suba na cadeia de valor. Em vez de vender um link de 1 Gbps, ela pode vender uma “experiência de videoconferência em HD garantida” ou uma “redução de latência de 30% para colaboração internacional”.

Este é um serviço mais defensável e de maior margem que vincula diretamente o valor da rede aos resultados de negócios do cliente.

Segurança integrada e à prova de futuro

Com o NaaS, a segurança é construída diretamente na estrutura da rede, não adicionada como uma reflexão tardia. Os provedores oferecem serviços de segurança integrados, como firewalls de próxima geração (NGFW), SASE e ZTNA como parte da assinatura.

Este modelo simplifica o gerenciamento da segurança para o cliente final e fornece um caminho claro e acelerado para a adoção de arquiteturas de segurança modernas como o SASE. O provedor gerencia as atualizações de segurança e os patches, reduzindo o risco operacional de equipamentos desatualizados.

Cases de sucesso do uso de Network as a Service por operadoras

A transição do NaaS da teoria para a prática já está em andamento, com operadoras e provedores em todo o mundo implantando o modelo para resolver problemas de negócios concretos. Esses casos de uso fornecem prova tangível da viabilidade e do impacto do NaaS.

Expansão da cobertura rural com menor risco

A expansão da cobertura rural com menor risco é uma realidade demonstrada por iniciativas como a Africa Mobile Networks (AMN) e o programa Internet para Todos (IpT) no Peru. Essas empresas utilizam um modelo inovador de Network as a Service (NaaS), no qual constroem e operam uma Rede de Acesso por Rádio (RAN) compartilhada e de host neutro.

Isso permite que operadoras móveis de primeiro nível expandam sua cobertura para áreas rurais sem necessidade de investimento de capital (CapEx) inicial, pagando apenas pelo tráfego que seus clientes efetivamente geram.

Para a liderança, isso demonstra como o NaaS pode ser uma ferramenta poderosa para a expansão de mercado com excelente relação custo-benefício, ao mesmo tempo em que aborda iniciativas cruciais de inclusão digital, transformando um problema tradicional de alto CapEx em uma oportunidade de negócio viável.

O modelo de Host Neutro, em particular, revela que o NaaS é um catalisador poderoso para a colaboração em todo o ecossistema, forçando uma mudança de uma mentalidade de infraestrutura competitiva e isolada para um modelo compartilhado e de atacado que beneficia todas as partes.

Este modelo pode ser a chave para desbloquear a economia tanto da densificação do 5G quanto da expansão rural. Nesse cenário, uma operadora pode assumir um papel duplo: ser tanto uma consumidora desses serviços de host neutro para expandir seu próprio

Melhoria da experiência de usuário urbana

Focando na melhoria da experiência de usuário urbana, um exemplo claro é a implantação da CloudExtel na Estação Ferroviária Central de Mumbai. Neste caso, uma solução NaaS (Network as a Service) de host neutro foi implantada especificamente para reduzir o congestionamento da rede em uma área urbana de alta densidade, o que resultou em uma melhoria significativa de 10 vezes nas velocidades de download de pico.

Portanto, é possível verificar que o NaaS não se limita a implantações em áreas novas; ele é, na verdade, uma ferramenta crítica para atualizações de rede “cirúrgicas” em ambientes urbanos congestionados e de alto valor, sendo essencial para melhorar a experiência do cliente e evitar sua perda.

Capacitação de clientes empresariais com autoatendimento

No que diz respeito à capacitação de clientes empresariais com autoatendimento, vemos exemplos em iniciativas da Telstra, Telefónica e AT&T. Nessas iniciativas, as operadoras líderes estão usando o NaaS (Network as a Service) para oferecer aos clientes empresariais um portal de autoatendimento.

Através deste portal, um gerente de TI empresarial pode solicitar, provisionar, monitorar e gerenciar serviços de rede, como largura de banda sob demanda ou novas conexões VPN, quase em tempo real e sem a intervenção da operadora. Como exemplo concreto, a Telefónica demonstrou uma redução de latência de 30% para um cliente através de sua solução NaaS “Dynamic Network”.

Isso demonstra a experiência semelhante à nuvem que o NaaS oferece; ele melhora a satisfação do cliente, reduz os custos operacionais da operadora por diminuir as solicitações de serviço manuais e cria uma plataforma “aderente” que promove relacionamentos de longo prazo com os clientes.

Como o Network as a Service pode expandir uma operadora?

O verdadeiro potencial transformador do NaaS reside em sua capacidade de evoluir a operadora de uma mera fornecedora de conectividade para uma orquestradora de um ecossistema digital.

A evolução de provedor para plataforma

O NaaS é a base que permite a uma operadora fazer a transição da venda de conectividade para a orquestração de um ecossistema digital. A rede se torna uma plataforma sobre a qual a operadora, seus parceiros e seus clientes podem cocriar valor.

O valor a longo prazo do NaaS para as operadoras não está na economia de custos, mas na criação de novos modelos de receita defensáveis que os hiperescaladores não podem replicar facilmente. Os hiperescaladores (AWS, Azure, Google) são mestres no modelo nativo da nuvem “as-a-service” e já oferecem suas próprias formas de NaaS.

