Nos próximos anos, a indústria brasileira será o foco de uma política econômica que visa gerar empregos de maior qualificação. Ao mesmo tempo, uma política social investirá nas famílias.
A nova estratégia, impulsionada pelo Governo Federal, visa fortalecer o setor industrial e posicionar o Brasil como um ator relevante no cenário global.
Para entender os impactos e oportunidades dessa política, entrevistamos Rosilda Prates, Conselheira do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CDESS), órgão da Presidência da República, e palestrante do painel "Neoindustrialização Brasileira: como impulsionar a inovação e competitividade da indústria brasileira" no Futurecom 2024!
A nova política industrial e os seus impactos no Brasil
Segundo Prates, o lançamento do programa "Nova Indústria Brasil" (NIB) representa um marco na política industrial brasileira.
"O programa concretiza um importante passo em direção ao fortalecimento do mercado interno, da indústria local, do desenvolvimento tecnológico e da soberania nacional", afirma a conselheira.
Ela destaca que a NIB é uma iniciativa que visa impulsionar o setor industrial, considerado essencial para o crescimento econômico, social e sustentável do País.
A NIB aborda desafios complexos enfrentados pelo Brasil nas últimas décadas, com o objetivo de modernizar, inovar e aumentar a competitividade da indústria.
"Ao integrar diversas dimensões do desenvolvimento econômico, social e sustentável, a nova política industrial demonstra ser uma política visionária que busca não apenas reverter as tendências negativas, mas também reposicionar o Brasil como um player relevante no cenário global", explica Prates.
Conforme explica Prates, a nova política representa uma abordagem estratégica que promove a neoindustrialização do Brasil, fortalecendo a economia e contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias avançadas.
A conselheira enfatiza que, com a implementação eficaz desse programa, o País poderá alcançar novos patamares de competitividade industrial, gerando empregos qualificados e promovendo um ambiente de negócios robusto e sustentável.
Políticas públicas e investimentos privados: sinergia necessária
Para Prates, o sucesso da neoindustrialização brasileira depende da colaboração entre o setor público e privado.
Ela aponta que "para aumentar o patamar de inovação e competitividade do Brasil, é essencial que ocorra uma sinergia entre as políticas públicas com viés econômico, para que o setor industrial intensifique os seus investimentos privados em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D)".
A conselheira destaca que o governo deve criar incentivos para as empresas que investem em P&D, oferecendo acesso facilitado a financiamentos com taxas atrativas.
"P&D significa risco, e esse risco deve ser dividido entre o setor público e o setor privado, para que possamos alavancar a posição global do Brasil em inovação e competitividade", ressalta.
Além disso, a simplificação de processos e a desburocratização regulatória também são fatores essenciais para atrair mais investimentos ao País.
Prates cita dados da P&D Brasil – Associação de Empresas de Desenvolvimento Tecnológico Nacional e Inovação, que mostram que a agregação de valor é maior quando a tecnologia é desenvolvida internamente.
"Há maior concentração de etapas produtivas quando a tecnologia é nacional, o que deixa claro a importância de políticas de Estado de longo prazo, com previsibilidade e segurança jurídica", afirma a especialista.
Essas políticas, segundo ela, são fundamentais para fortalecer o mercado interno, adensar a cadeia produtiva e gerar empregos, além de contribuir para o desenvolvimento econômico, social e científico do Brasil.
Sustentabilidade e matriz energética: os alicerces da neoindustrialização
Prates explica que a sustentabilidade e a matriz energética desempenham papéis essenciais na revitalização e modernização da indústria nacional, com foco em inovação, eficiência e responsabilidade ambiental.
"As indústrias que adotam práticas sustentáveis se tornam mais competitivas internacionalmente e têm maior acesso a novos mercados, além de já estarem inseridas em padrões de certificações ambientais", afirma a conselheira.
Ela destaca que o Brasil tem uma matriz energética baseada em fontes renováveis, o que pode ser uma vantagem competitiva para a indústria nacional.
"A adoção de práticas sustentáveis e o aproveitamento das fontes de energia renovável não só aumentam a competitividade da indústria, mas também promovem um desenvolvimento econômico mais equilibrado e responsável", completa.
Com isso, Prates acredita que o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como um líder global em inovação industrial sustentável, aproveitando os seus recursos naturais e o seu potencial tecnológico.
Oportunidades para o setor de TICs
Uma das missões da Nova Indústria Brasil é a transformação digital da indústria. Prates destaca que a renovação da Lei de TICs é um instrumento regulatório fundamental para a modernização do ambiente de negócios e a competitividade da indústria.
"A Missão 4 da NIB prevê a transformação digital de 90% das empresas industriais brasileiras até 2033, triplicando a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias", explica.
Essa transformação é vista como essencial para que o Brasil acompanhe o avanço tecnológico global.
"A Lei de TICs é totalmente aderente à Nova Indústria Brasil, e este é o momento em que a indústria novamente assume um papel de destaque no País, abrindo oportunidades significativas para o setor de TICs", ressalta.
Para a conselheira, a digitalização da indústria é uma prioridade, uma vez que a inovação tecnológica é um dos principais motores para o crescimento econômico e social.
"O crescimento econômico e social de um país requer que sua indústria seja forte e competitiva, e a transformação digital é um caminho indispensável para que isso ocorra", conclui.
O programa Nova Indústria Brasil representa uma oportunidade única para reposicionar o país no cenário industrial global.
A política inovadora, centrada em práticas sustentáveis, transformação digital e integração entre o setor público e privado, tem o potencial de transformar a indústria brasileira em um motor de crescimento econômico e social.
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