Nesta terça-feira (30), o Future Congress abriu os debates do Futurecom 2025 com uma programação voltada à construção de estratégias para um futuro digital mais inteligente, sustentável e inclusivo.

Com a presença de líderes do setor público e privado, o congresso abordou temas como governança de dados, inteligência artificial, conectividade e políticas públicas para inovação.

Confira os destaques do primeiro dia do Future Congress a seguir!

30 anos em 01? Telecomunicações e IA

A integração da Inteligência Artificial nas empresas de telecomunicação do Brasil não é apenas uma tendência tecnológica, mas um movimento estratégico que envolve rentabilidade, inclusão e responsabilidade social. Para que as operadoras consigam acompanhar a crescente demanda, será essencial ampliar a infraestrutura com data centers, aumentar a capacidade de processamento e reforçar a segurança dos dados dos clientes. Todos esses temas apareceram no painel “30 Anos em 1: Telecomunicações e IA”.

Nesse contexto, um dos pontos centrais foi trazido pela vice-presidente de B2B da Vivo, Debora Bortolasi: a capacitação de profissionais e usuários para lidar com as novas ferramentas. Para a executiva, a inteligência humana é a maior tecnologia à nossa disposição, e o setor de telecomunicações carrega um papel decisivo nessa transformação.

“A vida digital está na palma da nossa mão, mas na Vivo entendemos que as pessoas são nossa maior tecnologia. A Inteligência Artificial vem para trazer eficiência, sem dúvidas, mas precisamos capacitar pessoas para isso. Segundo estudos conduzidos no Brasil, 39% dos executivos reportam que a maior dificuldade para adoção de IA nas empresas é a falta de mão de obra capacitada. Embora o nosso país seja um dos mais conectados do mundo, quase metade da população não sabe anexar arquivos a um e-mail, por exemplo. O setor de telecomunicações e toda a indústria têm responsabilidade nisso, em preparar a população para que jovens e educadores tenham visão computacional, inclusive em escolas públicas”, afirmou Debora Bortolasi.

O debate no Futurecom 2025 foi mediado por Ari Lopes, líder de Prática da Omdia, e ainda contou com as participações de Lucas Aliberti, CCO da V.Tal; Luiz Alexandre Garcia, diretor-presidente da Algar Telecom; Rafael Mezzasalma, country manager da Nokia no Brasil; e Pablo Guaita, managing diretor da Deutsche Telekom.

Satélites: Conectividade Sem Fronteiras

Uma tecnologia que causa curiosidade para os leigos, deslumbramento para quem é interessado pelo espaço e diversas oportunidades para os executivos do mundo das telecomunicações. Estamos falando dos satélites, cada vez mais consolidados como solução estratégica para ampliar a conectividade no Brasil, uma alternativa viável à fibra ótica e outras redes terrestres, sobretudo em regiões rurais e de difícil acesso. As possibilidades nas três órbitas disponíveis atualmente – baixa, média e geoestacionária – foram o foco da discussão no painel “Satélites: Conectividade Sem Fronteiras”.

O Brasil é pioneiro na elaboração de normas técnicas para o setor, e referência regulatória no mercado de satélites na América Latina. Quem abordou o assunto foi o gerente de Outorga de Licenciamento de Estações da Anatel, Renato Sales Aguiar, destacando como essa segurança jurídica atraiu investimentos para que nosso país pudesse oferecer uma resposta concreta aos altos custos de expansão do acesso à internet. 

“O setor de telecomunicações no Brasil já pode ser considerado um setor de infraestrutura, não mais de conveniência. O nosso país está numa posição muito singular: temos a 5ª maior área territorial e a 7ª maior população do mundo, além de estarmos entre as 10 maiores economias do planeta – pouquíssimos países reúnem todos esses critérios. Isso atrai um interesse enorme de investimento internacional, mas esses recursos precisam chegar aos rincões do Brasil, e não apenas aos centros urbanos. É aí que se coloca a tecnologia satelital, como solução viável frente ao alto custo da expansão da conectividade por via terrestre”, afirmou Renato Aguiar.

O debate foi mediado por Mauro Wajnberg, general manager da Abrasat no Brasil, e ainda contou com as participações de Levi Figueiredo, diretor comercial da Telebras; Fabio Alencar, presidente do Sindisat; Leandro Gaunszer, diretor geral da Viasat; Rodrigo Campos, diretor geral da Eutelsat Brasil; e Ricardo Amaral, vice-presidente de B2B da Hughes.

Nova Política de Industrialização

A política Nova Indústria Brasileira (NIB) foi o tópico central de uma das palestras no primeiro dia da 30° edição do Futurecom. Com mediação de Israel Guratti, da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), a finalidade da palestra era apresentar os diferentes caminhos que o Brasil pode tomar para tornar sua industrialização mais inteligente por meio do incentivo à digitalização e à inovação tecnológica.

A primeira convidada a se apresentar foi Rosilda Prates, Presidente da P&D Brasil, que apresentou em maiores detalhes os diferentes eixos da NIB, enquanto argumentou fortemente pelo investimento pesado em inovação nas diferentes indústrias do país. “Fortalecer o mercado interno é o caminho para que nos tornemos mais competitivos globalmente”, disse a executiva.

Seguindo uma linha de raciocínio semelhante, Laercio Conscentino, Presidente do Conselho da Brasscom, fez um aceno para o atual cenário internacional e como não temos como ignorar os efeitos das atuais configurações geopolíticas do mundo. “No contexto global atual, em que a globalização está em cheque, precisamos deixar nosso mercado interno mais forte”.

