Na última terça-feira (30), os holofotes se voltaram para os desafios e soluções em cibersegurança, privacidade e proteção de dados no palco do Future Cyber, durante o Futurecom 2025. Especialistas do setor trouxeram análises sobre os riscos emergentes, a evolução das ameaças digitais e as estratégias para garantir ambientes tecnológicos mais seguros e resilientes.

Confira a seguir, os destaques do primeiro dia do palco Future Cyber.

Cloud Security

A migração para sistemas em nuvem transformou profundamente a forma como empresas brasileiras gerenciam seus dados e aplicações. Mas a evolução da tecnologia nos últimos 20 anos apresentou um desafio mais complexo, e que exige a integração entre o time de tecnologia e os executivos de negócios: a predominância de arquiteturas híbridas e multicloud. O painel “Segurança em Nuvem” abordou o desafio de garantir segurança uniforme em ambientes de nuvem diversos.

Essa complexidade coloca em evidência a necessidade de convencer os presidentes e diretores de grandes corporações de que falhas de segurança não são apenas um problema técnico, mas um risco direto para a continuidade do negócio. Segundo o vice-presidente de cloud da Fortinet para América Latina e Canadá, Rafael Venancio, é preciso adotar uma mentalidade de prevenção ao mesmo tempo em que se aumenta a capacidade de processamento, receita para manter a confiança dos clientes.

“Quando começamos a discutir a migração para a nuvem, 20, 15 anos atrás, o maior receio dos executivos já era a proteção do ambiente. Buscamos desenvolver modelos de responsabilidade compartilhada e produtos que garantissem a segurança, mas entendeu-se que, naturalmente, a superfície de ataque na nuvem é maior. E hoje a realidade é ainda mais complexa, porque a presença é multicloud, é híbrida. Precisamos garantir a mesma postura de segurança com provedores e arquiteturas diferentes, entender o comportamento do usuário, estar sempre mitigando novas ameaças”, explicou Rafael Venancio.

O debate foi mediado por Carlos Sampaio, CISO da Bidweb, e ainda contou com as participações de Glauco Sampaio, CISO da BEEPHISH; e Angela Maria Rosso, diretora da WOMCY Latam Women in Cybersecurity.

Ransomware: estratégias de prevenção e resposta

Em outro painel, contamos com a mediação de Eliane Lima, CISO na VTEX e Líder na Womcy, em um debate à respeito de Ransomware, um tema habitual para quem é de Cibersegurança, porém, que vem ganhando cada vez mais relevância à medida que os ataques de cibercriminosos se tornam cada vez mais inteligentes com o desenvolvimento de novas tecnologias. Isso, no entanto, como ficou claro durante o painel, ainda é muito fomentado pela falta de educação cibernética adequada nas empresas brasileiras.

Lourenço Pereira, professor do ITA, disse que, muitas vezes, o maior problema da falta de conscientização vem dos gestores e executivos, que veem a cibersegurança como mais um gasto. “Deveriam ver como um investimento e isso tem que fazer parte do nosso trabalho de conscientização”, comentou.

André Carneiro, Diretor na SOPHOS, disse sua empresa tem notado um aumento no número de vulnerabilidades na estrutura de muitas empresas no país, o que tem chamado a atenção de cibercriminosos internacionais. “58% dos ataques de Ransomware no Brasil tiveram o valor de seus resgates pagos. Isso atraí, e muito, grupos internacionais que cometem esses crimes”, afirmou.

Para Burt Trewikowski, Head de Cibersegurança da RECARGAPAY, o caminho para melhorar a conscientização dos executivos quanto ao tema está na forma como as empresas do setor de segurança se vendem a eles. “Vendemos mal. O executivo não fala ‘tecnês’. O que devemos fazer é encontrar caminhos que expliquem o porquê toda a empresa tem que ser envolvida nesse processo, não somente deixar isso nas costas do CISO”.

Por fim, Luiz Ricardo de Abreu, da Equipe de Cibersegurança da Superintendência de Fiscalização da ANATEL, trouxe atenção para novas táticas empregadas por cibercriminosos, e também fez um apelo à favor do ensino sobre a importância da cibersegurança para além do contexto das empresas, sendo algo que acredita ter que ser ensinado em cursos universitários e técnicos.

CyberSec + IA Generativa

Próximo do final da tarde do primeiro dia da 30° edição do Futurecom, Eduardo Paranhos, Head do Comitê de Inteligência Artificial da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), foi mediador de uma mesa que juntou dois assuntos quentes do mundo corporativo em um único lugar: a IA Generativa e sua relação com a Cibersegurança.

Abrindo a série de perguntas do mediador, Valter Andrade, Diretor de Data Science da Visa, foi o primeiro a se manifestar. Quando Paranhos lhe perguntou sobre como ele já vê a IA Generativa sendo aplicada atualmente, Andrade comentou que “usos práticos dessa tecnologia já são o nosso presente.

No mercado transacional, por exemplo, ela já é implementada o tempo todo e isso vale para diversas outros mercados também”. Amanda Pereira, Gerente de Tecnologia e Especialista em IA da Cyber Solutions, advogou à favor da tremenda importância que o fator humano ainda tem no contexto de cibersegurança, o que leva a necessidade de ainda ser extremamente relevante dar um treinamento adequado às equipes, visto que “a IA não pode ser um substituto para o nosso senso crítico”.

Na Cielo, onde trabalha outro dos convidados, Eduardo Migotto, Superintendente Executivo de Produtos e Tecnologia, a regra é de que a IA é ótima para agilizar a operação, porém, os humanos ainda (e sempre) estarão na frente. “Em algumas áreas, como atendimento, vemos uma automação maior. Mas, com cibersegurança, não tem como tirarmos da equação as pessoas”. Rodrigo Picada, Gerente de Projetos da John Deere Brasil, declarou que vivemos em um momento de “observar com atenção” no que se refere à IA Generativa no campo de ciber. “Temos que estar constantemente de olho em como que os cibercriminosos usam essa mesma tecnologia contra nós. Não tem como não ver os dois lados, ainda mais se tratando de algo que muda tão bruscamente todos os dias como a IA”, concluiu.

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