A inteligência artificial é um dos pilares centrais da transformação digital que impacta diretamente os setores de tecnologia, conectividade e negócios. No Futurecom Digital, acompanhamos de perto como essa evolução redefine estratégias corporativas, modelos de governança e competências exigidas de líderes.
Em um cenário marcado por convergência tecnológica e aceleração sem precedentes, compreender os impactos da IA é essencial para quem atua na linha de frente da inovação.
Como parte dessa missão, nossa equipe de redação esteve presente no RD Summit, um dos maiores eventos de marketing e tecnologia da América Latina, para captar reflexões relevantes sobre o papel da IA na liderança e nos negócios.
Na programação com Martha Gabriel, os visitantes do evento tiveram a oportunidade de refletir sobre o pensamento crítico e o superpoder estratégico na era da IA. Neil Redding, referência internacional em inovação, e Luiz Gustavo Pacete, editor da Forbes Brasil e analista de tendências, trouxeram visões complementares sobre como navegar nesse novo contexto, confira a seguir!
Neil Redding: IA como nova espécie e a era da participação
Neil Redding trouxe uma visão provocativa: a inteligência artificial não deve ser vista apenas como ferramenta, mas como um “novo participante” nos ecossistemas de negócios.
“Negócios que funcionam como máquinas operam bem até que o mundo deixa de se comportar como uma máquina”, elabora.
Para Redding, empresas que não incorporarem a IA de forma estratégica estarão em desvantagem nos próximos anos. De acordo com o especialista, até o final da década, haverá dois tipos de empresas: aquelas que utilizam plenamente a IA e aquelas que ficarão para trás.
Ele apresentou cinco estágios evolutivos da IA: prompt, participação, delegação, iniciativa e simbiose. Redding destacou que estamos entrando na fase de delegação, na qual agentes autônomos começam a assumir tarefas complexas.
“Não é apenas sobre automação. É sobre participação e simbiose entre humanos e IA”, reforça.
Outro ponto forte foi a ideia de mental models e narrativas para engajar equipes: “Não podemos liderar pessoas ou agentes de IA sem um modelo mental compartilhado e uma narrativa convincente”, afirma.
| Skills essenciais para Neil Redding: – Capacidade de co-criação com IA em fluxos estratégicos. – Pensamento adaptativo para lidar com ecossistemas dinâmicos. – Governança tecnológica, garantindo alinhamento entre inovação e propósito. |
Luiz Gustavo Pacete: além do hype, ética e habilidades humanas
Pacete trouxe uma abordagem crítica sobre o ciclo das tecnologias e os riscos do hype. Ele lembrou que decisões precipitadas podem levar empresas a investimentos equivocados. “Quando você está na euforia, você toma decisões equivocadas. É preciso calma para analisar friamente”, explica.
O jornalista destacou o vale da desilusão como etapa inevitável após o entusiasmo inicial, reforçando que líderes devem adotar uma visão pragmática para avaliar impacto real da IA nos negócios.
“A verdadeira inteligência depende da verdade humana de dirigir, questionar e aplicar a tecnologia”, reforça o editor da Forbes Brasil.
Pacete também alertou para a pressão competitiva que leva empresas a agir sem estratégia: “Muitas vezes o projeto surge porque o concorrente usou, porque o concorrente está fazendo”. O especialista ressalta que é necessário analisar o que, de fato, faz sentido para o seu mercado e nicho de atuação.
Ainda de acordo com o especialista, além das competências técnicas, será necessário resgatar habilidades humanas como, empatia, pensamento crítico e capacidade de adaptação, para lidar com um contexto intergeracional e com dilemas éticos cada vez mais complexos.
“Não é sobre tecnologia, é sobre como você vai lidar com isso. É sobre como você vai repensar a sua carreira”, finaliza.
| Skills essenciais para Luiz Gustavo Pacete: – Critério humano para decisões tecnológicas. – Inteligência emocional e gestão de expectativas. – Leitura crítica de tendências para evitar armadilhas do hype. |
Convergência: tecnologia X humanidade
Enquanto Redding enfatiza a necessidade de participação ativa e simbiose com IA, Pacete reforça que essa jornada exige reflexão ética e habilidades humanas. Ambos convergem em um ponto: líderes não podem se limitar a adotar ferramentas; precisam construir estratégias que integrem tecnologia e propósito.
“Se quisermos um futuro abundante, precisamos começar a construir a simbiose agora”, afirma Neil Redding. “O mito da magia é acreditar que a tecnologia vai resolver tudo. Ela não melhora ética, empatia ou governança”, destaca Luiz Gustavo Pacete.
A era da inteligência artificial exige mais do que adoção tecnológica: pede reflexão estratégica, ética e humana. Como destacou Neil Redding, “participação é a chave para desbloquear o potencial da IA”, enquanto Pacete nos lembra que “não é sobre tecnologia, é sobre como lidamos com ela”.
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