O desenvolvimento da tecnologia policial é muito importante para todos os cidadãos. Afinal, quanto mais aprimorado for o trabalho dos órgãos de segurança e fiscalização, menores serão os índices de criminalidade na sociedade, tendo em vista que a impunidade tende a diminuir.
Mas você já parou para pensar em como é utilizada a tecnologia a serviço da lei? Para compreender mais sobre esse universo, conversamos com dois especialistas:
- Evandro Capano: doutor em Direito, ex-presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e sócio-fundador da Capano e Passafaro Advogados Associados; e
- Waldo Gomes: especialista em Segurança da Informação e diretor de marketing e relacionamento da NetSafe Corp.
Siga a leitura para saber como os órgãos de segurança e fiscalização se beneficiam da inovação em sistemas de comunicação e compartilhamento de dados!

O que é e como funciona a tecnologia policial?
A Tecnologia Policial engloba o vasto conjunto de soluções de hardware, software, conectividade e telecomunicações aplicadas para modernizar, otimizar e aumentar a eficácia das operações de segurança pública e justiça criminal.
Para gestores de TI, Telecom e Conectividade, o tema abrange desde a infraestrutura de redes de missão crítica para comunicação em tempo real (voz, dados, vídeo), até sistemas avançados de análise de dados, Inteligência Artificial (IA) e Big Data para policiamento preditivo e investigação.
Inclui também o uso de dispositivos embarcados (como câmeras corporais, drones e sensores IoT em viaturas e cidades inteligentes) que, conectados, transformam dados brutos em inteligência situacional, permitindo respostas mais rápidas, coordenadas e precisas no combate à criminalidade.
Quando falamos em tecnologia policial, é interessante destacar que os recursos não são os mesmos vendidos para cidadãos comuns.
Gomes explica que as inovações não são divulgadas para que os policiais possam ter sucesso e agilidade em suas investigações.
Segundo o especialista, “os principais softwares utilizados costumam ser específicos para polícias e são produzidos, principalmente, nos Estados Unidos e em Israel”.
Também é importante pontuar que a tecnologia policial precisa ser desenvolvida com inteligência — o que, para Capano, significa catalogar dados.
“Você faz um serviço de segurança pública catalogando dados, para que possa tentar chegar na frente do crime”, explica ele.

Saiba mais: Tecnologia de comunicação em missão crítica na segurança pública
Como a tecnologia ajuda a polícia?
Novos recursos como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e Big Data devem ser bastante explorados na tecnologia policial.
“Com o uso de um drone, por exemplo, é possível rastrear e filmar o modus operandi dos meliantes”, exemplifica Capano.
Nesse sentido, o uso de um objeto conectado à internet — no caso, o drone — pode servir para mapear o número de assaltos que acontece em determinada cidade ou região. Assim, a polícia poderá observar como os assaltantes agem e estar um passo à frente, agindo de forma preventiva para que esse tipo de evento deixe de ocorrer.
Para Gomes, o uso de recursos como IA e Big Data também se torna cada vez mais essencial para a tecnologia policial.
“Eles contribuem para que as gigantescas bases de dados indexadas sejam analisadas e seus resultados tenham informações relevantes”, pontua.
Assim, o cruzamento de dados pode servir para localizar foragidos e criar retratos falados de criminosos, entre outras situações. Como exemplo, Capano cita que a polícia de São Paulo tem o hábito de fotografar as tatuagens dos bandidos capturados e mantém um banco de dados exclusivo para isso.
Ele recorda de um caso em que uma vítima de um crime não viu o rosto do criminoso, mas o reconheceu por uma tatuagem que tinha na perna. Assim, a tecnologia serviu para que o criminosse fosse indiciado por seu ato.
Veja também: Segurança pública inteligente e a proteção de dados do cidadão
Quais são as tendências tecnológicas em tecnologia policial?
Assim como acontece em outras áreas, a tecnologia contra o crime não para de evoluir. Gomes acredita que esse é um movimento sem volta e que recursos como a IA e o Machine Learning são os que mais devem despontar em um futuro próximo.
“O trabalho investigativo ganha muito em escala. As ferramentas de IA e Machine Learning abreviam o tempo na análise e no desenvolvimento de perfis que podem ser úteis para a investigação criminal”, sintetiza.
E complementa: “É sempre bom lembrar que as informações podem ser rastreáveis e têm origem. Agora, a tecnologia trará para as equipes investigativas a capacidade e agilidade de localizar dados suspeitos na velocidade da luz”.
Com as novas tecnologias, a polícia poderá fazer um trabalho ainda mais preciso na busca por criminosos, além de coibir que roubos, assaltos, furtos e outros atos violentos sejam praticados.
Para ficar por dentro dos avanços em tecnologia policial e de tudo o que acontece nas áreas de conectividade e inovação tecnológica, continue acompanhando a Digital Futurecom, o canal de conteúdo do evento Futurecom.
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