Visando um cenário mais coletivista, em que a pesquisa e inovação no país possam se desenvolver mais rapidamente, David de Oliveira, Presidente do Conselho Gestor da Funttel, declarou que “mais instituições privadas deveriam realizar doações para pesquisas com recursos não-reembolsáveis”, semelhante a como é feito na Funttel no campo de telecomunicações.

O último dos convidados foi Pablo Fava, Presidente da Siemens Brasil, que buscou incluir mais o poder público na conversa, exaltando o quão necessárias são mais políticas públicas nos campos de inovação, principalmente no que se refere ao uso de IA em diferentes segmentos. “Porém, essas precisam ser políticas de Estado, e não só projetos de governo que vão sumir na próxima gestão”.

Saúde 5.0 e bem-estar

Contamos com a presença de ilustres convidados que discutiram o conceito de “Saúde 5.0”, que propõe utilizar tecnologias como IA e Internet das Coisas (IoT, na sigla en inglês) para oferecer um atendimento mais eficiente e personalizado aos pacientes, liberando o médico de burocracias cotidianas.

O mediador da mesa, Cláudio Coelho, Vice-Presidente da Associação Brasileira de Startups de Saúde e HealthTechs, trouxe aos palestrantes a questão de como levar a Saúde 5.0 para lugares menos desenvolvidos tecnologicamente no País, como o Norte e o Sertão nordestino.

Sônia Castral, Distinguished Analyst da TGT, declarou que a saúde 5.0 deve ter como objetivo principal “colocar o paciente cada vez mais no centro”, porém, as tecnologias necessárias para isso ainda estão muito mal distribuídas pelo país e limitadas apenas a classes de maior poder aquisitivo. Ana Cláudia Ferraz, Diretora de Vendas da Claro Empresas, destacou que “ainda enfrentamos alguns limites” como no âmbito legal, mas principalmente na questão cultural e de inclusão tecnológica da população nas regiões mais pobres do país.

Esse último ponto foi reforçado por Doutor Edson Amaro Júnior, responsável pelo Global Advancement for Equity no Hospital Israelita Albert Einstein, trazendo à tona o abismo tecnológico presente no Brasil, porém, também demonstrou otimismo com o futuro, com muitas novas HealthTechs podendo surgir caso o Marco Cívil da Internet seja mais flexibilizado no que se refere ao desenvolvimento de inovações na área da saúde. Já Renato Citrini, Gerente Sênior de Produto da Divisão de Mobile Experience da Samsung Brasil, comentou bastante sobre os weareables, como o Galaxy Ring, da própria Samsung, que podem ser revolucionários na forma como coletam dados constantemente de seus usuários e, acima de tudo, de uma forma mais natural e menos intrusiva.

Das telas à ação: inovação em monitoramento climático e audiovisual – Storm Chasing

Com participação da cineasta Iara cardoso, dos jornalistas Ernesto Paglia (Globo) e Carolina de Tilia (Forbes Tech), e do professor Osmar Pinto Junior (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o painel mostrou como a união entre ciência, tecnologia e linguagem visual pode transformar a forma de acompanhar fenômenos extremos. O encontro destacou o papel de sensores remotos, drones e sistemas de inteligência artificial na coleta de dados em tempo real, permitindo prever riscos e aprimorar respostas a eventos climáticos cada vez mais intensos.

Na ocasião foram exibidos trechos da série Caça-Tempestades, que acompanha uma equipe de cientistas, engenheiros e jornalistas na investigação de fenômenos climáticos extremos pelo Brasil. Exibida originalmente no Fantástico, e, retomada em novas temporadas, a produção combina rigor científico e impacto audiovisual, mostrando o trabalho de caçadores de tempestades que, com veículos adaptados e equipamentos de ponta, registram raios, ventos violentos e até tornados de dentro da ação. Com narração de Ernesto Paglia e exibição na TV Globo e no History Channel, a série une divulgação científica e narrativa televisiva para aproximar o público da urgência climática.

Os palestrantes ressaltaram o impacto do audiovisual na sensibilização da sociedade. Imagens de caçadores de tempestades, traduzidas em narrativas cinematográficas e documentais, foram apresentadas como ferramentas de engajamento e educação ambiental, aproximando o público da urgência climática.


O primeiro dia do Future Congress reforçou a importância da colaboração entre governo, empresas e academia para acelerar a transformação digital no Brasil. Os painéis mostraram que o futuro exige decisões estratégicas hoje e o Futurecom segue como palco essencial para essas discussões.

Garanta sua presença no Futurecom 2025

Com uma programação que reúne os principais nomes da tecnologia, inovação e políticas públicas, o Futurecom é o ponto de encontro para quem quer estar à frente das transformações do futuro. Não fique de fora: compre seu ingresso agora e participe dos debates que vão definir os próximos anos da conectividade e da sociedade digital.

O Futurecom, evento de referência em Conectividade e Inovação para a América Latina, prepara-se para celebrar sua 30ª edição entre os dias 30 de setembro e 02 de outubro de 2025, no São Paulo Expo. Serão +250 marcas expositoras2 arenas de conteúdo abertas aos visitantes e 5 auditórios de Congressos para as trilhas Future Congress, Future Cyber e Future GOVGaranta o seu ingresso!