As operadoras não podem competir com eles em computação ou armazenamento em nuvem puros. No entanto, as operadoras possuem a “última milha” e o espectro licenciado para o 5G, o que lhes confere um controle único sobre a latência, a confiabilidade e a mobilidade.

Ao expor essas capacidades únicas do 5G (por exemplo, fatiamento de rede para QoS garantido) por meio de uma plataforma de API NaaS, as operadoras podem criar serviços que os hiperescaladores não podem oferecer de forma independente, por exemplo, uma fatia de baixa latência garantida para uma frota de veículos autônomos.

Essa estratégia transforma a rede física da operadora de uma simples camada de transporte para serviços em nuvem em um componente diferenciado e indispensável do ecossistema emergente de computação de borda.

Monetizando a rede com APIs

O NaaS expõe as capacidades da rede por meio de APIs abertas e padronizadas (por exemplo, padrões do TM Forum, CAMARA). Isso permite que desenvolvedores (internos e externos) acessem programaticamente serviços de rede como Qualidade sob Demanda (QoD), ajustes de largura de banda ou serviços baseados em localização, incorporando-os diretamente em aplicações.

Isso cria novas oportunidades de receita de alta margem, muito além do simples transporte de dados.

Criando marketplaces digitais B2B2X

A plataforma NaaS pode evoluir para um marketplace digital onde a operadora agrupa sua conectividade principal com serviços de parceiros, como SaaS, soluções de segurança e serviços em nuvem.

Isso posiciona a operadora como um balcão único para a transformação digital empresarial, capturando uma fatia maior dos gastos de TI do cliente e impulsionando o crescimento B2B2X, permitindo que os parceiros revendam esses serviços agrupados em verticais de mercado específicas.

A tabela a seguir descreve um framework estratégico para como uma operadora pode se engajar com o ecossistema NaaS. Confira:

Modelo de Parceria NaaS Descrição Papel Chave da Operadora Impacto Potencial na Receita
Cocriadora de NaaS Parceria direta com desenvolvedores de aplicações para projetar e gerenciar serviços NaaS integrados. Criadora de serviços orientada por software; foco em software de função de rede. Serviços de valor agregado de alta margem; integração profunda com verticais de mercado chave.
Distribuidora de NaaS Fornecimento da infraestrutura de rede física subjacente (fibra, sites de borda, RAN) para ecossistemas NaaS de terceiros. Provedora de infraestrutura física; foco em confiabilidade e alcance. Receita de atacado estável a partir do aluguel de infraestrutura; margem menor, mas alto volume.
Agregadora de NaaS Atuação como um marketplace ou intermediária, revendendo e orquestrando ofertas NaaS de terceiros sem construí-las. Operadora de marketplace; foco em faturamento, orquestração e relacionamento com o cliente. Compartilhamento de receita das transações do marketplace; modelo com poucos ativos, alavancando a marca e a base de clientes.

Como implementar o Network as a Service na sua operadora?

A transição para o NaaS é uma jornada, não um destino. Requer planejamento cuidadoso, alinhamento executivo e uma abordagem em fases.

Reconhecendo os desafios

É crucial ser transparente sobre os obstáculos. A transição não é trivial e exige uma visão coesa das lideranças da empresa. Entre elas:

  • Financeiro: gerenciar o impacto de curto prazo na receita da mudança de modelos de CapEx para OpEx.
  • Operacional: Integrar-se com sistemas legados de OSS/BSS e superar a complexidade de criar uma automação de ponta a ponta.
  • Cultural e Comercial: Transformar as operações de vendas e os incentivos para se alinharem a um modelo de assinatura, e fomentar uma mentalidade centrada no cliente e na venda de soluções, em vez de focada no produto. O maior obstáculo inicial para a adoção do NaaS não é a tecnologia, mas a inércia organizacional e os incentivos desalinhados. A transformação dos departamentos de vendas e finanças é tão crítica quanto a transformação do departamento de engenharia de rede.
  • Técnico: Amadurecer a estratégia de nuvem da organização e investir em tecnologias NFV e nativas da nuvem, o que é uma barreira chave para muitos CSPs.

Qual o futuro do Network as a Service para operadoras?

A indústria de telecomunicações está em um ponto de inflexão crítico. Permanecer com o modelo tradicional e de capital intensivo é um caminho para retornos decrescentes. O Network as a Service não é apenas uma opção; é o imperativo estratégico para a sobrevivência e o crescimento.

O NaaS é o elemento fundamental que permite às operadoras se tornarem ágeis, inovadoras e atores centrais no ecossistema digital. É a chave para desbloquear todo o potencial dos investimentos em 5G e computação de borda.

A jornada para o NaaS é uma transformação de vários anos, mas as operadoras que a iniciarem agora serão as que definirão o futuro da conectividade, movendo-se além de meras provedoras de utilidades para se tornarem plataformas indispensáveis para a inovação digital.

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