Na última quarta-feira (01), os palcos do Future Congress fizeram sucesso entre congressistas com a presença de keynotes que falaram sobre como a aceleração da transformação digital exige visão estratégica, inovação contínua e protagonismo tecnológico.
Rubens Barrichello fez com uma analogia entre a telemetria nas corridas e o uso inteligente de dados nas empresas. Já Ronaldo Lemos provocou reflexões sobre a nova corrida global pela relevância digital no cenário da inteligência artificial, destacando os desafios geopolíticos e tecnológicos que transformam o futuro da conectividade. Fechando o ciclo, Leonardo Furtado apresentou uma análise técnica sobre a evolução das redes, do modelo hiperscale à ascensão dos ISPs, como essa transição impacta a arquitetura digital brasileira e os principais erros que as empresas cometem na automação de processos.
Juntos, os três palestrantes ofereceram uma visão multifacetada sobre os caminhos que levam à inovação. Confira os principais momentos a seguir!
Tomada de decisão baseada em dados: da telemetria à inteligência empresarial
Ídolo do esporte brasileiro, Rubens Barrichello foi keynote speaker do Futurecom para fazer uma conexão que pode parecer improvável: o que a tecnologia utilizada na Fórmula 1 pode ensinar aos executivos que lidam com tecnologia para empresas de jogos e apostas virtuais.
O piloto lembrou o volume de dados que precisava administrar quando estava na Fórmula 1 para obter resultados melhores, e como essa mesma tomada de decisão baseada em dados é fundamental para o mundo dos jogos virtuais. “Quando um carro para no box, por exemplo, o que acontece? Todo tipo de dado é puxado: análise do movimento de suspensão, do amortecedor, pressão de pneus, uso aerodinâmico… e daí se dá o avanço do carro. Na Fórmula 1, quando os dados indicam que o risco é grande, a equipe diz pra gente no rádio: ‘pare agora!'”, explicou Rubens Barrichello.
Rubinho ainda lembrou momentos marcantes da carreira para explicar como, no esporte, a intuição do atleta também deve ser levada em consideração mesmo diante de todas as estatísticas que a equipe coloca à disposição.
“Alguns momentos que tive na Honda, após eu sair da Ferrari, foram muito difíceis porque os dados não eram tão sofisticados, mesmo pra uma equipe japonesa. Mas é aí que vem o insight humano pra tomada de decisão. Em Silverstone, em 2007, começou a chover durante a prova e eu estava com pneus slick, que é o pneu pra pista seca. Quando fiz uma das curvas, a água molhou a minha mão, o que não é comum. Percebi que a chuva era muito forte, então perguntei no rádio se os pneus de chuva estavam preparados. A equipe me indicou usar pneus intermediários, que é o que os outros pilotos estavam fazendo, mas eu sabia que precisava de pneus de chuva, e acabei chegando ao pódio com essa decisão. Ou seja, o engenheiro pode te dar todos os dados, mas o seu conhecimento pra tomada de decisão é fundamental”, completou.

Nova corrida Global pela Relavância
Durante o segundo dia da 30° edição do Futurecom, o evento recebeu Ronaldo Lemos, advogado e co-autor do Marco Civil da Internet. Em sua palestra, Lemos trouxe uma fala curiosa de Sam Altman, fundador da Open AI, que veio de uma entrevista que o mesmo realizou com executivo, na qual este afirmou que “a IA é a nova eletricidade” de nossos tempos.
Semelhantemente a como foi com a descoberta de Benjamin Franklin, o palestrante acredita que agora estamos vivendo uma corrida global por desenvolvimento de IA em todos os segmentos possíveis e que essa é a chave para que nós, como uma nação, não nos tornemos obsoletos para o mercado com o passar dos próximos anos.
“Até junho deste ano, os investimentos globais em IA já ultrapassaram 1 trilhão de dólares. É o maior investimento da humanidade desde a viagem à lua”, comentou Lemos. Com um tom bastante didático, o keynote speaker explicou sucintamente as diferentes áreas nas quais a IA atua, com um destaque especial para vários campos de nosso cotidiano.
No entanto, aqui no Brasil, com o PL 2338/2023, a “lei da IA”, Lemos vê o país se limitando demais no que se refere ao desenvolvimento de novas soluções com a nova tecnologia, devido a severidade da legislação, que pune Startups do ramo de forma parecida a Big Techs, desanimando potenciais novos empreendedores. “Precisamos buscar novas alternativas legais, que ainda regulem o uso da tecnologia, mas não de maneira tão severa, como é o caso da lei de IA do Vietnã, por exemplo”, declarou o palestrante. “Ficar parado não é uma opção”.
Do hiperscale ao ISP
Ao final do segundo dia da 30° edição do Futurecom, o palco dos congressos recebeu Leonardo Furtado, engenheiro de redes, que trouxe ao público do evento uma verdadeira aula sobre alguns dos principais erros que empresas cometem no que se refere a automação de processos, e como mudar essa realidade para tornar processos internos mais ágeis e com menos retrabalho para todos os setores.
Atualmente, cada vez mais vemos marcas de todos os segmentos automatizando processos. No entanto, segundo Furtado, são poucas aquelas que realmente estão fazendo isso corretamente. “As armadilhas comuns são muitas: proliferação de scripts repetitivos ou que servem para resolverem apenas problemas pontuais, falta de testes e aumento da falta de disciplina humana são alguns exemplos”, comentou o palestrante.
Foi realizada uma explicação minuciosa de como as redes de processos podem se tornar mais eficazes, de maneira parecida a como big techs se organizam, dando atenção especial a necessidade de consistência em scripts de automação e que a infraestrutura da rede tenha objetivos claros definidos. “Sua automação tem que ser capaz de prever todos os possíveis erros e ter uma solução para cada um deles. Você não precisa ser uma big tech para pensar como uma”, afirmou o engenheiro.
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