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Open Health: a plataforma de compartilhamento de dados da saúde

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Confira a entrevista com Nancy Abe, ex-CIO do Grupo NotreDame Intermédica, associada à MCIO Brasil.

Inspirado no conceito do Open Banking, que permite aos clientes compartilharem seus dados entre diferentes instituições financeiras a fim de obterem mais vantagens comerciais, está sendo desenvolvido o novo modelo de Open Health.

Nesta modalidade os pacientes poderão selecionar as instituições com as quais desejam compartilhar seus dados, permitindo assim que estas ofereçam tratamentos de saúde mais assertivos e personalizados.

Ex-CIO do Grupo NotreDame Intermédica, Nancy Abe nos explicou mais sobre o método. Acompanhe este artigo e entenda mais sobre como o Open Health pode ser utilizado para otimizar os serviços de saúde oferecidos à população!

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O que é e como vai funcionar o Open Health?

A nosso convite, Nancy falou mais sobre como o Open Health deve funcionar, detalhando algumas das especificações deste conceito que podem trazer vantagens para os tratamentos de medicina no país. Ela explica:

"O conceito do Open Health seria como o Open Banking, onde dados do paciente seriam compartilhados no sistema de saúde brasileiro representando assim alguns benefícios como: maior eficiência e qualidade no sistema de saúde brasileiro, gestão populacional e aumento da competitividade por conta da transparência, viabilizando assim análises comparativas."

Porém, a executiva observa que a temática ainda está em discussão por representantes do setor de saúde, e que alguns pontos importantes devem ser considerados na elaboração deste modelo de compartilhamento de dados.

"O 'como' ainda não foi desenhado e os devidos órgãos reguladores estão se aprofundando na discussão", reflete.

Abe continua, elencando: "A tratativa quanto a LGPD, inclusive a necessidade de concessão do compartilhamento de seus dados pelos pacientes, a padronização de nomenclaturas, unidades de medidas e protocolos de atendimento, sendo esta última um dos maiores desafios, pois necessitará o envolvimento dos vários players.”

Sem contar o engajamento dos players da saúde, dentre eles: operadoras, clínicas, profissionais da saúde e também o próprio paciente.

Quais os benefícios de um prontuário único para os pacientes e médicos?

A ex-CIO do Grupo NotreDame Intermédica listou outras vantagens que o sistema poderá oferecer. São elas:

  • “Agilidade no acesso às informações dos pacientes e consequentemente no seu atendimento;
  • Definição do nível mínimo de qualidade dos dados;
  • Possibilidade de padronização de protocolos de atendimento;
  • Diagnósticos mais precisos;
  • Redução de custos;
  • Análises mais precisas com maior volume de dados disponíveis para modelos preditivos, analytics e IA;”

Os principais desafios tecnológicos do compartilhamento de dados sensíveis no Brasil

Em relação à implementação deste sistema de Open Health no Brasil, Abe reforça o cuidado com as informações como aspecto primordial. Segundo ela, para isso, será preciso se atentar para aspectos como:

  • "Segurança dos dados, exigindo critérios rígidos para a concessão da atuação nesta 'rede', de forma a minimizar vulnerabilidades;
  • Interoperabilidade, conectando as diversas plataformas dos diversos players do sistema de saúde. Ou seja: a unificação dos cadastros, integração de plataformas e padronização de dados;
  • Blockchain para garantir volume e segurança dos dados e transações".

O impacto do Open Health nos planos de saúde

Nancy também destacou os pontos que podem envolver o Open Health uma vez que este esteja definido e em utilização. 

Em sua opinião, destacam-se como aspectos positivos questões como "otimização de esforços e tempo para tratamento, redução de custos e recursos por exemplo a realização de exames, maior eficiência e qualidade no atendimento."

Ainda segundo ela, tal modelo poderá impulsionar o nível de serviço impulsionando as inovações como diferenciais. No entanto, ela também ressalta que há obstáculos que precisarão ser considerados e superados, entre eles:

"A necessidade de investimento na atualização tecnológica, de arquitetura e processos para poder participar desta rede, em um cenário de alto nível de sinistralidade e alto custo médico."

A expectativa dos planos saúde para o funcionamento do Open Health no Brasil

Para finalizar, Abe também falou sobre as expectativas das empresas que atuam no setor de saúde do Brasil para a utilização do sistema Open Health. 

Ela comenta que "primeiro o movimento iniciado pelo SUS, e já existem iniciativas internas nas grandes redes assistenciais."

Em suas palavras, "entre a estruturação, regulação e construção", devem ser necessários pelo menos três anos para que o Open Health inicie sua ativação no país.

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